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Conflito entre Ruanda e RDC é mediado por João Lourenço

Lusa
8 de junho de 2022

O anúncio foi feito, esta quarta-feira (08.06), pela Presidência de Angola, que atribuiu as libertações nos dois países à mediação do Presidente João Lourenço.

Bildkombo | Felix Tshisekedi | Joao Lourenco | Paul Kagame
Foto: Arsene Mpiana/Michele Spatari/Ludovic Marin/AFP/Getty Images

A República Democrática do Congo libertou, esta quarta-feira (08.06), os dois soldados ruandeses capturados por Kinshasa e o Ruanda libertou um cidadão congolês detido, anunciou a Presidência de Angola, atribuindo as libertações à mediação do Presidente João Lourenço.

"Na sequência das diligências diplomáticas encetadas pelo Presidente da República, João Lourenço, com vista à redução da tensão entre a República Democrática do Congo [RDCongo] e a República do Ruanda, foram hoje libertados os dois soldados ruandeses recentemente capturados e que se encontravam em posse das autoridades congolesas", pode ler-se num comunicado da Presidência angolana.

O chefe de Estado angolano recebeu no dia 31 de maio em Luanda o seu homólogo da República Democrática do Congo (RDCongo), Félix Tshisekedi, com quem debateu a "crescente tensão" entre este país e o vizinho Ruanda.

Presidente ruandês visitou a RDC em junho do ano passadoFoto: Giscard Kusema

No encontro, organizado no âmbito "do mandato recebido na recente Cimeira de Malabo", Tshisekedi, a pedido do seu homólogo angolano, aceitou libertar dois soldados ruandeses capturados recentemente, disse então a presidência angolana.

O gabinete de João Lourenço esclarece agora que os dois elementos do exército ruandês "escalaram hoje Luanda, chegados de Kinshasa, e seguiram pouco tempo depois para o seu país, em liberdade". 

A nota acrescenta ainda que João Lourenço obteve do Presidente ruandês, Paul Kagame, a libertação do cidadão congolês democrático Patrick Bala, que se encontrava detido pelas autoridades ruandesas e por quem intercedeu o Presidente Tchisekedi. 

Cimeira entre Ruanda e RDC em Luanda

Na reunião de 31 de maio, Lourenço e Tshisekedi chegaram a entendimento sobre a realização em Luanda, em data a anunciar, de uma cimeira em que participarão, a convite do chefe de Estado angolano, os chefes de Estado da República Democrática do Congo e da República do Ruanda para promover "um desanuviamento da tensão atualmente reinante na fronteira entre os dois países", anunciou então Luanda.

A tensão entre o Ruanda e a RDCongo cresceu exponencialmente nos últimos meses, após o reinício em março último dos combates entre o exército e o movimento rebelde de 23 de Março (M23), que, segundo Kinshasa, é apoiado pelo país vizinho, uma acusação negada por Kigali.

Aumento da violência na República Democrática do Congo

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