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Liga Guineense quer demissão do ministro do Interior

Lusa
15 de maio de 2021

A organização de direitos humanos da Guiné-Bissau acusa Botche Candé de "incapacidade em garantir a segurança" da população e por "interferência arbitrária na esfera privada dos cidadãos".

Foto: DW/B. Darame

A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) quer a saída do Governo do ministro do Interior, Botche Candé, a quem acusa de "incapacidade em garantir a segurança" das pessoas e ainda por "interferência arbitrária na esfera privada dos cidadãos".

Em nota de imprensa, aquela organização reage aos incidentes que ocorreram na sexta-feira (14.05) na comunidade de Cuntuba, no leste da Guiné-Bissau, onde, diz a organização, as forças de ordem envolveram-se em escaramuças com os habitantes locais.

"Segundo as informações recolhidas pelas células de alerta precoce da LGDH, tudo aconteceu quando um grupo de forças de segurança invadiu a referida aldeia, em cumprimento de uma suposta ordem superior para impedir a realização das orações de Ramadão, assinalada pela maioria da comunidade islâmica do país no dia 13 de maio", refere a nota da Liga.

A comunidade de Cuntuba estaria a preparar-se para a reza do final de 30 dias do jejum muçulmano, na sexta-feira, um dia depois de a grande maioria de fieis islâmicos guineenses a terem feito.

Confrontos

Os confrontos deram-se quando a polícia ordenou aos fiéis que dispersassem do local da reza. "Esta intervenção arbitrária, desproporcional e abusiva das forças de segurança, resultou em nove feridos, entre os quais seis membros da comunidade de Cuntuba e três agentes das forças de segurança", lê-se ainda no comunicado da organização.

Um dos agentes feridos e a receber tratamento no hospital de Bafatá é o comandante da polícia da região, João Vilela da Silva. Por este incidente de Cuntuba e por "outros casos de espancamentos abusivos de cidadãos perpetrados impunemente" pelas forças de segurança, a Liga exige a demissão imediata do ministro do Interior e de todos os responsáveis pela segurança daquele ministério.

 A Liga exorta ainda o Ministério Público a abrir um inquérito "urgente e transparente" para apurar responsabilidades dos envolvidos.

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