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PolíticaEstados Unidos

Joe Biden inicia primeira visita ao Médio Oriente

Tania Krämer | Lusa
13 de julho de 2022

O Presidente dos EUA, Joe Biden, começa hoje a sua primeira deslocação ao Médio Oriente desde que assumiu funções em janeiro de 2021. Israel é a primeira paragem desta viagem de quatro dias à região.

Foto: Susan Walsh/AP Photo/picture alliance

Esta quarta-feira (13.07), Joe Biden aterra no aeroporto Ben Gurion, perto de Tel Aviv, acompanhado pelo secretário de Estado americano, Antony Blinken.

Israel é a primeira paragem desta viagem, marcada pela missão de fortalecer os laços de Telavive com o mundo árabe e pela necessidade de apoio saudita para aliviar os preços do petróleo.

Na agenda deste primeiro dia está prevista uma visita ao memorial e museu do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém.

Biden encontra-se com os líderes israelitas na quinta-feira (14.07), antes de viajar para a Cisjordânia, na sexta-feira (15.07), para conversações com o líder da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas.

O processo de paz entre israelitas e palestinianos para a resolução do seu conflito está paralisado desde 2014, sem perspetivas de ser relançado.

Ainda em solo israelita, Biden tem prevista uma reunião com Benjamin Netanyahu, o ex-primeiro-ministro de Israel que poderá ter hipóteses de regressar ao poder após nova dissolução do parlamento e o agendamento de novas legislativas no país em novembro, as quintas eleições em menos de quatro anos.

Yair Lapid (à esquerda) foi ministro dos negócios Estrangeiros de Israel e substituiu o primeiro-ministro Naftali BennettFoto: Abir Sultan/Pool European Pressphoto Agency/AP/dpa/picture alliance

Mudanças nas alianças dos EUA

A poucos dias da visita de Biden à região, bandeiras dos EUA e de Israel já adornavam as ruas de Jerusalém Ocidental. A segurança será extremamente apertada em toda a cidade, com mais de 15.000 agentes da polícia israelita e voluntários destacados.

"Sempre que um Presidente americano vem a Jerusalém, é uma grande honra, mas é também uma grande chatice porque a cidade será fechada e não poderemos sair de casa", disse à DW Avi Avisana, um morador.

"Penso que é muito corajoso da sua parte vir alguns dias depois da mudança de primeiro-ministro. Isso mostra como a relação é especial", acrescenta. Passaram apenas duas semanas desde que Naftali Bennett, que tinha convidado Biden a visitar Israel, deixou de ser primeiro-ministro, após o colapso do seu governo de coligação.

Enquanto Israel e os EUA se consideram aliados próximos, alguns observadores veem os EUA a deslocar os seus interesses estratégicos para outras áreas.

"Os EUA não se podem retirar da região", diz a analista política Ksenia Svetlova. "Estamos a atingir um ponto de viragem com o Irão" e os aliados americanos na região, acrescenta, precisam "de uma América forte e confiante" que "não deixará criar aqui um vazio a ser preenchido por outras potências".

As preocupações com as ambições nucleares do Irão estabeleceram um terreno comum entre Israel e vários países do Golfo ao longo dos últimos anos. O primeiro-ministro interino, Yair Lapid, afirmou numa reunião no domingo: "Esta visita abordará tanto os desafios como as oportunidades. A discussão dos desafios centrar-se-á em primeiro lugar e acima de tudo na questão do Irão."

Médio Oriente: Aumentam os apelos para um cessar-fogo

05:31

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Israel anuncia novas medidas para palestinianos

Entretanto, Israel anunciou a intenção de aumentar o número de autorizações de trabalho para residentes de Gaza e novas autorizações para construir na Cisjordânia ocupada, visando "estabelecer a confiança" com os palestinianos.

Estas medidas foram anunciadas na véspera da visita do Presidente americano a Israel e à Cisjordânia. Prevê-se o aumento em 1.500 do número de autorizações de trabalho de Israel a residentes na Faixa de Gaza, enclave sob bloqueio do Estado judeu há 15 anos, que aumentam assim de 14.000 para 15.500.

As autorizações de trabalho, conjugadas com salários mais elevados em Israel são vistos como um balão de oxigénio para a economia de Gaza, um território pobre com cerca de 2,3 milhões de habitantes e onde a taxa de desemprego atinge os 50%.

Além disto será aberto um novo ponto de passagem para permitir aos árabes israelitas entrar na cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia.

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