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Luta anti-terrorismo no Quénia, eleições no Mali e abate de rinocerontes na imprensa alemã

Madalena Sampaio22 de novembro de 2013

A unidade especial da polícia queniana contra o terrorismo, as eleições parlamentares do próximo domingo no Mali e a caça furtiva de rinocerontes africanos são alguns dos temas comentados esta semana em jornais alemães.

Foto: Fotolia

O Quénia é hoje considerado como placa giratória da luta anti-terrorista. Uma luta levada a cabo pelas autoridades de Nairobi, através da unidade da polícia anti-terrorista, escreve o Süddeutsche Zeitung.

O jornal relata, por exemplo, como essa unidade especial prendeu o islamista Mohamed Abdulmalik, maltratando-o depois durante semanas quando foi interrogado sobre alegados projetos de atentados.

Luta anti-terrorismo no Quénia, eleições no Mali e abate de rinocerontes na imprensa alemã

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A unidade policial conduziu-o em seguida ao aeroporto de Nairobi, onde Abdulmalik foi entregue a funcionários norte-americanos.

Trata-se já de uma rotina, destaca o jornal, que se indigna mais à frente com o apoio dado pela polícia judiciária alemã à polícia queniana. Este apoio traduz-se em estágios de formação na luta anti-terrorista. Nos últimos três anos já foram realizadas 176 formações do género.

Esse apoio engloba ainda outros “presentes” como jipes brancos da marca Nissan. Qual o porquê de uma ajuda assim? A resposta do Governo alemão, citada no artigo do Süddeutsche Zeitung, foi a seguinte: “Nas sessões de formação só são ensinados métodos de trabalho compatíveis com os princípios do Estado de Direito e o respeito pelos direitos do homem.”

A resposta não convenceu o jornal, que sublinha que apoiar, equipar e treinar os comandos de tortura de um Governo africano não é honroso para um país como a Alemanha.

Eritreus na Alemanha

A Alemanha acolhe refugiados africanos, entre os quais muitos eritreus. Segundo o Frankfurter Allgemeine Zeitung, a comunidade eritreia em Frankfurt aumentou. No entanto, os relatos dessa comunidade parecem saídos de um “filme de terror”.

Refugiado eritreu em Tel Aviv, IsraelFoto: DW/A. Gallagher

O êxodo desses refugiados assemelha-se a uma tortura, lê-se no jornal. A maioria dos eritreus que foge do seu país passa pelo Sinai e depois por Israel para chegar à Europa.

A Eritreia está entre os países mais pobres do mundo, mas se cada vez mais eritreus abandonam o seu país é para fugir à repressão política e religiosa, observa o jornal. São numerosos os casos de interrogatórios e prisões arbitrárias, longas permanências na prisão sem processos, casos de tortura e violação dos direitos do homem.

O Governo da Eritreia justifica esta repressão pelo facto de o seu conflito com a Etiópia não ter ainda terminado. Além disso, alega que o país ainda está ameaçado e encontra-se, mesmo que não oficialmente, em estado de guerra.

Legislativas no Mali

Três meses após as eleições presidenciais, o Mali elege no domingo um novo Parlamento. Estas eleições parlamentares serão “mais um passo para a normalização do país”, depois da eleição de Ibrahim Boubacar Keita (IBK) como Presidente em agosto passado, na segunda volta das presidenciais, escreve o Die Tageszeitung.

Ibrahim Boubacar Keita (IBK) foi eleito Presidente em agosto, na segunda volta das presidenciaisFoto: Dorothee Thienot/AFP/Getty Images

Ibrahim Boubacar Keita surgiu como um “homem forte” que queria restabelecer a ordem através da intransigência face aos rebeldes no norte do país. Entretanto, a euforia que se seguiu então à vitória de Keita desapareceu. “Em três meses, IBK conseguiu menos do que o esperado e agora a impaciência cresce”, refere ainda o jornal.

Atualmente, o Mali ainda está a braços com uma crise político-militar. No final de setembro, os grupos radicais recomeçaram os ataques matando uma dezena de civis e de militares. E no início de novembro, dois jornalistas franceses foram mortos em Kidal.

Caça furtiva de rinocerontes

Os rinocerontes africanos são vítimas de uma caça furtiva que alimenta países como o Vietname e a China, onde o pó dos chifres desses animais é considerado um remédio milagroso.

Este ano já foram abatidos 854 animais, 451dos quais no Parque Nacional Kruger, na África do Sul, refere o Berliner Zeitung. No entanto, sublinha o diário, não se pode criticar o Governo sul-africano de nada ter feito.

No Parque Kruger estão estacionados 400 “rangers”, que são apoiados por 200 soldados, precisamente para lutar contra esses caçadores furtivos. Na realidade, porém, não conseguem fazer muito contra estes caçadores, que voltam sempre, mesmo que corram o risco de morrer ou ser presos.

Rinocerontes no Parque Nacional Kruger, na África do SulFoto: AP