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PolíticaMédio Oriente

Israel: Eleição de Trump deu "novo impulso" nas negociações

Lusa
7 de dezembro de 2024

Primeiro-ministro do Qatar afirmou hoje que, após a reeleição de Donald Trump, registou-se "um novo impulso" nas negociações para uma trégua e a libertação de reféns mantidos na Faixa de Gaza.

Tropas isrealitas
No Médio Oriente - eleição de Trump deu "novo impulso" nas negociaçõesFoto: Leo Correa/AP Photo/picture alliance

"Sentimos, após a eleição, que o ímpeto estava a voltar", disse Mohammed ben Abdelrahmane al-Thani ao Fórum de Doha, uma conferência para o diálogo político internacional, referindo 'um grande encorajamento da nova administração [norte-americana] para chegar a um acordo, mesmo antes de o presidente tomar posse'.

Al-Thani explicou que, apesar de "algumas diferenças" na abordagem, não houve "desacordo" entre a administração do Presidente Joe Biden e a futura de Donald Trump "sobre o objetivo em si, que é acabar com a guerra".

Na passada segunda-feira, Donald Trump avisou que o "preço a pagar seria terrível" para os grupos palestinianos na Faixa de Gaza se os reféns não fossem libertados antes da sua tomada de posse, em 20 de janeiro de 2025.

Mohammed ben Abdelrahmane al-Thani, primeiro-ministro do QatarFoto: Nathan Howard/REUTERS

O Qatar, juntamente com os Estados Unidos e o Egito, lidera há meses negociações infrutíferas para uma trégua em Gaza e a libertação dos reféns detidos no território palestiniano.

Em novembro, Doha desistiu das negociações, afirmando que só retomaria os seus esforços quando o Hamas e Israel mostrassem "vontade e seriedade".

Mas, na quinta-feira, fonte próxima das conversações disse à AFP que o Qatar tinha retomado a mediação, algo que o primeiro-ministro do Qatar confirmou hoje.

"Esperamos fazer avançar as coisas o mais rapidamente possível e esperamos que a vontade das partes de se empenharem de boa-fé se mantenha", afirmou.

Regresso às negociações

Uma nova ronda de negociações para uma trégua na Faixa de Gaza poderá "muito provavelmente" começar na próxima semana no Cairo, disse à AFP uma fonte próxima da delegação palestiniana do Hamas.

 A fonte disse que, tendo em conta os contactos com os mediadores, se espera que a nova ronda negocial se inicie muito provavelmente na próxima semana, para discutir ideias e propostas para um cessar-fogo e uma troca de prisioneiros palestinianos detidos por Israel e de reféns feitos em Gaza em 07 de outubro de 2023.

Conflito no Médio Oriente: E como ficam os civis?

04:14

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 Segundo a fonte, o Egito, Qatar, Turquia e outras partes estão a fazer esforços para acabar com a guerra.

Bassem Naïm, membro do gabinete político do Hamas, indicou hoje que os mediadores foram informados ao longo da semana que o movimento islamita estava disposto a mostrar flexibilidade para chegar a um acordo" e a "aplicá-lo, incluindo um calendário [...] para a retirada total das forças israelitas das zonas-chave" de Gaza.

Estas incluem o corredor de Filadélfia, que é a faixa de fronteira com o Egito, e o corredor de Netzarim, a zona tampão criada pelo exército israelita que separa o norte da Faixa de Gaza do resto do pequeno território palestiniano.

 A guerra foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas contra Israel em 07 de outubro de 2023, que causou a morte de 1.208 pessoas do lado israelita, na sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais, incluindo reféns mortos ou que morreram em cativeiro.

A ofensiva de retaliação de Israel em Gaza fez 44.612 mortos, na sua maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados fiáveis pela ONU.

Desde o início da guerra, apenas uma trégua que envolveu a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinianos entrou em vigor, em novembro de 2023.