Joachim Löw toma medidas drásticas na “National Mannschaft”, e exclui das convocatórias Jerome Boateng, Mats Hummels e Thomas Müller, três campeões do mundo no Brasil, em 2014, e todos eles jogadores do Bayern Munique.
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Tida por alguns quadrantes como uma medida aguardada (e até retardada no tempo, podendo ter sido tomada logo após a desastrosa presença da Alemanha na fase final do Mundial da Rússia), a posição do selecionador alemão configura uma mudança de paradigma, afastando três "históricos” da equipa nacional para dar espaço a novos valores, numa lógica de renovação que se alicerça no projeto global da federação alemã de futebol (DFB), ela própria apostada em criar condições para expandir a formação de novos talentos por todo o país.
Em declarações ao diário "Bild”, Löw agradeceu a contribuição dos três futebolistas à seleção nacional e a partilha de muitos anos de êxitos únicos e extraordinários, mas avançou querer dar "uma nova cara” à equipa, projetando as bases para o futuro.
Mais de 250 jogos pela seleção alemã
Em conjunto, os defesas centrais Boateng e Hummels e o médio ofensivo Müller somam cerca de 250 jogos pela "mannschaft”. Hummels e Boateng, ambos de 30 anos, foram campeões europeus de "sub 21” em 2009, e os três estiveram no Mundial da África do Sul, onde a Alemanha chegou às meias-finais, com a equipa mais jovem em 76 anos de presenças. Quatro anos volvidos, participaram no Mundial do Brasil, onde se sagraram campeões do mundo.
Thomas Müller não escondeu o seu desapontamento, dando conta de alguma surpresa pela medida do selecionador Joachim Löw. O jogador, de 29 anos de idade, Bota de Ouro no Mundial de 2010 e segundo melhor marcador no Brasil, com cinco golos, sublinhou ter ainda muito a dar ao futebol, embora, esta temporada, não seja uma das opções mais utilizadas pelo técnico Niko Kovać no Bayern Munique (foi apenas 18 vezes titular na Bundesliga e seis na Liga dos Campeões).
Uma renovação "anunciada"
A má carreira da seleção germânica na fase final do Mundial de 2018 (tendo sido afastada, pela primeira vez, na fase de grupos) e na Liga das Nações (terceira classificada no seu grupo e despromovida à liga B) estarão na base de uma necessária reflexão e renovação, após o voto de confiança dado pela federação ao treinador principal, com a extensão do contrato até ao final do Europeu de 2020. Na fase de qualificação, os alemães, no grupo C, terão como adversários a Holanda (num reencontro após a Liga das Nações), a Irlanda do Norte, a Estónia e a Bielorrússia, iniciando justamente em Amesterdão, frente à seleção de Ronald Koeman, no próximo dia 24 de março, a caminhada para a fase final do torneio.
As estrelas e desilusões do Mundial 2018
A França venceu a 21ª edição do campeonato do mundo de futebol, organizado pela FIFA. Saiba quem brilhou e quem desiludiu no Mundial da Rússia.
Foto: REUTERS
Melhor Jogador - Luka Modrić
Luka Modrić foi o melhor jogador do Mundial de 2018. O médio croata de 32 anos, tricampeão europeu pelo Real Madrid, foi o grande responsável pela caminhada histórica da Croácia até à final. Tatica e tecnicamente, Modrić continua ao mais alto nível. Dois golos e uma assistência direta para golo, mas o futebol croata foi pensado pela cabeça de Modrić, o cérebro da equipa. Prémio mais que justo.
Foto: Reuters/K. Pfaffenbach
Melhor Jogador Jovem - Kylian Mbappé
Kylian Mbappé, o "tartaruga ninja", foi eleito, com justiça, o melhor jogador jovem do Mudial de 2018. Com apenas 19 anos, Mbappé é a segunda maior transferência do futebol mundial (custou 180 milhões de euros ao PSG), campeão do mundo pela França e o melhor jovem do Mundial, com 4 golos. A época de 2017/18 foi de sonho para uma das maiores, ou até mesmo, maior promessa do futebol mundial.
Foto: REUTERS
Melhor Marcador - Harry Kane
Depois do desgosto de perder a meia-final no prolongamento para a Croácia, e o terceiro lugar, para a Bélgica, Kane deverá ser uma das poucas memórias positivas que a Inglaterra traz do Mundial da Rússia. O avançado de 24 anos do Tottenham Hotspur, fez seis golos em seis jogos, e ganha o prémio de melhor marcador do Mundial. Kane igualou o feito da lenda inglesa, Gary Lineker, no Mundial de 1986.
Foto: Reuters/D. Martinez
Melhor Guarda-Redes - Thibaut Courtois
Thibaut Courtois foi o guarda-redes que mais interveio neste Mundial 2018. O guardião belga, de 1.99cm, fez 27 defesas, em sete jogos, o que representa uma média de 81.8% de eficácia de defesas. A Bélgica sofreu seis golos na competição, e a solidez defensiva deve-se, em grande parte, a Courtois, que defendeu várias bolas para golo, que podiam ter impedido o belo percurso da Bélgica neste Mundial.
Foto: Reuters/M. Dalder
Desilusão - Alemanha
Campeã do mundo em 2014, e a segunda seleção com mais títulos mundiais, 4 (a par da Itália), era díficil prever que a Alemanha fizesse história... pela negativa no Mundial 2018. "Die mannschaft" ficou em último lugar do grupo D, e, pela primeira vez, foi eliminada na fase de grupos de um campeonato do mundo de futebol. Uma atuação humilhante e que deixou muito a desejar, de uma seleção campeã.
Foto: Reuters/M. Dalder
Melhor Ataque - Bélgica
A Bélgica praticou um futebol ofensivo e cativante no Mundial da Rússia. Os 16 golos marcados, em sete jogos, dão uma média de dois golos por jogo, dos belgas. Romelu Lukaku marcou quatro desses 16 golos e foi o segundo melhor marcador deste Mundial 2018. No entanto, foi Eden Hazard quem mais contribuiu para a produção ofensiva da Bélgica. Três golos e duas assistências.
Foto: Reuters/T. Hanai
Jogos com mais golos
Bélgica e Tunísia protagonizaram o jogo com o maior número de golos marcados no Mundial 2018. No segundo jogo do Grupo G, os belgas venceram a seleção africana por 5-2. No entanto, um dia depois, a Inglaterra goleou o Panamá por 6-1 e igualou a marca dos sete golos.
Foto: Reuters/A. Gea
Alarme Africano
O Mundial de 2018 deve servir de exemplo, a não repetir. O continente africano teve cinco representantes no campeonato do mundo, na Rússia. Egito, Marrocos, Nigéria, Senegal e Marrocos, nenhuma destas seleções conseguiu passar da fase de grupos do Mundial. Este fator deveria preocupar o futebol africano. O talento e a experiência de grandes equipas estão lá. Talvez, falte querer "ser grande".