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Kwanza Norte: População preocupada com época chuvosa

26 de novembro de 2019

Chuvas fortes que se fazem sentir na capital do Kwanza Norte têm provocado, nos últimos anos, inundações e desabamento de várias casas. Famílias reclamam terrenos em zonas que não sejam de risco.

Überschwemmungen in Ndalatando
Foto: DW/A. Domingos

Os populares da província angolana do Kwanza Norte que têm as suas residências construídas em zonas de risco temem pelas suas próprias vidas, com o aproximar da chegada das chuvas. É nesta época que esta região angolana costuma ser assolada por inundações e desabamento de habitações. O epicentro do problema está em seis bairros caóticos de Ndalatando, capital do Kwanza Norte.

Eva Francisco, moradora do bairro Kilamba Kiaxi, na periferia da cidade, é uma destas pessoas. "Assim estamos mal, não sabemos onde nos meter. Temos de aguentar aqui, vamos onde com as crianças?", lamenta Eva.

Nas mesmas condições estão a anciã Catarina Morais e Branca da Silva, ambas residentes nos bairros Vieta e Kamungo, respetivamente. Em entrevista à DW África contam que, quando chove, não conseguem dormir, porque as suas casas viram uma "lagoa". "Como não temos para onde ir, sujeitamo-nos", desabafa.

Também Branca Agostinho da Silva conta que "muitas casas já inundaram". "Muitas coisas se perderam e estamos assim. Até agora, não temos solução de terreno para nos meterem, perdemos estantes, cadeirões e vários haveres de casa. Por isso, queremos sair daqui", diz.

Mil famílias em risco

Por seu turno, o sub-inspector Bombeiro Gonçalves Luís Manuel, Especialista de Comunicação Institucional e Imprensa, do Comando Provincial do Serviço de Proteção Civil e Bombeiros desta região, revela que mais de mil famílias correm o risco de ver as suas moradias inundar ou desabar nesta época chuvosa. Isto porque se encontram em zonas de risco.

Kwanza Norte: População de Ndalatando preocupada com chegada da época chuvosa

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"Estima-se que existam mais de mil famílias nesta situação. Por isso é que nós não temos estado a cruzar os braços, temos vindo a sensibilizar essas pessoas no sentido de se retirarem destes lugares, e também proibir as pessoas de voltarem a construir ali. Temos alertado para o perigo iminente, sobretudo de deslizamento de terra ou inundação", explica.

A população atingida pela calamidade tem vindo a pedir ao executivo local que solucione este que é um problema que tem muitos anos na província. Susana Domingos Lourenço diz-se agastada com a situação. "Estamos cansadas, gostaríamos que o Governo nos desse um sítio para podermos fazer a construção, porque este bairro é mau", conta esta moradora, que acrescenta que mesmo agora, antes da época chuvosa, a humidade continua a existir nas casas.

No entanto, afirma Gonçalves Luís Manuel, "o caso mais recente aconteceu foi em 2016, 2017, que a Administração Municipal de Cazengo atribuia alguns espaços na área da localidade do quilómetro 11 [arredores de Ndalatando], e de facto a administração loteou aquele espaço para auto construção dirigida, mas muitos dos populares não quiseram aceder aos referidos terrenos", aassevera.

Durante o último período chuvoso, de 15 de agosto de 2018 á 15 de maio de 2019, a DW sabe que mais de quinhentas pessoas, o equivalente a duzentas famílias, ficaram desalojadas, em consequência das inundações e desabamentos das suas casas, nesta região de Angola.

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