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Médicos angolanos prolongam greve por tempo indeterminado

14 de dezembro de 2021

Não reenquadramento do presidente do Sindicato Nacional dos Médicos, Adriano Manuel, está no centro da discórdia na negociação entre a comissão sindical e o Ministério da Saúde.

Adriano Manuel, presidente do Sindicato dos Médicos em Angola
Adriano Manuel, líder do Sindicato dos Médicos AngolanosFoto: Borralho Ndomba/DW

Os médicos angolanos prolongaram a greve por tempo indeterminado para exigir que o Governo responda às exigências do caderno reivindicativo.

O Sindicato Nacional dos Médicos Angolanos acusa o Ministério da Saúde de furtar-se ao diálogo com a classe. A greve, inicialmente com fim previsto para sexta-feira (10.12), foi prolongada agora por tempo indeterminado.

O reenquadramento de Adriano Manuel, presidente do sindicato, é um ponto sensível nas negociações. O pediatra foi afastado há mais de um ano por denunciar a morte de 20 crianças num turno do Hospital Pediátrico de Luanda.

Segundo o secretário-geral do sindicato, Pedro da Rosa, é preciso restabelecer a legalidade e levantar a suspensão: "A assembleia exige que o Dr. Adriano seja efetivamente colocado e que nós, a comissão negociadora, diga em que hospital vai ser colocado", sublinha em declarações à DW África.

Pedro da Rosa sublinha que não se trata de "pessoalizar" o caso, mas de evitar "maus precedentes", para "que o Ministério da Saúde saiba que os sindicalistas vão defender os seus direitos".

Médicos em greve exigem melhores condições de trabalho e o levantamento da suspensão do presidente do Sindicato Nacional, Adriano ManuelFoto: Ndomba, Borralho/DW

As reivindicações

Estes profissionais de saúde que operam nos hospitais públicos exigem também a redução do Imposto de Rendimento de Trabalho (IRT), aumentos salariais e o pagamento dos subsídios em atraso. Até agora, o Governo não deu resposta satisfatória às reivindicações.

Outra preocupação, segundo o médico Pedro da Rosa, é o facto de o Ministério da Saúde contratar novos médicos, em substituição dos grevistas, "vindos de Cuba".

Pedro da Rosa afirma que a instituição liderada pela ministra Sílvia Lutucuta viola a lei angolana da greve.

Os médicos afixaram as suas reivindicações numas das instituições do Ministério da SaúdeFoto: Ndomba, Borralho/DW

Manifestações de rua

Devido ao silêncio do Ministério da Saúde, esta segunda semana da greve vai ser marcada com uma vigília em todos os hospitais públicos do país e manifestações de rua.

O presidente do Sindicato Nacional, Adriano Manuel, anunciou para sábado (18.12) a grande manifestação dos profissionais de saúde.

"Esta é a semana em que devemos estar mais unidos, porque vamos começar com as manifestações de rua. Temos de estar mais unidos, precisamos dos colegas nos locais de concentração", apelou.

O pediatra quer que o Governo angolano explique quando serão criadas as melhores condições de atendimento dos pacientes nos hospitais públicos e entende que, "se existe dinheiro para comprar carros para determinadas individualidades, também deve existir dinheiro para comprar ambulâncias" para os doentes.

"Se existe dinheiro para subvencionar medicamentos e consultas para altas individualidades, também o deve fazer para a população carente", frisou Adriano Manuel.

Médicos angolanos em protesto

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