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Mão invisível a favor de Lutero Simango na liderança do MDM?

17 de agosto de 2021

Membros do MDM na província moçambicana da Zambézia denunciam casos de coação para favorecer Lutero Simango na corrida para a sucessão de Daviz Simango na presidência do partido. Mas as lideranças negam as acusações.

Foto: DW/R.daSilva

Os candidatos à sucessão de Daviz Simango são objeto de debates na Zambézia. Três nomes são avançados para a candidatura a liderança do Movimento Democrático de Moçambique, (MDM): Silvério Ronguane, José Domingos Manuel e Lutero Simango.

Destacadas figuras da segunda maior força da oposição na província da Zambézia terão já apostado em Lutero Simango para suceder ao seu irmão, Daviz Simango, na presidência do MDM. Entretanto, há quem denuncie uma "mão invisível" a favor de Lutero Simango.

Mas o diretor do gabinete de campanha de Lutero Simango, José Lobo, desmente as alegações. "Não há nenhuma imposição, ninguém vai preso por se aliar ao Ronguane, ao Lutero e ao Domingos Manuel. Não há nenhuma coação, há liberdade. Não há pressão e não há perseguição", assegura.

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"Eu fui a Gilé e Alto Molocué, onde os delegados e a Liga da Mulher dizem que apoiam o Lutero Simango. Tivemos uma reunião, ninguém se levantou para dizer: não faço parte de Lutero Simango", esclareceu ainda José Lobo

Embora reconheça haver tendências para favorecer apenas um candidato, José Lobo distancia-se e justifica: "Na Zambézia conversamos com todos os delegados distritais para sabermos de que lado estão, eles nos disseram que estavam do lado de Lutero Simango. Era preciso informarmos a comissão nacional."

MDM em queda?

Face ao clima que se vive na formação, o analista Ricardo Raboco afirma que o MDM carece de reestruturação. "Ao invés de assistirmos a uma ascendência do partido estamos a ver uma descendência. Teve uns tantos deputados e a fasquia subiu e a expetativa era de que nas últimas eleições tivesse mais deputados na Assembleia da República, mas o que se assistiu foi a uma decadência."

Diante dos sinais de divisionismo, o analista Lourindo Verde alerta: "Não cometam erros como os outros partidos nestes períodos de sucessão, que muitas vezes surgem fações ou grupos internos divididos. Neste momento se o MDM precisa de ser MDM, terá de lutar para não termos MDM A e MDM B."

Há também receios no MDM, e não só, de que o partido se transforme em "propriedade" da família Simango e que os cargos de liderança venham a ser ocupados pelos membros desta família.

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