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Jornais de língua alemã referem-se à União Africana, ao Mali, à Nigéria e à Guiné Equatorial

20 de julho de 2012

A nova Presidente da Comissão da União Africana (UA), o caos no norte do Mali, a maldição do petróleo na Nigéria e o polémico prémio UNESCO, financiado pela Guiné Equatorial foram os temas africanos mais comentados.

02_2012 Themenbild für Presseschau Ansprechpartner: Simone.Huels@dw-world.de
Themenbild PresseschauFoto: DW

Nkozana Dlamini-Zuma, a primeira mulher à frente da União Africana, foi - de facto - retratada por muitos meios de comunicação social alemães. O comentador do Süddeutsche Zeitung, matutino editado em Munique, diz o seguinte: "Normalmente os jornais referem-se às mulheres do presidente sul-africano, Jacob Zuma, apenas para dizer que são várias, ou melhor: são quatro atualmente. Mas Nkozana Dlamini-Zuma já não faz parte dessa família polígama, desde que se divorciou em 2008. E desta vez o nome dela preenche as parangonas dos jornais porque conseguiu atingir o topo duma organização internacional que atravessa tempos difíceis: a União Africana. Nokozana, de 63 anos de idade, tem pela frente desafios muito complicados: Contribuir para a resolução de muitas crises e conflitos, com destaque para as do Mali, do leste da República Democrática do Congo, e do Sudão do Sul. Tarefas nada fáceis."

Uma política experiente à frente da União Africana

Nkosazana Dlamini-Zuma - a nova presidente da comissão da UAFoto: picture-alliance/dpa


O jornal de Berlim Neues Deutschland intitula da seguinte forma o seu retrato da nova presidente da UA: "Uma política experiente". O jornal sintetiza a carreira de Nkozana Dlamini-Zuma ao escrever que: "Ela estudou medicina e iniciou o seu trabalho político em 1976, quando ainda se encontrava no exílio britânico. Os ativistas do Congresso Nacional Africana (ANC) da sua geração lembram-se de que ela não era a mais extrovertida e travalhava de forma muito calma, mas competente. Depois do seu regresso à nova África do Sul, Nkozana assumiu resposabilidades no governo e tornou-se uma das personalidades mais próximas do ex-presidente Tabo Mbeki. A sua nova tarefa, na chefia da UA, assenta-lhe bem, pois sempre evidenciou um extraordinário talento diplomático.

Mali pode transformar-se num "Africanistão"

Timbuktu - túmulos ancestrais destruidosFoto: Getty Images

"Africanistão!" - é este o título que o Süddeutsche Zeitung escolheu para uma reportagem sobre o Norte do Mali, agora controlado por muçulmanos fundamentalistas. O jornal descreve a situação da seguinte forma: "Os islamistas dão chicotadas nas mulheres que não tapam o corpo e a cara, destróem túmulos ancestrais e querem aplicar a 'sharia', a lei islâmica, em todo o país. A situação no norte do Mali torna-se, cada dia que passa, mais caótica. Mais de 300 mil crianças deixaram de frequentar as escolas, muitos rapazes são forçados a integrarem as fileiras de grupos para-militares, muitas meninas foram violadas por mercenários que vagabundeiam pela região. Os observadores apelam para que haja uma intervenção militar para pôr fim a este pesadelo, mas os paises ocidentais continuam muito hesitantes."

Multinacional responsabilizada por derrame de crude

Foto: AP


O jornal die tageszeitung debruça-se sobre a situação das multinacionais petrolíferas com interesses na Nigéria. A Shell acaba, nomeadamente, de ser intimada a pagar 5 mil milhões de dólares em indemnizações, pelos danos provocados por um derrame de proporções catastróficas, ocorrido no ano passado. O die tageszeitung escreve: "Esta multa foi proposta pela agência nigeriana para a deteção e resposta a derrames e desastres petrolíferos e refere-se a um derrame ocorrido pouco antes do Natal do ano passado, na sequência do qual mais de 30 mil barris de petróleo conspurcaram o mar, a cerca de 120 quilómetros de distância da costa. A Shell tomou conhecimento da multa, mas diz que essa vai ter que ser renogociada com as autoridades nigerianas."

UNESCO entrega polémico prémio financiado pela Guiné Equatorial

UNESCO, sede em ParisFoto: picture-alliance/dpa


Finalmente um comentário do jornal suiço de língua alemã, o Neue Zürcher Zeitung, que se refere à entrega, nesta semana, por parte da UNESCO em Paris, de um prémio contestado durante anos pelo seu financiamento pela Guiné Equatorial, cujo regime é acusado de corrupção e de violação dos direitos humanos.

O jornal lembra que "o presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, ganhou assim um braço de ferro de vários anos com as organizações não governamentais e os países ocidentais, ao obter a possibilidade de financiar um prémio 'para a investigação das ciências da vida' da agência da ONU para a educação, a ciência e a cultura. A UNESCO nunca desceu tão baixo e os amigos dos direitos humanos um pouco por todo o mundo fizeram bem em boicotar a cerimónia de entrega deste polémico prémio. Recorde-se que Obiang Nguema aceitou que o prémio não tivesse o seu nome, como previsto inicialmente, mas apenas o do seu país."

Autor: António Cascais
Edição: António Rocha

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