Governo está a violar o memorando sobre processo de paz?
Leonel Matias (Maputo)
18 de dezembro de 2018
Líder interino da RENAMO, acusou o Governo de violar o memorando de entendimento assinado pelas duas partes, manifestando-se desapontado com a nomeação interina de oficiais da organização para o exército.
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O líder interino da RENAMO, Ossufo Momade, disse esta terça-feira (18.12.) que o memorando de entendimento alcançado entre a liderança do seu partido e o Presidente Filipe Nyusi no âmbito dos esforços para o alcance de uma paz duradoura em Moçambique não prevê a nomeação de oficiais do seu partido para o exército interinamente.
Ossufo Momade disse ainda que ao abrigo do memorando, a RENAMO submeteu ao Governo nomes de 14 oficiais para serem nomeados, tendo sido conduzidos a postos de chefia apenas três.
Momade reage às declarações do titular da DefesaO líder interino da RENAMO reagia às declarações do ministro da Defesa, Atanásio Mtumuke, o qual afirmou há dias que a nomeação interina de três oficiais do maior partido da oposição para o exército não violava o memorando de entendimento.
"Preocupa aos moçambicanos o facto de o ministro da Defesa Nacional pretender ignorar e desrespeitar este memorando de entendimento, o que dá a entender a existência de dois comandos no seio das Forças de Defesa e Segurança", afirmou Ossufo Momade."Solicitamos ao Presidente da República na sua qualidade de subscritor do Memorando de Entendimentopara corrigir as nomeações interinas e proceder ao cumprimento desse documento. A bem da nação solicitamos também a celeridade nos passos subsequentes".
Indignação e preocupaçãoO líder interino da RENAMO disse a jornalistas falando via teleconferência que manifestou a sua indignação e preocupação relativamente a implementação do memorando ao grupo de contacto internacional para a paz em Moçambique num encontro mantido na semana passada.
"Asseguramos a esses parceiros o compromisso do partido RENAMO de prosseguir com as negociações, sobretudo comprometemo-nos a respeitar o Memorando de Entendimento subscrito por nós e pelo Presidente da República no dia seis de agosto de 2018, pelo que também exigimos o seu cumprimento pela contraparte".
A missão do grupo de contacto era constituída pelo respetivo Presidente, o embaixador da Suíça, Mirko Manzoni, o co-presidente do grupo e embaixador dos Estados Unidos da América, Dean Pittman, o embaixador da União Europeia, Antonio Sánchez-Benedito, e o alto comissário do Botsuana, Gobe Pitso.
Líder da RENAMO acusa Governo de violar memorando de entendimento sobre processo de paz
Grupo de contacto satisfeito com o diálogo
O grupo de contacto afirmou na ocasião através de um comunicado ter ficado "satisfeito com o diálogo com a RENAMO e com a confirmação do seu compromisso de manter a paz e a implementação do memorando de entendimento sobre o processo de Desmilitarização, desmobilização e Reintegração das forças residuais do partido".
Durante a teleconferência desta terça-feira, o líder interino da RENAMO voltou a rejeitar os resultados das eleições autárquicas de 10 de outubro, afirmando que foram fraudulentas.
"Reiteramos o nosso apelo ao Presidente da República, sociedade civil moçambicana, às confissões religiosas e à comunidade internacional, incluindo as Nações Unidas, para, em conjunto, reporem a verdade eleitoral do dia 10 de outubro".
Moçambique: Primeiro painel feito com azulejos de plástico reciclado em África
Maputo com o primeiro painel com azulejo de plástico reciclado, do continente africano. A obra de arte visa despertar nos citadinos a importância da reciclagem do plástico para preservação do meio ambiente.
Foto: DW/R. da Silva
Por uma cidade melhor, diga não ao plástico no lixo
Em Maputo lixo reciclado serve para erguer o maior mural feito em mosaicos de plásticos recolhidos nas ruas da capital moçambicana. O espaço lança um repto à conservação do meio ambiente e apela para aumentar a reutilização e reciclagem dos plásticos em Moçambique.
Foto: DW/R. da Silva
Mural com azulejos de plástico reciclado em Maputo
Este é o primeiro mural feito de azulejos com plástico reciclado em África. Um espaço que suscita a curiosidade dos munícipes. O mural foi inaugurado a 3 de outubro. Trata-se de um projeto que conta com a colaboração do Conselho Municipal de Maputo, a organização ambiental New Sigma e a Direção Nacional do Ambiente e visa sensibilizar as pessoas para a conservação do meio ambiente.
Foto: DW/R. da Silva
Plástico domina o lixo encontrado nas praias
As garrafas plásticas são as mais usadas pelos citadinos de Maputo, que depois de utilizadas são atiradas para qualquer sítio. Nos dias de muito calor as praias ficam lotadas de garrafas plásticas devido à falta de contentores para o lixo. Mas, depois de recolhidas pelos munícipes, são recicladas, num trabalho que envolve até crianças que assim conseguem ganhar um extra para o dia-a-dia.
Foto: DW/R. da Silva
Ambientalista alerta para preservação do meio ambiente
Rui Silva é ambientalista e um dos mentores da ideia de reciclar plásticos que servem para fabricar azulejos que se encontram expostos no mural junto à praia da Costa do Sol, na zona nobre da capital, Maputo.
Foto: DW/R. da Silva
Mural com 2600 azulejos
O ambientalista Carlos Serra, que participa no projeto, diz que na construção do mural foram usados cerca de 2600 azulejos a partir de 130 mil tampas de plástico, mais de 2030 garrafas “pet”, do tamanho maior, 189 embalagens de esferovite do "take away" e 414 sacos de plástico.
Foto: DW/R. da Silva
Mural recebe muitos visitantes por dia
O maior mural de África com material reciclado atrai atenção de vários citadinos de Maputo que visitam o local para saber como é possível transformar "tampinhas" de plástico em azulejos. Mural desperta muita curiosidade no seio da população da capital moçambicana.
Foto: DW/R. da Silva
Garrafas de plástico fazem parte do quotidiano
Em muitas praias de Moçambique as pessoas, depois de usarem as garrafas de plástico, jogam o recipiente ao mar. Aliás foram nas praias onde começou a recolha de garrafas e tampas plásticas. A iniciativa juntou o útil ao agradável: limpar as praias e reciclar o plástico para o fabrico de azulejos.
Foto: DW/R. da Silva
Envolvimento das comunidades na preservação do meio ambiente
A matéria-prima foi recolhida por muitos munícipes, nomeadamente crianças, que para além de terem ajudado a evitar que as garrafas de plástico fossem para o mar permite-lhes ter maior conhecimento sobre os impactos negativos da poluição marinha com sérios danos tanto para a natureza como para a saúde das populações.