As autoridades sul-sudanesas detiveram o chefe da Frente Unida. No ano passado, o líder do grupo rebelde não aderiu ao acordo de paz assinado entre o Governo e a oposição.
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As autoridades do Estado de Lol, no Sudão do Sul, anunciaram na noite de sexta-feira (23.08) a detenção do general Kuol Athuai, líder do grupo rebelde Frente Unida, que não aderiu ao acordo de paz de 2018 entre o Governo e a oposição armada.
Any Any George, porta-voz do Governo local do Estado de Lol, disse que Athuai foi detido, juntamente com todos os seus guardas, e levado para a base militar de Wun Yiik, de onde serão transferidos para a capital sudanesa, Juba.
O porta-voz acrescentou que, antes da detenção, os rebeldes lançaram um ataque na quinta-feira contra as tropas do Governo na área de Korok ocidental e nos confrontos o comandante do exército Garang Ngnog morreu, além de cinco combatentes rebeldes.
A Frente Unida do Sudão do Sul foi fundada em abril de 2018 pelo ex-chefe do Estado-Maior do Exército Paul Malong Awan, sancionado por Washington, para fazer frente às políticas do Presidente do país, Salva Kiir.
Em agosto de 2018, Kiir chegou a um acordo de paz com a maioria das fações opositoras armadas, em primeiro lugar com a do seu antigo vice-presidente Riek Machar, mas a aplicação do acordo está a ser "lenta e complicada".
Sudão do Sul: Crianças da zona de guerra
No Sudão do Sul, deslocados internos são acolhidos nos campos de proteção das Nações Unidas. Muitos são crianças sem os pais. A Nonviolent Peaceforce (NP), uma organização não-governamental, tem ajudado essas crianças.
Foto: DW / F. Abreu
Entre os deslocados, pais desaparecidos
Mais de 30.000 pessoas vivem nos campos de acolhimento das Nações Unidas em Juba, capital do Sudão do Sul. Cerca de 7.000 são crianças que perderam contacto com os pais. Agora, a ONG Nonviolent Peaceforce está tentando reunir as famílias.
Foto: DW / F. Abreu
Encontrando as famílias
O primeiro passo é definir a identidade da criança. Em seguida, recolhe-se o máximo de informações possíveis que possam ajudar a localizar os pais. Os dados ficam então disponíveis na internet e podem ser acessados por todas as organizações que trabalham pela protecção das crianças no Sudão do Sul. Se uma família não pôde ser localizada, as crianças são encaminhadas para adoção.
Foto: DW / F. Abreu
Forças de Paz femininas
No Sudão do Sul, a Nonviolent Peaceforce protege mulheres e crianças. Esses grupos raramente participam dos conflitos armados, mas são muito afetados. Por isso, a organização está a criar equipas femininas de luta pela paz. Essas mulheres são especialmente treinadas para combater a violência sexual e de gênero nas comunidades.
Foto: DW / F. Abreu
Mulheres pela Paz
Além de treinamento, as equipas de Mulheres pela Paz recebem acompanhamento constante. Elas ajudam outras mulheres vulneráveis nas comunidades contra a violência sexual, de gênero e também a identificarem os riscos. Em contacto com as autoridades, contribuem para que os culpados sejam levados à justiça.
Foto: DW / F. Abreu
Ulang, no Estado do Alto Nilo
A guerra civil começou como uma disputa política. Entretanto, reacendeu o conflito entre as etnias Dinka, do Presidente Salva Kiir; e Nuer, liderada pelo rebelde Riek Machar. Ulang, região localizada no Estado do Alto Nilo, é dominada pelos Nuer. Em maio de 2015, foi alvo das tropas do Governo. O resultado? Dezenas de pessoas mortas. A única área de paz tornou-se palco de mais um conflito.
Foto: DW / F. Abreu
Proteção para as crianças de Ulang
Em Ulang, a Nonviolent Peaceforce desenvolve um projeto de proteção para as crianças. Esse é um dos seis projetos dessa organização não-governamental no Sudão do Sul. Tais projetos variam de acordo com as necessidades locais. Em Ulang, por exemplo, voluntários da comunidade garantem o lazer e o esporte às crianças.
Foto: DW / F. Abreu
Futebol num antigo campo de batalha
Na escola primária Kopuot, em Ulang, as crianças que participam do projeto agora podem jogar futebol. O prédio ao fundo ainda tem as marcas de balas nas paredes. Uma triste lembrança de que, durante a ofensiva de maio, essa escola foi alvo das tropas do Governo.
Foto: DW / F. Abreu
De volta à escola
Em maio, durante a ofensiva do Governo, todos os materiais escolares e muitos outros materiais foram destruídos. Agora, em salas de aula improvisadas, luta-se para que as crianças da comunidade tenham acesso à educação. Autoria: Fellipe Abreu