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Despedimentos na De Grigosono não estão ligados à Sodiam

Lusa
14 de abril de 2018

A De Grisogono quer cortar 41 postos de trabalho, que justifica com a quebra nas vendas. Decisão surge depois de a estatal angolana Sodiam ter decidido sair da empresa da filha do ex-Presidente angolano.

Diamante encontrado no Botsuana e comprado pela De Grisogono por 63 milhões de dólares, em 2016Foto: Reuters/C.Platiau

A joalharia de luxo De Grisogono, detida por Isabel dos Santos e o marido, garante que o corte de 41 postos de trabalho não está relacionado com a saída da estatal angolana Sodiam daquela empresa, ainda por concretizar.

Contactada pela agência Lusa, fonte oficial daquela joalharia de luxo suíça, criada por Fawaz Gruosi em 1993, garantiu que "os dois tópicos [despedimentos e saída da angolana Sodiam do grupo] são completamente não relacionados". 

"A reestruturação é uma consequência do facto de, apesar dos investimentos consideráveis e de todos os esforços dos trabalhadores, as vendas da alta joalharia da De Grisogono não terem atingido os níveis previstos, em grande parte devido a condições difíceis em alguns dos nossos principais mercados. Como consequência, a nossa capacidade de produção interna e custos se tornaram desproporcionais às nossas vendas, exigindo esse ajuste", explicou a mesma fonte.

Isabel dos SantosFoto: picture-alliance/dpa

A joalharia de luxo, que tem a filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos e o marido, Sindika Dokolo, como investidores, anunciou desta forma que pretende avançar com o corte no número de trabalhadores, 31 na Suíça, num total de 104, e mais 10 noutras representações internacionais da marca. O objetivo, refere a empresa, é "reduzir custos" e "reposicionar-se para um crescimento sustentável". 

Nesse sentido, a De Grisogno abriu esta semana um processo de consulta aos trabalhadores, para o corte de 41 empregos, o qual termina a 23 de abril. A 27 de abril, a empresa pretende anunciar se avança ou não com este plano.

Um processo moroso

Questionada pela Lusa sobre se a saída da estatal angolana Sodiam daquele grupo privado já se concretizou, a mesma fonte esclareceu: "Essas perguntas devem ser dirigidas diretamente aos acionistas, no entanto, podemos dizer que a experiência diz que esses processos normalmente levam tempo".

A 1 de dezembro último, a empresa pública angolana Sodiam, responsável pela comercialização dos diamantes do país, anunciou a saída da sociedade que controla a holding do grupo De Grisogono, liderada pelo casal Isabel dos Santos e Sindika Dokolo.

Sindika DokoloFoto: DW/R. Graça

Isabel dos Santos, filha do ex-chefe de Estado e líder do MPLA, partido no poder, José Eduardo dos Santos, foi exonerada do cargo de presidente do conselho de administração da petrolífera estatal Sonangol, por decisão do novo Presidente da República, João Lourenço.

Desde que foi empossado no cargo, a 26 de setembro, e entre outros setores, João Lourenço mexeu por completo nas administrações das empresas diamantíferas públicas. 

Além da Sodiam, exonerou Carlos Sumbula de presidente do conselho de administração da Empresa Nacional de Diamantes (Endiama), concessionária estatal do setor, cargo que ocupava desde 2009, tendo nomeado para o seu lugar o economista José Manuel Ganga Júnior, que até 2015 foi diretor-geral da Sociedade Mineira de Catoca, responsável por 75% da produção diamantífera anual angolana.

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