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Biden anuncia mais investimento para o Corredor do Lobito

Borralho Ndomba
5 de dezembro de 2024

No fim da sua visita a Angola, Joe Biden anunciou um aumento do investimento norte-americano para o Corredor do Lobito, de mais 600 milhões de dólares.

Angola Luanda 2024 | Besuch Präsident Joe Biden
Foto: Elizabeth Frantz/REUTERS

O Presidente norte americano terminou esta quarta-feira (04.12), na província de Benguela, a visita de três dias em Angola. Joe Biden concluiu a jornada de trabalho com uma cimeira multilateral sobre o Corredor do Lobito, onde participaram Angola, RDC, Zâmbia, Tanzânia e os Estados Unidos da América. O Presidente norte-americano anunciou um aumento do investimento dos Estados Unidos para o Corredor do Lobito, em mais 600 milhões de dólares.

O Presidente norte-americano visitou o Porto do Lobito e as infraestruturas do Corredor do Lobito. 

O dia ficou marcado pela realização da Cimeira Multilateral sobre o Corredor do Lobito no complexo industrial do Grupo Carrinho, com a participação dos Presidentes dos Estados Unidos, Angola, RDC, Zâmbia e o vice-presidente da Tanzânia. 

O Presidente angolano, João Lourenço destacou a importância do Corredor do Lobito para as empresas da região da SADC.

"O Corredor do Lobito será um factor impulsionador do desenvolvimento económico que vai proporcionar a crescente participação das Pequenas e Médias Empresas nas cadeias de valor empresarial, sobretudo na agricultura, na indústria e na mineração, para aumentarmos de forma inclusiva o comércio e o crescimento económico da região da SADC e da região da África do Leste", enumerou.

Joe Biden: Mobilizar mais capitais

Joe Biden disse que o Corredor do Lobito vai permitir combate à fome na região. Entretanto, destacou a necessidade de mais infraestrutura e investimentos. 

"Todos sabem muito bem que as nações ao redor e ao longo do Corredor do Lobito enfrentam os problemas mais difíceis do mundo. Precisamos continuar a colaborar e a trabalhar juntos para mobilizar mais capital para erguer mais infraestruturas para tornar essas soluções reais", afirmou.

Foi a primeira visita a Angola de um Presidente americano durante os mais de 30 anos de relações diplomáticas. 

O presidente da Associação dos Industriais de Angola (AIA), José Severino espera que o projeto seja também meio para exportação de produtos agrícolas, para além dos recursos naturais como o ouro e cobre. 

"O corredor do ouro, o corredor do cobre, seja também o corredor do agro porque é fundamental sobretudo ao apoio as nossas famílias e também a classe empresarial", defende Severino.

Mas são ideias e projetos traçados em meio a receios. Entretanto, o Presidente da Câmara de Comércio Angola-Estados Unidos, Pedro Godinho, acredita que o regresso de Donald Trump à Casa Branca não vai cancelar o projeto do Corredor do Lobito, como muitos angolanos suspeitam. 

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"Como o Presidente Trump é homem de negócios, haverá aqui uma grande oportunidade, e vejo que um dos apoiantes a sua campanha, que é o Elon Musk, há-de tudo fazer para que no futuro possa ter uma interação com a região", imagina.

Godinho entende que "isso traz vantagens, porque o que os EUA querem é exatamente tomar a dianteira em relação à China. Como conclusão, o continente africano nas próximas décadas será o fornecedor de matéria-prima para o ocidente.” 

O que diz a oposição?

Para o presidente do partido FNLA, Nimi a Nsimbi, a visita de Biden incentiva a cooperação entre Angola e América, mas sublinha que haverá mudanças com a administração Trump. 

"Os americanos defendem os interesses deles. Como vão investir no Corredor do Lobito, aí pouca coisa pode mudar. Mas em termos diplomáticos, alguma coisa vai mudar porque Biden não é Trump”, diz. 

Por sua vez, o deputado pelo Grupo Parlamentar da UNITA, Olívio Nkilumbo diz que com a efetivação do investimento americano, deve se exigir mais transparência e boa governação ao Executivo angolano. 

"O Presidente Biden visita Angola no pior momento dos direitos humanos em Angola e no pior momento da vida económica do país", considera o deputado.

Mas Nkilumbo tem esperanças: "Caberá ao Governo saber tirar melhor proveito deste momento da relação com os Estados Unidos da América. E é nosso desejo que a partir do dia 20 de janeiro, o novo Presidente dos EUA continue com essa relação”.

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