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Luanda: Esquadra construída por populares está "às moscas"

Manuel Luamba (Luanda)4 de setembro de 2015

A criminalidade nos arredores de Luanda sobe visivelmente a cada dia que passa. Os municípios de Belas, Cazenga, Viana e Cacuaco são os mais afetados. A situação é "insustentável", dizem os habitantes.

Posto de polícia construído pelos residentesFoto: DW/M. Luamba

Os criminosos arrombam casas, violam mulheres, saqueiam bens e, nalgumas circunstâncias, chegam até a matar. Com a falta de policiamento nas zonas periféricas da capital angolana, os ladrões estão à vontade para roubar. Por vezes, forçam os moradores a abandonar as próprias residências e a procurar refúgio em casa de familiares.

Os munícipes mostram-se muito preocupados com a escalada da criminalidade. "Já nem conseguimos dormir. Só deste lado do bairro é que há pessoas, os outros já foram embora", disse uma das moradoras à DW África.

Outra residente diz que, só no mês passado, quatro pessoas foram mortas.

"Estabilidade"

Inspetor Mateus RodriguesFoto: DW/M. Luamba

Mas, o porta-voz do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, o inspetor-chefe Mateus Rodrigues garante que há "estabilidade", fora alguns assaltos mais violentos.

"Em alguns casos, os autores utilizam armas de fogo, que também constituem a maior preocupação do Comando Provincial."

Construíram esquadra com as próprias mãos

Os populares da zona da Baixa de Cassanje, em Viana, construíram uma esquadra policial, contribuindo com donativos, cimento e água. Mas a unidade está "às moscas" por falta de polícias, contam os moradores.

"A esquadra foi construída há um ano. Até agora, a polícia não aparece. Todo o mundo aqui está a fugir", desabafou uma residente.

O porta-voz da polícia, Mateus Rodrigues, sublinha que a construção de uma esquadra exige estudos de viabilidade no terreno. "Eventualmente, construíram esta esquadra não obedecendo aos critérios de segurança exigidos."

Moradores pedem polícias, polícia pede colaboração

Face a esta realidade, os populares apelam ao policiamento das zonas onde a criminalidade assume contornos alarmantes.

Por seu lado, Mateus Rodrigues pede aos moradores que façam denúncias, para estancar o aumento da criminalidade.

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"É uma responsabilidade enquanto cidadãos", afirmou o inspetor. "É preciso colaborar cada vez mais com a polícia, denunciando os marginais e informando sobre elementos que têm em sua posse armas de fogo."

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