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LGDH denuncia rapto de ativista na Guiné-Bissau

6 de outubro de 2020

Liga Guineense dos Direitos Humanos, citando testemunhas, denuncia que o ativista político Queba Sané terá sido raptado "por um grupo de pessoas ainda por identificar". O ativista terá sofrido intimidações dias atrás.

Bissau (Foto ilustrativa)Foto: DW/F. Tchuma

De acordo com as infromações divulgadas pela LGDH na sua página no Facebook, Sané - também conhecido como RKelly - terá sido espancado, algemado, colocado numa viatura e depois raptado na noite desta segunda-feira (05.10).

Testemunhas ouvidas pela orginização de defesa dos direitos humanos dizem conhecer a identidade dos responsáveis pelo rapto, assim como a titularidade da viatura utilizada no ato. No entanto, não avançaram mais detalhes, segundo a nota publicada pela LGDH.

A LGDH afirma que o ativista guineense "havia denunciado à Polícia Judiciária, há 4 dias, supostas ameaças e intimidações de que estaria a ser alvo devido as opiniões e críticas que tem publicado na sua página pessoal nas redes sociais".

No mesmo comunidado, a Liga Guineense dos Direitos Humanos "exige das autoridades policiais a localização imediata do paradeiro de Queba Sané". Também a responsabilização dos autores do ato que a organização classificou como "hediondo" e que "atenta contra os pilares da democracia e do Estado de Direito".

O que diz a família?

Uma fonte familiar precisou à agência de notícias Lusa que RKelly "estava a ser alvo de ameaças" de há uns tempos a esta parte, através de chamadas telefónicas e abordagens pessoais e que o próprio tinha denunciado na sua página da rede social Facebook. 

RKelly era ligado aos elementos do atual poder em funções na Guiné-Bissau e assumia-se como "combatente pela nova independência" do país, em referência às lutas políticas que o seu grupo travou contra o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). 

Nos últimos tempos, porém, eram visíveis, na sua página Facebook, algumas abordagens críticas que fazia contra a atuação do atual poder instalado na Guiné-Bissau. 

A mais vincada crítica foi quando RKelly considerou inaceitável o encerramento de ruas e avenidas de Bissau no dia 24 de setembro, por ocasião das celebrações do 47.º aniversário da independência nacional, por causa da visita ao país de quatro chefes de Estado da sub-região. 

Artigo atualizado às 10h21 do Tempo Universal Coordenado (UTC)

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