José Domingos oficializa candidatura à presidência do MDM
27 de setembro de 2021A oficialização da candidatura acontece três dias antes do fecho do prazo de submissão, um processo iniciado em junho pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM). O deputado Silvério Ronguane era o único candidato até então.
A candidatura de José Domingos é suportada por um grupo de membros e simpatizantes do MDM, grupo este liderado por Elias Mpuiri, mandatário da candidatura.
Mpuiri está confiante na vitória de Domingos, que lidera o partido desde fevereiro, quando morreu Daviz Simango. "Quando há falta de consensos o caminho melhor a seguir é a eleição. Nós estamos confiantes. Estou a suar por felicidade. Vamos ganhar", declarou Mpuiri.
Por sua vez, o candidato à sucessão de Daviz Simango, momentos depois da submissão da candidatura, também se mostrou seguro na vitória. "Mais uma vez os membros que querem o bem do partido voltaram a confiar em mim à sucessão do engenheiro Simango", disse.
Mais uma candidatura?
Até agora estão na disputa Silvério Rongueane e José Domingos. Mas sabe-se que Lutero Simango, irmão do falecido presidente Daviz Simango, também pretende apresentar a sua candidatura nos próximos dias.
No entanto, Elias Mpuiri apontou o dedo a alguns potenciais candidatos que, no seu entender, não carregam consigo a simpatia dos membros do MDM e que, segundo ele, apresentam outros impedimentos.
Lutero Simango, por exemplo, é membro e presidente Partido de Conservação Nacional (PCN) "não poderia ser eleito por razões óbvias", avançou Mpuiri.
Elias Mpuiri explicou que, por Simango já ocupar a cadeira principal de outra legenda, não faria sentido a sua candidatura no MDM . "É só imaginar que a lei dos partidos políticos em Moçambique só permite que uma pessoa seja membro de apenas um partido e não de vários", jusitifcou.
Clima no seio do MDM
Diante da lacuna deixada por Daviz Simango, o seio do partido registou um sinal de divisão e troca de acusações entre as alas que apoiam os potenciais candidatos, mas o porta-voz do MDM, Sande Carmona, assegurou estar tudo dentro do controlo.
"Há um trabalho intenso no coração do secretariado-geral do partido para amainar os ânimos dos membros, que de certa forma um e outro vai puxando a brasa para o seu lado e isso acaba criando um mal-estar", afirmou.
O secretário-geral do MDM, e candidato à liderança, José Domingos, garante perdão e reconciliação entre correligionários, de modo que depois das eleições continuarão "de mãos dadas a caminhar rumo a um Moçambique para todos".
Domingos ainda complementa dizendo que "na política, neste momento, alguns pensam que esta é uma guerra titânica, enquanto isto deve ser transformado em uma festa".
A eleição de novo presidente do MDM, terceira maior forca política moçambicana, surge na sequência do falecimento do seu presidente e fundador Daviz Mbepo Simango. A votação decorrerá durante o terceiro congresso do partido, agendado para princípios de dezembro na cidade da Beira.