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Médica alemã aposta na medicina natural na Guiné-Bissau

20 de setembro de 2017

Sonja Schwab criou a Associação Tabanka que tem até duas farmácias. Mas a associação ainda enfrenta um obstáculo: os curandeiros não divulgam facilmente o conhecimento que têm sobre plantas curativas.

Sonja Schwab, médica alemã e fundadora da Associação Tabanka na Guiné-BissauFoto: DW/Nádia Issufo

Um convite para dar um curso levou Sonja Schwab à Guiné-Bissau dezassete anos depois. A vontade de voltar a manter contacto com o país sempre existiu. E o convite do grupo de medicina natural da Guiné-Bissau marcou o recomeço.

A médica alemã que trabalhou no setor de saúde materno-infantil na Guiné-Bissau de 1981 a 1985 tem dado cursos anuais sobre medicina natural desde 2002.

A dra. Sonja, como é conhecida lá, diz o que ensina nas suas formações: "O valor das plantas, como tranformar as plantas, como fazer um xarope, como fazer uma pomada, mas sempre com muito cuidado em relação à higiene."

Mónica Canavesi é responsável do Grupo de Medicina Natural da Guiné-Bissau, um organismo que coopera com a doutora Sonja, e sublinha que "a diferença entre o grupo da medicina tradicional e a medicina natural é que enquanto os primeiros peraparam um medicamento que tem de ser consumido num dia enquanto os xaropes e pomadas podem ser conservados por mais tempo, mantém as suas propriedades curativas."

Medicamentos naturais, moringa e fruto do imbondeiroFoto: DW/Nádia Issufo

Livros sobre higiene fazem sucesso entre os guineenses

E foi no contexto das formações que Sonja Schwab criou a Associação Tabanka. O objetivo é difundir cada vez mais as práticas de cura através da medicina natural e cuidados de higiene. A Associação Tabanka produz brochuras e pequenos livros educativos.

A médica conta como é produzir este material: "Praticamente só somos nós que fazemos isso, a revista sobre higiene, trabalhávamos em conjunto com dois artistas da Guiné-Bissau. Eu dava algumas ideias e eles fizeram a banda desenhada e cuidaram de aspetos linguísticos. E as crianças nas escolas gostam muito."

Os livros são distribuidos nas escolas especiais designadas EVA, Educação de Verificação Ambiental e

a médica diz que "nessas escolas trabalham com a natureza."

21.09.17. ONLINE GB Medicina Natural - MP3-Mono

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Mas a Associação chega também a outros alvos: "E também fizemos um livro para as mulheres das tabankas (aldeias) afastadas, para que mesmo sem saberem ler e escrever, possam perceber o valor dos medicamentos naturais, mas também usar os medicamentos na dosagem certa."

Novo conceito: farmácias de medicamentos naturais

A Associação Tabanka têm duas farmácias, uma em Bissau e outra em Mansoa, onde tudo começou. A fundadora já colhe bons frutos e revela com agrado que "agora há uma grande procura dos medicamentos nas farmácias da associação e isso é um bom resultado. As pessoas agora confiam, porque sabem que trabalhamos com muita higiene e cuidado."

E a médica recorda que "infelizmente muitos medicamentos nas farmácias convencionais são falsos e por isso tem mais confiança na medicina natural."

Conhecimento dos curandeiros "fechado a sete chaves"

Arnold Schwab, Associação TabankaFoto: DW/Nádia Issufo

A doutora Sonja sempre contou com o apoio do marido, Arnold Schwab. Na Guiné-Bissau esteve sempre na companhia do engenheiro agrónomo. Mas em relação ao trabalho feito pela Associação, Arnold Schwab lembra que nem tudo é tão bonito assim.

Por exemplo, que nem sempre é fácil obter o conhecimento que os curandeiros têm sobre as plantas medicinais: "Mas eles têm problemas em divulgar esse conhecimento, eles fecham-se para não perderem os conhecimentos. E a nossa preocupação é de alargar os conhecimentos com plantações públicas dessas ervas que curam doenças básicas."