Mudança do selecionador na ordem do dia na Alemanha
19 de novembro de 2020A seleção alemã de futebol precisava de um precioso empate contra a Espanha para fechar o ano com, pelo menos, uma nota positiva, mas acabou por ser massacrada pelos espanhóis por 6-0. O resultado podia ter sido ainda pior para os alemães.
O técnico Joachim Löw era já contestado no comando da Mannschaft, mas depois da derrota expressiva seus críticos elevaram o tom. A decepção germânica que vem de há muito tempo, coloca Löw sob muita pressão para abandonar o cargo que ocupa desde 2006.
Questionado pelos jornalistas no final do jogo se estava preocupado com a sua permanência no cargo de selecionador alemão, Löw disse que "é preciso perguntar a outras pessoas” e que não podia responder de forma espontânea.
A verdade é que o seu contrato com a Associação de Futebol da Alemanha (DFB, na sigla em alemão) é válido até ao Mundial de futebol de 2022 e parece que ainda goza da confiança do diretor desportivo Oliver Bierhoff.
Humilhação terá consequenciais?
"A confiança está completamente presente", insistiu Bierhoff após a derrota, mas prometeu uma "análise dura".
"É difícil saber quem é a figura mais trágica do momento. Por um lado, temos Joachim Löw, que atingiu o auge quando ganhou Mundial no Brasil, mas depois perdeu todo o brilho com os maus resultados, incluindo a eliminação da Alemanha logo na fase de grupos do Mundial da Rússia. Por outro lado, está o DFB, que teve chance de demitir Löw em 2018, mas não o fez”, escreve o jornalista da DW Michael da Silva.
Löw é criticado por deixar de fora dos convocadosjogadores experientes como Müller, Hummels e Boateng. Após a derrota, o antigo internacional alemão, Lothar Matthäus atira: "Isto não é Alemanha. É preciso recuperar jogadores que deixaram de fazer parte das opções do atual selecionador”.
Bierhoff disse também que o alinhamento inicial da seleção diante da Espanha teve jogadores veteranos como Manuel Neuer, Ilkay Gundogan e Toni Kroos, como prova de que "a falta de experiência dos jogadores não é desculpa".
O selecionador, Jurgen Klinsmann acredita que mudar de treinador não seria a solução para o real problema que é, na sua opinião, a falta de liderança em campo.
Hansi Flick o sucessor?
Com a goleada histórica sofrida pela equipa de Löw, o nome mais apontado para substituir o ainda selecionador da Alemanha é o de Hansi Flick, atual treinador do Bayern Munique. Embora seja improvável que Löw, no comando há 14 anos, parta imediatamente, o seu assistente de 2006-2014 não deve ser o próximo nome a assumir o comando.
Flick desfruta de um ano sensacional no banco do Bayern Munique, ganhando cinco títulos em 2020. No seu primeiro ano, venceu a Liga dos Campeões, a Super Taça Europeia, a Bundesliga, a Taça da Alemanha e a Super Taça da Alemanha. Isto depois de ter assumido o lugar de Niko Kovac em novembro passado.
Quando o Bayern Munique enfrentar este sábado (21.11) o Werder Bremen pela Bundesliga, será o 50° jogo do Flick em todas as competições. O jovem treinador ostenta um recorde de 45 vitórias, um empate e três derrotas no clube.
A última vez que a Alemanha perdeu por 6-0 foi em 1931 contra a Áustria, na partida disputada em Berlim.