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Lei de crimes informáticos aprovada em Angola; persiste a polémica

25 de maio de 2011

O parlamento angolano aprovou a lei que protege dados pessoais e regula comunicações eletrónicas e serviços da sociedade de informação. Artigos criticados por "restringirem liberdades" serão apreciados novamente.

Na capital angolana os deputados da oposição não concordam com alguns pontos da nova lei de crimes informáticos aprovada na terça-feira (24/5)Foto: picture-alliance/ ZB

Mesmo aprovada uma parte destas leis que regulam o uso da internet em Angola, a polémica continua. A bancada parlamentar do PRS, Partido da Renovação Social, a segunda maior força da oposição, mostrou-se preocupada com as alegadas inconformidades do ponto de vista jurídico-legal e político previstas neste pacote legislativo - e que no seu entender violam a Constituição da República.

Sapaulo António, presidente da bancada do PRS, diz que o pacote peca gravemente do ponto de vista jurídico, legal e político ao violar a Constituição e os seus artigos. Sapaulo António vai mais longe e faz a seguinte acusação: "Com estes diplomas, o regime pretende limitar e reprimir os seus cidadãos pondo em causa os direitos e liberdades (leia mais sobre as críticas ao projeto nos links abaixo)."

Isaías Samakuva, o presidente da UNITA, o maior partido da oposição. O seu partido acha que a nova lei serve a interesses do poderFoto: DW

Já a UNITA, maior força politica da oposição no parlamento, na voz de Silvestre Gabriel Samy, o líder da bancada parlamentar, defendeu um uso que considera apropriado para as tecnologias de informação e de comunicação: "As tecnologias de informação e comunicação devem servir o povo e não determinados objetivos estratégicos que concorrem para a hegemonia do poder e do domínio."

Partido no poder finca pé

Por seu turno, o MPLA, partido maioritário e no poder, na voz de Virgílio de Fontes Pereira, o presidente do grupo parlamentar, defendeu que seja introduzida na lei de combate a crimes na internet toda a legislação extra, que ficou de fora da agenda e que poderia condenar a pena entre oito e 12 anos de prisão um cidadão por alegado crime com recurso à internet.

"Faz todo o sentido que toda a alteração avulsa que se pretende introduzir seja compatibilizada com a aprovação do código penal.", afirmou Pereira. Recorde-se que o código penal angolano tem aprovação prevista para o corrente ano legislativo e está atualmente em revisão.

Com 161 votos a favor, 23 contra e sem nenhuma abstenção, os parlamentares aprovaram na especialidade a proposta de lei-quadro das comunicações eletrónicas e dos serviços da sociedade da informação (leia mais sobre a legislação, considerada controversa, nos links abaixo).

Ainda neste pacote legislativo, foi aprovado com 162 votos a favor, 22 contra e 0 abstenções o diploma sobre a protecção dos dados pessoais.

Autor: Manuel Vieira (Luanda)
Revisão: Nádia Issufo/Renate Krieger

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