1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
PolíticaNíger

Junta militar do Níger dissolve conselhos regionais eleitos

Lusa
5 de abril de 2024

O líder da junta militar no poder no Níger, general Abdourahamane Tiani, assinou uma portaria que dissolve todos os conselhos municipais, regionais e autárquicos eleitos no país. Medida centraliza poder administrativo.

General Abdourahamane Tiani, líder da junta militar no poder no Níger
Abdourahamane TianiFoto: ORTN/Télé Sahel/AFP/Getty Images

A medida centraliza o poder administrativo, uma vez que os conselhos eliminados foram substituídos por "administradores-delegados" nomeados diretamente pelas autoridades centrais, em vez de serem eleitos democraticamente.

Tiani nomeou os novos administradores-delegados, também na quinta-feira, através de um decreto, na sequência de uma proposta do Ministério do Interior, de acordo com a agência de notícias estatal nigerina ANP.

No caso de Niamey, o coronel Boubacar Soumana Garanke será o responsável pela administração da capital, substituindo o até agora presidente da autarquia, Oumarou Dogari.

O Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria, o nome oficial da junta militar nigerina, não deu quaisquer explicações para esta decisão.

O Níger - governado desde julho por uma junta militar que destituiu o presidente eleito, Mohamed Bazoum, suspendeu a Constituição e dissolveu o Parlamento - tem 265 distritos urbanos e rurais, que até agora eram administrados por conselhos eleitos.

Níger: "Conciliação política parece ser difícil"

02:45

This browser does not support the video element.

Descentralização iniciada há 20 anos

O processo de descentralização, iniciado no país africano em 2004, tinha como objetivo promover os princípios democráticos a nível local e envolver a população na gestão direta das comunidades.

O Níger, tal como os países vizinhos Burkina Faso e Mali, sofre há anos da violência recorrente e mortífera de grupos armados, praticada por grupos terroristas filiados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico.

Nos três países mencionados, os governos civis foram derrubados por sucessivos golpes de Estado militares desde 2020.

Além disso, estas três antigas colónias francesas voltaram as costas a Paris e aproximaram-se económica e militarmente de novos parceiros, incluindo a Rússia, antes de se agruparem na Aliança dos Estados do Sahel (AES) com o objetivo de criar uma federação.

Em meados de janeiro, a Rússia já tinha anunciado que tinha concordado em intensificar a sua cooperação militar com o Níger.

Uma delegação russa visitou Niamey em dezembro para manter conversações com os militares e nessa altura foram assinados acordos sobre o reforço da cooperação militar.

O Níger, o Burkina Faso e o Mali anunciaram, no final de janeiro, a sua saída da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a criação de uma força conjunta contra os grupos terroristas.

UE: Saída de países da CEDEAO dificulta cooperação no Sahel

03:38

This browser does not support the video element.

Saltar a secção Mais sobre este tema