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Jornalista retrata a "grande corrupção" em Moçambique

26 de fevereiro de 2019

No livro "A Grande Corrupção", o jornalista Hélio Filimone conta a história do roubo de dinheiro em instituições do Estado envolvendo figuras influentes da sociedade moçambicana. Com prefácio do Presidente Filipe Nyusi.

"A Grande Corrupção", de Hélio Filimone, retrata os grandes rombos financeiros em Moçambique Foto: DW/R. da Silva

Além dos rombos financeiros mais mediáticos em Moçambique desde 2008, a obra também conta como funcionam os esquemas de corrupção e fala dos seus atores.

O autor do livro não tem dúvidas de que os altos responsáveis são os grandes corruptos e que usam os seus subordinados, sobretudo os que estão nos departamentos financeiros, para assinar autorizações de pagamentos indevidos.

"Estou a falar do caso FDA (Fundo de Desenvolvimento Agrário), estou a falar do rombo no Comando do Exército, estou a falar do caso Aeroportos de Moçambique, estou a falar do desvio de fundos no Ministério da Educação e outros", aponta Hélio Filimone.

Foram casos e julgamentos que o jornalista acompanhou e, por isso, decidou lançar o livro para "tentar moralizar a sociedade" moçambicana."Que façamos de tudo de modo a evitar o cometimento da corrupção, ou seja, o servidor público deve estar preparado para desempenhar a sua atividade de servir o cidadão e o cidadão não pode ter de desembolsar algum valor que é para obter algum serviço", defende.

Prefácio de Filipe Nyusi

O Presidente da República, Filipe Nyusi, que prefaciou o livro, reconhece que há muita corrupção no país: "Grande parte dos casos que estão a ser testemunhados não são casos de ontem nem do ano passado, são casos que vinham acontecendo. A nossa justiça está em cima desses casos todos e parece que há mais casos do que ontem e pode haver mais nos próximos anos."

Jornalista retrata a "grande corrupção" em Moçambique

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Por isso, o chefe de Estado quer que o combate à corrupção envolva todos os setores da sociedade. "Não podemos ser todos comentadores. A corrupção não se combate a comentar ou a lamentar ou a culpar um ao outro, é fazendo para todos nos livrarmos disto", defende.

A FRELIMO, cujos membros influentes estão neste momento na barra do tribunal por causa das dívidas ocultas, quer que a corrupção seja reduzida, afirma o porta-voz do partido no poder. Caifadine Manasse diz que é preciso "olhar com muita seriedade" para a corrupção - "seja ela grande ou pequena" - e "combatê-la com energia suficiente" para que se acabe com "este modus operandi que pode perigar a construção do nosso estado democrático e o desenvolvimento do país."

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