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Líderes mundiais unidos no adeus a Mandela

Nuno de Noronha/ Daniel Pelz10 de dezembro de 2013

No estádio do Soccer City, no Soweto, a África do Sul e o mundo despediram-se esta terça-feira (10.12) do herói da luta contra o apartheid. Noventa e um chefes de Estado e de Governo estiveram no local.

Foto: Reuters

A chuva intensa não chegou para estragar a cerimónia. O estádio FNB, no Soweto, teve lotação quase esgotada. Mais de 95 mil pessoas quiseram dizer o último adeus a Nelson Mandela.

Já às primeiras horas da manhã, uma fila estendia-se à volta do recinto aguardando o momento da entrada no edifício.

Os Presidentes Barack Obama (EUA), Raul Castro (Cuba) e Dilma Roussef (Brasil): três dos 91 líderes que prestaram homenagem a Nelson Mandela em JoanesburgoFoto: Reuters

Noventa e um chefes de Estado e de Governo de todo o mundo rumaram a Joanesburgo para participar nas celebrações fúnebres do líder que ensinou o planeta a unir-se. A lista de nomes é a representação fiel daquilo a que Mandela chamava de união e igualdade.

Nomes como Barack Obama, Presidente dos Estados Unidos, e Raul Castro, homólogo cubano cruzaram-se em apertos de mão. Mesmo depois da morte, Nelson Mandela faz história.

“Ele mostrou-nos que é possível, não só nas páginas dos livros de história, mas também nas nossas próprias vidas", disse Barack Obama num discurso seguido de ovação.

Família e amigos unidos

No estádio Soccer City, a classe política mundial incluía inimigos e aliados, mas nenhum indiferente a Nelson Mandela. A família de Madiba totalmente unida no camarote foi aplaudida. A audiência cumprimentou em êxtase a ex-mulher Winnie Mandela, já que a maioria continua relutante em relação à segunda esposa, a moçambicana Graça Machel. Porém, as duas últimas mulheres do histórico líder do ANC abraçaram-se e beijaram-se.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, foi outra das personalidades que discursou, destacando no líder o percurso persistente na luta pela liberdade.

Líderes mundiais unidos no adeus a Mandela

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“Ele sacrificou-se muito. Pela liberdade, pela igualdade, pela democracia e pela justiça”, recordou Ban Ki-moon.

No estádio, ecrãs gigantes transmitiam a cerimónia. Vivia-se um ambiente parecido com os dos concertos e dos jogos de futebol, com as bancadas a aquecerem com canções revolucionárias e hinos religiosos, ao som das vuvuzelas e de apitos.

Num discurso emocionado, Dlamini Zuma, presidente da Comissão da União Africana, recordou o líder que mudou o mundo. “Durante a sua presidência, o campeão da Paz e segurança no continente Nelson Mandela trabalhou apaixonadamente pelo desenvolvimento de África. Numa vida de luta e serviço pela humanidade, na sua relação com toda a gente, ele mudou a história não só de África do Sul e de África, mas de todo o mundo".

Estádio com ambiente de festa

O estádio Soccer City esteve praticamente cheio, onde milhares de sul-africanos e apoiantes de todo o mundo despediram-se de Madiba com cantos e louvoresFoto: Reuters

O estádio entrou em euforia quando Jacob Zuma, Presidente da África do Sul, entrou no recinto e o seu nome e imagem surgiram nos ecrãs gigantes - foi uma vaia memorável para um sucessor de Mandela, igualmente veterano na luta contra o apartheid.

“Hoje, no dia internacional dos Direitos Humanos, nós celebramos Madiba, o homem da paz. Hoje é o vigésimo aniversário da entrega do prémio Nobel da Paz a Mandela, em 1993. Este homem foi um lutador pela liberdade", homenageou.

"O seu amor pela paz foi também evidente no seu trabalho em todo o continente africano. Caros amigos, não há ninguém como Madiba, ele é único”, concluiu.

Joachim Gauck, Presidente da Alemanha, aos microfones da DW, destacou a figura de um homem determinado.

"Podemos realmente curvar-nos perante Mandela porque este homem tão lutador e determinado era ao mesmo tempo um homem muito bom. Foi capaz de converter toda a dor e amargura em prontidão para a reconciliação. E, por isso, tornou-se numa das principais figuras do século passado”, considerou Joachim Gauck.

Nos próximos três dias, o corpo de Mandela vai estar exposto em Pretória, a capital da África do Sul, até que, no domingo, será finalmente sepultado em Qunu, a sua terra natal.

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