Chuvas fortes que se fazem sentir na capital do Kwanza Norte têm provocado, nos últimos anos, inundações e desabamento de várias casas. Famílias reclamam terrenos em zonas que não sejam de risco.
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Os populares da província angolana do Kwanza Norte que têm as suas residências construídas em zonas de risco temem pelas suas próprias vidas, com o aproximar da chegada das chuvas. É nesta época que esta região angolana costuma ser assolada por inundações e desabamento de habitações. O epicentro do problema está em seis bairros caóticos de Ndalatando, capital do Kwanza Norte.
Eva Francisco, moradora do bairro Kilamba Kiaxi, na periferia da cidade, é uma destas pessoas. "Assim estamos mal, não sabemos onde nos meter. Temos de aguentar aqui, vamos onde com as crianças?", lamenta Eva.
Nas mesmas condições estão a anciã Catarina Morais e Branca da Silva, ambas residentes nos bairros Vieta e Kamungo, respetivamente. Em entrevista à DW África contam que, quando chove, não conseguem dormir, porque as suas casas viram uma "lagoa". "Como não temos para onde ir, sujeitamo-nos", desabafa.
Também Branca Agostinho da Silva conta que "muitas casas já inundaram". "Muitas coisas se perderam e estamos assim. Até agora, não temos solução de terreno para nos meterem, perdemos estantes, cadeirões e vários haveres de casa. Por isso, queremos sair daqui", diz.
Mil famílias em risco
Por seu turno, o sub-inspector Bombeiro Gonçalves Luís Manuel, Especialista de Comunicação Institucional e Imprensa, do Comando Provincial do Serviço de Proteção Civil e Bombeiros desta região, revela que mais de mil famílias correm o risco de ver as suas moradias inundar ou desabar nesta época chuvosa. Isto porque se encontram em zonas de risco.
Kwanza Norte: População de Ndalatando preocupada com chegada da época chuvosa
"Estima-se que existam mais de mil famílias nesta situação. Por isso é que nós não temos estado a cruzar os braços, temos vindo a sensibilizar essas pessoas no sentido de se retirarem destes lugares, e também proibir as pessoas de voltarem a construir ali. Temos alertado para o perigo iminente, sobretudo de deslizamento de terra ou inundação", explica.
A população atingida pela calamidade tem vindo a pedir ao executivo local que solucione este que é um problema que tem muitos anos na província. Susana Domingos Lourenço diz-se agastada com a situação. "Estamos cansadas, gostaríamos que o Governo nos desse um sítio para podermos fazer a construção, porque este bairro é mau", conta esta moradora, que acrescenta que mesmo agora, antes da época chuvosa, a humidade continua a existir nas casas.
No entanto, afirma Gonçalves Luís Manuel, "o caso mais recente aconteceu foi em 2016, 2017, que a Administração Municipal de Cazengo atribuia alguns espaços na área da localidade do quilómetro 11 [arredores de Ndalatando], e de facto a administração loteou aquele espaço para auto construção dirigida, mas muitos dos populares não quiseram aceder aos referidos terrenos", aassevera.
Durante o último período chuvoso, de 15 de agosto de 2018 á 15 de maio de 2019, a DW sabe que mais de quinhentas pessoas, o equivalente a duzentas famílias, ficaram desalojadas, em consequência das inundações e desabamentos das suas casas, nesta região de Angola.
Luanda é a cidade que cresce mais rapidamente em África
Não são necessariamente as cidades mais populosas de África, mas são as que crescem de forma mais rápida, segundo as Nações Unidas. Luanda lidera a lista das cidades com maior crescimento populacional no continente.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler
1. Luanda, Angola
Nenhuma cidade africana está a crescer tão rapidamente como Luanda, a capital de Angola. Segundo dados da ONU, vivem aqui mais de 7,7 milhões de pessoas. A idade média dos luandenses é de 20,6 anos. A capital é uma das cidades mais caras do mundo. Mas apenas as elites de Angola beneficiam das grandes reservas de petróleo do país. A população fala em desigualdade social no país.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler
2. Yaounde, Camarões
Com 3,6 milhões de habitantes, a capital dos Camarões é muito menor que a de Angola. Os serviços públicos e as representações diplomáticas estão principalmente concentrados na capital. É por isso que Yaoundé desfruta de um padrão de vida e segurança mais elevados do que o resto dos Camarões. É também um ponto central de transferência de mercadorias como café, cacau, tabaco e borracha.
Foto: Dirke Köpp
3. Dar es Salaam, Tanzânia
A população da capital comercial da Tanzânia aumentou mais de seis vezes desde 1978. Dar es Salaam, com mais de seis milhões de habitantes, é a maior cidade da África Oriental e um importante centro económico e comercial para a região. De 2000 a 2018, a população cresceu 166%.
Foto: DW/E. Boniphace
4. Kumasi, Gana
A população da cidade ganesa de Kumasi aumentou onze vezes para três milhões entre 1970 e 2017. Ultrapassou o número de pessoas que vivem na capital, Accra, em 2014 para se tornar a maior cidade do país. A população do Gana está a crescer de forma rápida, especialmente em cidades como Kumasi. A metrópole económica atrai muitas pessoas do norte do país.
Foto: Imago Images/photothek/T. Imo
5. Kampala, Uganda
Kampala, a principal capital de Uganda, fica nas margens do Lago Vitória. A população total da região mais do que duplicou desde o início do século XXI. Muitas pessoas do interior estão a mudar-se para as cidades. Kampala tem uma das maiores taxas de crescimento em todo o mundo. Espera-se que mais de 40 milhões de pessoas vivam na cidade até 2100.
Foto: picture-alliance/AP Photo/R. Kabuubi
6. Lusaka, Zâmbia
Lusaka, o centro económico e político da Zâmbia, registou um boom demográfico nos últimos anos. O centro da cidade, nos arredores da Independence Avenue e da Cairo Road, é caracterizado por edifícios comerciais, companhias de seguros, bancos, bolsas de valores, hotéis e cadeias de "fast food" americanas. O setor industrial, os transportes e o artesanato também desempenham um papel importante..
Foto: DW/C. Chimbelu
7. Douala, Camarões
A maior cidade dos Camarões também está entre as dez cidades que mais crescem em África. Douala é o lar do maior porto da África Central, que é vital para a economia do país e toda a Comunidade Económica e Monetária da África Central. É um importante centro financeiro, industrial, comercial, cultural e de tráfego dos Camarões.
Foto: picture-alliance / maxppp
8. Mbuji-Mayi, República Democrática do Congo
Provavelmente não há outro lugar no mundo com tantos diamantes como em Mbuji-Mayi. Os comerciantes de diamantes da cidade congolesa pintam edifícios com imagens brilhantes e bonitas para atrair os mineiros. A cidade tinha apenas 30.000 habitantes em 1960. Até 2018, Mbuji-Mayi deverá ter 2,3 milhões de habitantes. A imigração em massa das áreas vizinhas aumentou drasticamente a população.
Foto: Imago Images/H. Hoogte
9. Antananarivo, Madagáscar
Antananarivo é a maior cidade e capital do Estado insular de Madagáscar. A maioria dos turistas entra e sai do país pelo aeroporto da capital. Apesar de um período de doenças e guerras no século XVIII, a população da cidade cresceu de forma constante. Esse crescimento populacional deve-se sobretudo à saída das pessoas do interior para a capital do país.
Foto: Imago Images/Xinhua
10. Pretória, África do Sul
Por último, mas não menos importante, no top 10 está a cidade de Pretória, uma das três capitais da África do Sul. É a capital administrativa, com reconhecimento também no campo do ensino superior e da investigação. Localizada a norte de Joanesburgo, Pretória é um importante centro comercial e industrial, onde são construídas ferrovias, carros, máquinas e aço.