Legalização da comunidade angolana na Namíbia é autorizada
Lusa | kg
6 de outubro de 2019
A embaixadora de Angola na Namíbia anunciou que obtenção do cartão consular por angolanos residentes no país terá início imediato. Bilhetes de identidade serão emitidos para reduzir problemas de angolanos indocumentados.
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A embaixadora de Angola na Namíbia, Jovelina Imperial, anunciou este sábado (05.10) que os primeiros serviços relativos à legalização dos cidadãos angolanos naquele país vão iniciar imediatamente com a inscrição para a obtenção do cartão consular. A diplomata fez o anúncio numa reunião com cerca de 200 angolanos residentes naquele país
Segundo uma nota da embaixada, a falta de documentação apropriada e o elevado número de jovens que atravessam ilegalmente a fronteira da Santa Clara, na província do Cunene, à procura de melhores condições de vida foram o foco das preocupações transmitidas pela comunidade.
A diplomata, que esteve acompanhada por uma brigada do setor consular e outros funcionários da missão diplomática, disse que os primeiros serviços de legalização iriam iniciar-se logo após o encontro.
Força-tarefa
Jovelina Imperial disse que iria também contatar os departamentos ministeriais angolanos para levar até à Namíbia uma brigada para emissão de bilhete de identidade e, assim, minimizar os problemas enfrentados pelos angolanos sem documentação.
O Soba (líder tradicional) da comunidade angolana em Windhoek, a capital do país, realçou que "a comunidade deve estar mais unida". Domingos Katinde pediu que este tipo de reuniões se realizem com maior frequência, uma vez que a comunidade encontra-se dispersa pelas diferentes localidades do bairro Katutura.
O encontro com a comunidade aconteceu um mês depois da acreditação da diplomata angolana na República da Namíbia e contou com a presença de representantes da prefeitura da cidade de Windhoek e da polícia namibiana.
Angola: Jovens desempregados marcham em Luanda
O elevado índice de desemprego levou os jovens angolanos novamente às ruas. Durante a caminhada de sábado (08.12) os "kunangas", nome atribuído aos desempregados, exigiram políticas para a criação de postos de trabalho.
Foto: DW/B. Ndomba
Caminhar por mais emprego
Onde estão os 500 mil empregos que o Presidente da República, João Lourenço, prometeu durante a campanha eleitoral de 2017? Foi uma das questões colocadas pelos jovens desempregados que marcharam nas ruas de Luanda. A marcha decorreu sob o lema "Emprego é um direito, desemprego marginaliza".
Foto: DW/B. Ndomba
Apoio popular
Populares e vendedores ambulantes apoiaram o protesto deste sábado, que foi também acompanhado pelas forças de segurança. Participaram na marcha algumas associações como o Movimento Estudantil de Angola (MEA) e a Associação Nova Aliança dos Taxistas. Os angolanos que exigem criação de mais postos de trabalho marcharam do Cemitério da Sant Ana até ao Largo das Heroínas, na Avenida Ho Chi Minh.
Foto: DW/B. Ndomba
Níveis alarmantes
O Governo angolano reconhece que o nível de desemprego é preocupante no país. 20% da população em idade ativa está desempregada, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados no ano passado. Os jovens em Angola são os mais afetados - 46% não têm emprego.
Foto: DW/B. Ndomba
Palavras de ordem
Os manifestantes exibiram vários cartazes com mensagens dirigidas ao Presidente e ao Governo: "João Lourenço mentiroso, onde estão os 500 mil empregos?", "Ser cobrador de táxi não é minha vontade" e "Por kunangar perdi respeito em casa”, foram algumas das questões levantadas.
Foto: DW/B. Ndomba
Estágios, inclusão e subsídios
Além de empregos, os manifestantes exigem políticas de estágio - para que os recém formados tenham a experiência exigida pelas empresas – e programas que beneficiem pessoas com deficiência física. Este sábado, pediram também ao Governo que atribua subsídio de desemprego aos angolanos que não trabalham.
Foto: DW/B. Ndomba
Sem perspetivas de trabalho
O índice do desemprego piorou com a crise económica e financeira em Angola, desde 2015. O preço do crude caiu no mercado internacional, e, como o país está dependente das exportações de petróleo, entraram menos divisas. Muitas empresas foram obrigadas a fechar as portas e milhares de cidadãos ficaram desempregados.
Foto: DW/B. Ndomba
Formados e desempregados
Entre os manifestantes ouvidos pela DW África em Luanda, histórias como a de Joice Zau, técnica de refinação de petróleo, repetem-se. Concluiu a sua formação em 2015 e, desde então, não teve quaisquer oportunidades de emprego: "Já entreguei currículos em várias empresas no ramo petrolífero e nunca fui convocada", conta. Gostaria de continuar a estudar, mas, sem emprego, são muitas as dificuldades.
Foto: DW/B. Ndomba
É preciso fazer mais
Para a ativista Cecília Quitomebe, o Executivo está a "trabalhar pouco para aquilo que é o acesso ao emprego para os jovens". No final da marcha, a organização leu um "manifesto" lembrando que a contestação à política de João Lourenço começou a 21 de julho, quando o mesmo grupo de jovens exigiu mais políticas de emprego. Na altura, a marcha realizou-se em seis cidades. Este sábado, ocorreu em 12.