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João Lourenço toma posse em Angola

tms | bn | Lusa
15 de setembro de 2022

Investidura do Presidente reeleito de Angola, João Lourenço, decorreu na Praça da República, em Luanda. Autoridades, chefes de Estado e de Governo de vários países estiveram presentes.

João Lourenço passou revista às tropas, em paradaFoto: Borralho Ndomba/DW

A cerimónia de investidura do Presidente reeleito de Angola decorreu esta quinta-feira em Luanda, perante 12 chefes de Estado e dezenas de outros representantes, mas sem a presença do principal líder da oposição, que contestou os resultados das eleições de 24 de agosto.

Depois de deixar o palácio presidencial, João Lourenço chegou à Praça da República acompanhado da primeira-dama, Ana Dias Lourenço, passando revista às tropas, em parada.

Em seguida, o Presidente reeleito fez o juramento à Nação: "Eu, João Manuel Gonçalves Lourenço, ao tomar posse do cargo de Presidente da República, juro, por minha honra, desempenhar com dedicação as funções de que sou investido", afirmou Lourenço, repetindo as palavras da juíza-presidente do Tribunal Constitucional, Laurinda Cardoso, a primeira mulher a realizar esta cerimónia.

Depois do juramento, João Lourenço assinou o termo de posse. Logo de seguida, a vice-Presidente Esperança Costa realizou os mesmos atos. 

Discurso de posse

No seu discurso de posse, João Lourenço prometeu dedicar "todas" as suas "forças e atenção à busca permanente das melhores soluções para os principais problemas do país".

João Lourenço garantiu que será "o Presidente de todos os angolanos". Referiu ainda que, com o apoio das instituições angolanas, vai prosseguir o combate à corrupção e investir na educação das pessoas para a mudança de paradigma, "vícios" e "más práticas" na sociedade angolana.

"Vamos governar contando com a participação e escrutínio de todos, dos deputados eleitos, das organizações não-governamentais, das classes profissionais, dos sindicatos, setor empresarial, académicos, das igrejas reconhecidas e dos média", afirmou João Lourenço.

"Ao elegerem o MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola] e o seu candidato, apostaram na continuidade como forma segura de garantir a paz, a estabilidade e o desenvolvimento económico e social do país."

Após o discurso do Presidente reeleito, a cerimónia de investidura prosseguiu com uma parada militarFoto: Borralho Ndomba/DW

O chefe de Estado prometeu também dar continuidade a uma série de projetos de infraestruturas iniciados no seu primeiro mandato, em 2017. Garantiu ainda que vai investir mais na educação, saúde, saneamento básico e defesa.

"Encontraremos as melhores soluções de financiamento para o reequipamento e modernização das Forças Armadas Angolanas, para as colocar ao nível do prestígio granjeado ao longo dos tempos", afirmou. "A formação contínua dos efetivos, assim como a melhoria das condições de aquartelamento das tropas e dos seus salários, é algo a que nos dedicaremos logo nos primeiros dias da entrada em funcionamento do Executivo."

No campo internacional, Lourenço falou das boas relações de amizade e cooperação que Angola mantém com diversos países e citou diferentes conflitos. No caso específico da guerra na Ucrânia, o líder angolano defendeu que as autoridades russas devem abrir caminho para o fim da guerra e uma reforma no Conselho de Segurança da ONU.

Representantes lusófonos na posse

Diferente de 2017, a cerimónia desta quinta-feira não foi aberta ao público. O acesso ao local da investidura era apenas por convite. Cerca de 15 mil convidados acompanharam o evento.

Portugal foi o único país europeu a fazer-se representar ao mais alto nível, pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Participaram vários chefes de Estado africanos.

Entre os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, estiveram presentes os Presidentes da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, também presidente da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), de Cabo Verde, José Maria Pereira Neves, de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, e da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, de acordo com informação do Ministério das Relações Exteriores angolano.

Moçambique enviou o ministro da Defesa e Timor-Leste será representado pela embaixadora.

Segurança foi reforçada em Luanda, especialmente na zona da Praça da RepúblicaFoto: Borralho Ndomba/DW

Mais convidados

Outros Estados africanos como a República do Congo, República Democrática do Congo, República Centro-Africana, Zâmbia, Namíbia e Zimbabué estiveram também representados a nível presidencial, bem como a República Árabe Sarauí Democrática.

A nível de vice-Presidente, estiveram representados a Tanzânia e o Burundi. Cuba, Ruanda, Madagáscar e Essuatíni enviaram os respetivos primeiros-ministros.

O Governo chinês foi representado por um enviado especial, Liu Yuxi, enquanto os Emirados Árabes Unidos, Catar, Argélia, Venezuela, Nicarágua, Chade, Senegal, Gana e Sérvia estiveram representados a nível ministerial.

Responsáveis de organizações internacionais, nomeadamente a União Africana, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, além das Nações Unidas, também participaram na cerimónia.

Artigo atualizado às 16:27(CET) de 15 de setembro de 2022.

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