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Kiev e Moscovo trocam acusações de guerra

cm | com agências
1 de novembro de 2022

Putin acusa Kiev de fazer operações militares no Mar Negro que colocam em risco segurança da exportação de cereais. Zelensky garante que está determinado em "continuar a garantir a segurança alimentar mundial".

Bildkombo | Wladimir Putin und Wolodymyr Selenskyj
Foto: A. Gorshkov/SPUTNIK/AFP/Getty Images/Presidency of Ukraine/AA/picture alliance

A guerra na Ucrânia acontece há 250 dias. Na segunda-feira (31.10), centenas de localidades, em sete regiões do país, ficaram sem eletricidade após a Rússia ter bombardeado infraestruturas de energia.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu que os ataques em grande escala foram uma resposta ao alegado ataque de Kiev contra a frota russa no mar Negro. "Esses drones, tanto submarinos quanto aéreos, estavam parcialmente no corredor através do qual os cereais da Ucrânia são exportados. Criaram perigo tanto para os nossos navios, como para navios civis. Assumimos o compromisso de fornecer segurança", frisou.

Putin alerta mesmo que pode ir mais longe e ameaça Kiev com mais ações de retaliação.

Troca de acusações

Moscovo alega que Kiev atacou a base naval russa, em Sebastopol, com ‘drones' no último sábado (29.10). De acordo com o Ministério da Defesa russo, um dos ‘drones' marítimos usados foi lançado de um dos navios civis fretados para a exportação de cereais ucranianos.

Míssil russo disparado em direção a territórios ucranianosFoto: Russian Defense Ministry Press Service/AP Photo/picture alliance

O argumento serviu para a suspensão por Moscovo do acordo de exportação de cereais, embora a ONU tenha contestado esta alegação.

Putin enfatiza que a Rússia não se retirou do acordo. "Estamos a dizer que estamos a suspender a nossa participação neste acordo. Os representantes das Nações Unidas participam ativamente neste processo... Então que comuniquem com a Ucrânia, para que garanta que não haverá riscos para navios civis e navios russos que forneçam segurança", disse.

Para o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a posição da Rússia evidencia que Moscovo está mais interessada em agravar a crise alimentar do que em implementar os acordos assinados.

"A Rússia é a única culpada pelo facto de os alimentos estarem a tornar-se mais caros para as pessoas numa vasta extensão da África Ocidental ao Leste Asiático. E pelo facto de as pessoas, em particular em países como a Etiópia, Iémen ou a Somália, viverem uma escassez catastrófica de alimentos", defende.

Várias localidades ucranianas foram atingidas na segunda-feira durante ataque de MoscovoFoto: Gleb Garanich/REUTERS

Ucrânia diz querer garantir segurança alimentar

Em conversa com o secretário-geral da ONU, António Guterres, Zelensky garantiu que a Ucrânia está determinada em "continuar a garantir a segurança alimentar mundial" e confirmou o compromisso do seu país com o acordo de cereais.

Já os Estados Unidos, pelo porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, acusam a Rússia de "extorsão coletiva".

"A suspensão do acordo por Moscovo representaria uma punição coletiva para o resto do mundo, mas particularmente para países de baixos e médios rendimentos que precisam desesperadamente desses cereais", advertiu Ned Price.

A passagem pelo Mar Negro a partir da Ucrânia esteve aberta esta segunda-feira. Doze navios carregados com cereais partiram dos portos ucranianos, apesar de a Rússia ter suspendido a sua participação no acordo.

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