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PolíticaZâmbia

Líderes africanos lamentam morte de Kenneth Kaunda

Lusa
18 de junho de 2021

Líderes africanos lamentaram hoje a morte de Kenneth Kaunda, o primeiro Presidente e fundador da Zâmbia, a quem elogiaram pelo papel proeminente no movimento de libertação anticolonial do continente africano.

Kenneth Kaunda | ehemaliger Präsident Sambias
Foto: Stephane De Sakutin/AFP/Getty Images

"Em nome do Governo e do povo da África do Sul, desejo expressar as nossas mais profundas condolências à família Kaunda, ao Governo e ao povo da República da Zâmbia", disse o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa.

"Também nunca esqueceremos que foi com a ajuda a solidariedade desse líder extraordinário que conquistamos a nossa liberdade e a nossa democracia. Que a sua alma descanse em paz", acrescentou Ramaphosa, numa mensagem publicada na sua conta na rede social Twitter.

“A região da SADC e todo o continente africano, estão muito gratos pelo importante contributo do antigo Presidente Kenneth Kaunda nos nossos esforços comuns para trazer e defender a independência, paz e segurança na região e em todo o continente. De facto, o seu gigantesco legado brilhará para sempre", escreveu o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, numa mensagem de condolências ao seu homólogo da Zâmbia, Edgar Lungu.

O Presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, declarou-se, no Twitter, "profundamente entristecido" pela morte do antigo Presidente da Zâmbia, pois "a África perdeu um lutador pela libertação, um patriota e um verdadeiro pan-africanista".

"A morte do ex-Presidente Kaunda é uma perda para os seus compatriotas na Zâmbia, para os seus amigos no Botsuana e para o continente africano. Enviamos as nossas condolências ao povo da Zâmbia durante este período difícil", disse no Twitter o Presidente do Botsuana, Mokgweetsi Masisi, que declarou sete dias de luto nacional.

Já o Presidente do Uganda, Yoweri Museveni, afirmou na mesma rede social que Kuanda "lutou pela independência da Zâmbia e deu um grande contributo para a luta pela liberdade da África Austral".

Na mesma linha, o Presidente do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, transmitiu as suas "mais profundas condolências" à família de Kaunda, "um libertador e líder, e o primeiro presidente de uma Zâmbia independente".

Para o Presidente da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tshisekedi, Kaunda foi "uma importante figura do pan-africanismo e um dos últimos sobreviventes das lutas de libertação do continente do jugo colonial que se extinguiu".

Luto nacional de 21 dias

O líder da independência e primeiro Presidente da Zâmbia, Kenneth Kaunda, morreu aos 97 anos, anunciou na quinta-feira o Governo zambiano. "Morreu pacificamente" no Hospital Militar Maina Soko, em Lusaka, disse na quinta-feira (17.06) o secretário do Governo da Zâmbia, Simon Miti, na televisão nacional, anunciando um período de luto nacional de 21 dias.

O antigo chefe de Estado, que liderou o antigo protetorado britânico durante quase três décadas, tinha sido internado, na segunda-feira (14.06), no hospital militar da capital Lusaka com pneumonia.

Kenneth Kaunda em junho de 1961Foto: Tony Davis/Daily Express/Hulton Archive/Getty Images

O atual Presidente da Zâmbia, Edgar Lungu, expressou na quinta-feira a sua "grande tristeza" numa publicação na rede social Facebook. 

Também apelidado de "o Gandhi africano" pelo seu ativismo não violento, Kenneth Kaunda conduziu a antiga Rodésia do Norte à independência sem derramamento de sangue em outubro de 1964.Socialista que esteve próximo de Moscovo, governou o país durante 27 anos. 

Após violentos tumultos, aceitou eleições livres em 1991 e foi derrotado. Enquanto no poder, apoiou muitos movimentos que lutavam pela independência ou contra o domínio da minoria branca noutros países da região, incluindo o Congresso Nacional Africano (ANC) na África do Sul.

Desde a sua reforma em 2000, esteve envolvido na resolução de crises no continente africano no Quénia, Zimbabué, Togo e Burundi, bem como na luta contra a sida, depois de ter anunciado publicamente que um dos seus filhos tinha morrido da doença. A sua saúde agravou-se após a morte, em setembro de 2012, da sua mulher, com quem teve nove filhos.

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