Jogadores e técnicos ilegais em Moçambique poderão ser expulsos
21 de junho de 2013 O Ministério do Trabalho de Moçambique anunciou, recentemente (06.06), que um total de cinco clubes serão sancionados no âmbito da Lei do Trabalho, acusados da contratação ilegal de 46 técnicos e jogadores de nacionalidade estrangeira. As autoridades deram o prazo de um mês para a regularização.
A situação destes estrangeiros já foi encaminhada aos Serviços de Migração para as etapas seguintes, que incluem a extraditação para os países de origem, segundo refere um comunicado do Ministério do Trabalho.
Fazem parte deste grupo os portugueses Diamantino Miranda e Nelson Santos, ambos treinadores do Costa do Sol, Rogério Gonçalves e Nuno da Silva, treinadores do Ferroviário de Nampula. E ainda dezenas de jogadores de nacionalidades portuguesa, sul-africana, zimbabueana, zambiana, nigeriana e malawiana.
Caso de polícia
O inspetor Paulino Mutombene, do Ministerio do Trabalho, revelou que durante uma inspeção, realizada em fevereiro do corrente ano, foram identificados em todo o país 55 jogadores e treinadores estrangeiros.
Segundo Paulino Mutombene “dos 55 trabalhadores de nacionalidade estrangeira apenas um se encontrava com a situação regularizada”.
“Estou a falar de ilegalidade que em alguns casos passa, inclusive, pela entrada ilegal no país e naturalmente introduziram-se (esses jogadores e técnicos) no Moçambola (o campeonato de futebol da primeira divisão) também numa situação ilegal. Isto só por si é um caso de polícia”, afirma o inspetor do Ministerio do Trabalho .
Clubes contestam extradição e pedem tempo
Aquando do arranque da presente época futebolística, em fevereiro, o Ministerio do Trabalho tentou, sem sucesso, suspender de imediato os técnicos e jogadores estrangeiros em situação ilegal. No entanto, viu-se obrigado a recuar porque os clubes ameaçaram boicotar em bloco a sua participação no Moçambola.
Após negociações, o Ministerio do Trabalho concedeu uma moratória de um mês para os clubes regularizarem a sua situação, mas estes não conseguiram resolver o problema.
Na opinião do comentador desportivo Manuel Moreira, os “os cinco clubes dizem que um mês é muito pouco para a documentação (exigida pelas autoridades)”.
Concordando com a necessidade de legalizar os profissionais estrangeiros ilegais, Manuel Moreira critica: “há mais de 10 anos que temos treinadores e jogadores estrangeiros. E depois dão um único mês para se resolverem todos estes problemas quando o campeonato está a meio”. Opinião semelhante tem sido manifestada pelos clubes e pela massa associativa. Este é um caso que certamente ainda vai fazer correr muita tinta em Moçambique.