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ConflitosBielorrússia

Lukashenko: "Temos de falar com a Ucrânia sem pré-condições"

Lusa
6 de julho de 2023

O Presidente bielorrusso defende que é preciso negociar "a paz com Kiev". Alexandr Lukashenko assegura, por outro lado, que os mercenários do grupo Wagner esperados na Bielorrússia não vão atacar território ucraniano.

Presidente da Bielorússia, Alexandr Lukashenko
Foto: ALEXANDER NEMENOV/AFP/Getty Images

"Hoje, temos de voltar a pensar. Há um pacote de negociações sobre a mesa. Um pacote de temas que podem ser objeto de um acordo. Amanhã vai ser impossível", disse o chefe de Estado bielorrusso numa conferência de imprensa com jornalistas estrangeiros e da Bielorrússia. 

"Hoje temos de falar com a Ucrânia e alcançar algum tipo de acordo de paz", disse, sem especificar datas e propostas concretas.

Zelensky "percebeu que não vai ganhar"

Lukashenko, que organizou três rondas negociais em território bielorrusso em finais de fevereiro e março de 2022 disse que o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, "finalmente, já se apercebeu que não vai ganhar" a guerra e que a "contra ofensiva não vai conseguir outro resultado" a não ser a morte de "milhares e milhares de pessoas". 

Presidente ucraniano, Volodymyr ZelenskyFoto: Ukrinform/ABACA/IMAGO

O chefe de Estado aliado da Rússia considerou que os combates vão intensificar-se na Ucrânia porque o país ainda tem reservas estratégicas consideráveis, além de querer "demonstrar qualquer coisa" no dia 11 de julho, a data do início da Cimeira da NATO em Vilnius. 

"Temos de parar. Já fizemos muitas coisas más. Mas podia ser pior. Por isso, temos de parar agora e sentar-nos à mesa das negociações. Sem condições prévias. Temos de decidir tudo à mesa das negociações", frisou.

Kiev não encara a Bielorrússia como país mediador porque Lukashenko é um estreito aliado do Presidente russo, Vladimir Putin, tendo oferecido o território no início da última invasão para que as tropas russas pudessem penetrar no norte da Ucrânia. 

Mercenários da Wagner na Bielorrússia

Lukashenko disse hoje que a futura presença dos mercenários do grupo Wagner na Bielorrússia não vai ser aproveitada para projetar um novo ataque contra a Ucrânia. 

"Nunca atacamos ninguém. Já o afirmei mais do que uma vez e não vamos atacar. Ninguém vai atacar ninguém a partir do nosso território. O grupo Wagner, tal como o Exército da Bielorrússia vão proteger os nossos interesses", disse Lukashenko.

Líder do grupo Wagner, Yevgueny PrigozhynFoto: AP/picture alliance

Segundo Lukashenko, o Presidente russo, Vladimir Putin, não vai "esmagar" o líder da empresa, o oligarca Yevgueny Prigozhyn, apesar de ter sido considerado "traidor" no passado dia 24 de junho na sequência da rebelião contra o Kremlin.

"É preciso perceber que Putin conhece Prigozhin muito melhor que eu. Eu só o vi em alguns eventos enquanto que o Putin o conhece desde os tempos em que ambos viviam e trabalhavam juntos em São Petersburgo", disse o Lukashenko acrescentando que "tinham uma relação muito boa".

Lukashenko disse que o líder do Grupo Wagner está neste momento em São Petersburgo, na Rússia, e que na quarta-feira à tarde contactou com Prigozhin pelo telefone. 

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