Mali: Oposição contesta presidenciais no Constitucional
AFP | mjp
5 de agosto de 2018
Soumaïla Cissé interpôs vinte recursos no Tribunal Constitucional do país, denunciando várias irregularidades, incluindo "enchimento de urnas". Líder da oposição denuncia ainda "parcialidade" de juízes.
Soumaïla Cissé, líder da oposição.Foto: DW/K. Gänsler
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O líder da oposição maliana, Soumaïla Cissé, anunciou este domingo o recurso ao Tribunal Constitucional por "enchimento de urnas” a favor do chefe de Estado cessante, Ibrahim Boubacar Keïta, que obteve o maior número de votos na primeira volta das presidenciais.
"O candidato Soumaïla Cissé apresentou aqui ontem [sábado, 04.08] duas dezenas de recursos junto do Tribunal Constitucional por enchimento de urnas, violação da lei eleitoral, irregularidades", disse à agência de notícias France Presse (AFP) um porta-voz de Cissé.
"O enchimento de urnas explica, nomeadamente, os resultados de Ibrahim Boubacar Keïta no norte e no centro", afirmou.
A equipa do ex-ministro das Finanças apresentou ainda "uma moção para desqualificar seis juízes do tribunal por suspeitas de parcialidade, incluindo a presidente”, Manassa Danioko.
"É uma moção coletiva" e é apresentada pelos "17 candidatos da frente democrática", acrescenta o campo de Cissé.
Suspeitas de fraude antes da segunda volta
Ibrahim Boubacar Keïta, em Bamako, na primeira volta das eleições, a 29 de julho.Foto: Getty Images/AFP/I. Sanogo
O Tribunal Constitucional, composto por nove juízes, deverá anunciar oficialmente os resultados da primeira volta das eleições na quarta-feira (08.08) para que possa arrancar a campanha para a segunda volta, prevista para 12 de agosto, com Ibrahim Boubacar Keïta apontado como favorito.
O tribunal não confirmou a recepção dos recursos apresentados por Soumaïla Cissé, uma vez que "os requerimentos chegam sob confidencialidade e são diretamente encaminhados ao secretário da presidente", afirmou o secretário-geral do Tribunal Constitucional, Mamadou Magassouba, em declarações à AFP. Magassouba recusou comentar as acusações de parcialidade apresentadas pela equipa de Cissé.
As suspeitas de fraude eleitoral, em particular de enchimento das urnas, são denunciadas por todos os apoiantes da oposição que criticam o facto de o Ministério da Admnistração Territorial ter anunciado os resultados provisórios da primeira volta apenas à escala nacional.
O Governo não tem "qualquer intenção de publicar os resultados detalhados", diz fonte próxima do Ministério perante as repetidas exigências da oposição e dos observadores internacionais em nome da "transparência".
Com a falta de detalhes, multiplicam-se as alegações de manipulação de voto, em particular no norte do país, onde o campo do chefe de Estado é acusado pela oposição de ter beneficiado da violência para manipular as eleições.
Estado Islâmico destrói Património Mundial
Palmira foi em tempos uma cidade próspera no meio do deserto. Mas a ira dos extremistas do Estado Islâmico deixou-a em ruínas. Outros patrimónios da humanidade tiveram um destino parecido: por exemplo Tombuctu, no Mali.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin
Antes e depois dos radicais
Resta pouco da antiga cidade-oásis de Palmira, Património da Humanidade: as termas, as avenidas de colunas e os templos majestosos foram destruídos. Em 2015, os extremistas do Estado Islâmico deitaram abaixo o templo de Baal. O fotógrafo libanês Joseph Eid mostra uma fotografia de 2014 em frente às ruínas - as imagens de Eid estão em exposição no Museu Kestner, em Hanover, no norte da Alemanha.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Destroços por todo o lado
Outras zonas de Palmira também foram destruídas pelos radicais do Estado Islâmico, que saquearam a cidade. Estas fotografias foram tiradas em março de 2016. Por enquanto, ainda não se fala em reconstruir Palmira.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin
Militares protegem Palmira
As tropas governamentais sírias reconquistaram Palmira. E, diariamente, desde março de 2017, militares patrulham as ruínas da cidade contra novos ataques dos radicais do Estado Islâmico. A imagem mostra os destroços do antigo Arco do Triunfo, que foi destruído quase por completo.
Foto: REUTERS/O. Sanadiki
Tombuctu, no Mali
Estes minaretes de argila, típicos do Mali, foram destruídos pelos extremistas do Estado Islâmico em 2012. Entretanto, foram reconstruídos à imagem dos antigos edifícios históricos. O Tribunal Penal Internacional, em Haia, instaurou um processo contra um extremista devido à destruição do Património Mundial.
Foto: picture-alliance/dpa/E.Schneider
Mar Elian, na Síria
O antigo mosteiro de Mar Elian, construído por cristãos a sudeste da cidade de Homs, foi em tempos um edifício magnífico, reconhecido pela UNESCO como Património da Humanidade. Mas militantes do Estado Islâmico também destruíram o mosteiro.
Foto: picture-alliance/dpa/Islamischer Staat
Destruição e propaganda
Não é possível verificar integralmente a autenticidade desta cena. Esta é uma imagem retirada de um vídeo propagandístico do Estado Islâmico, que mostra alegadamente os muros do mosteiro de Mar Elian a serem destruídos por bulldozers. Entretanto, militares sírios reconquistaram a cidade de al-Qaryatain e o mosteiro deverá ser reconstruído.
Foto: picture-alliance/dpa
Hatra, no Iraque
No início de 2015, extremistas do Estado Islâmico também destruíram algumas zonas da antiga cidade de Hatra, ex-capital do primeiro reino árabe - a fotografia mostra a cidade antes do ataque. Também foram destruídas estátuas milenares da época dos assírios em Mosul, no norte do Iraque, e na antiga cidade de Nínive. A cidade histórica de Nimrud terá sido demolida com bulldozers.
Foto: picture-alliance/N. Tondini/Robert Harding
Bamiyan-Tal, destruída pelos talibãs
Em 2001, os talibãs, do Afeganistão, destruíram estátuas do Buda de Bamiyan, que foram esculpidas em arenito vermelho no século VI. Só ficaram as covas onde elas estavam. Agora, as estátuas de 50 metros estão a ser reconstruídas com impressoras 3D.