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ConflitosIsrael

Médio Oriente: Conferência para solução de dois Estados

com agências
22 de setembro de 2025

Conferência Internacional para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e Implementação da Solução de Dois Estados decorre hoje em Nova Iorque. Vários países anunciaram que irão reconhecer o Estado palestiniano.

Manifestantes realizam protesto pró-Palestina em Lisboa
Foto: Luis Boza/NurPhoto/picture alliance

A Conferência Internacional para a Solução Pacífica da Questão da Palestina e Implementação da Solução de Dois Estados, copresidida pela França e Arábia Saudita, contará com a presença do secretário-geral da ONU, António Guterres e está marcada para iniciar às 15 horas (hora local equivalente às 20:00 em Lisboa). O evento acontece à margem da 80.ª Assembleia-Geral da ONU.

Além de Portugal, Reino Unido, Canadá e Austrália - que já anunciaram o reconhecimento do Estado palestiniano no domingo -, Andorra, Bélgica, França, Luxemburgo, Malta e São Marino vão reconhecer o Estado palestiniano durante a conferência, segundo anunciou o Palácio do Eliseu.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, proferirá hoje um discurso no arranque da conferência, no qual formalizará esse reconhecimento.

"O que a França quer é um cessar-fogo imediato, é que os 48 reféns sejam libertados sem demora, é o regresso da ajuda humanitária a Gaza. O que a França quer é um futuro possível em Gaza, com o Hamas desmantelado e afastado do poder. O que a França quer é uma Autoridade Palestiniana reinventada e renovada," antecipou Macron.

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01:48

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Os EUA, por outro lado, rejeitam veementemente o reconhecimento, assim como Israel.

Apesar de crescer o apoio internacional ao Estado da Palestina, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou no domingo (21.09) que não haverá um Estado palestiniano.

Benjamin Netanyahu disse ainda que o seu Governo vai expandir a colonização judaica na Cisjordânia ocupada, em resposta ao reconhecimento de um Estado palestiniano por parte de países ocidentais.

"Tenho uma mensagem clara para os líderes que reconhecem um Estado palestiniano após o terrível massacre de 7 de outubro: estão a dar uma enorme recompensa ao terrorismo. E tenho outra mensagem para vocês: isso não vai acontecer. Não será estabelecido um Estado palestiniano a oeste do rio Jordão," fincou.

Para a Autoridade Palestiniana, o reconhecimento estatal por parte de países tão importantes seria um ganho de prestígio e uma derrota diplomática para Israel, especialmente agora, com a escalada do conflito em Gaz

Já o movimento islamita Hamas afirmou que o reconhecimento representa "uma vitória" para os direitos dos palestinianos.

Cerca de 150 países já reconhecem o Estado palestiniano. 

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02:30

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Portugal pela solução de dois Estados

"Hoje, dia 21 de setembro de 2025, o Estado português reconhece oficialmente o Estado da Palestina", anunciou o chefe da diplomacia portuguesa, Paulo Rangel, numa declaração na missão portuguesa junto às Nações Unidas, em Nova Iorque, no domingo. 

"Neste dia em que Portugal reconhece o Estado da Palestina e em que reafirma a sua vontade de fortalecer as profundas e antigas relações de amizade do povo português com o povo israelita e as renovadas e auspiciosas relações de amizade com o povo palestiniano, exortamos, do fundo dos nossos corações, a que cessem todas as hostilidades, a que se dê uma oportunidade ao restabelecimento da ajuda humanitária, a que se abra uma fresta de luz para a paz", disse Paulo Rangel.

O Governo português, que recordou o sofrimento dos dois povos, defendeu que "é tempo, mais do que tempo, de dar os passos necessários para a paz".

Portugal vai procurar usar "todos os instrumentos diplomáticos" à disposição para convencer Israel da posição portuguesa de reconhecimento do Estado palestiniano e de que essa decisão "visa precisamente defender a segurança" israelita, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros. 

"Aquilo que fiz aqui é um apelo muito claro a que haja um cessar-fogo, a que se possa refrear qualquer iniciativa que possa aumentar a tensão, a violência, naturalmente, na região e, em particular, nos territórios palestinianos", disse Paulo Rangel em Nova Iorque, na sequência do anúncio do reconhecimento do Estado da Palestina por Portugal. 

"E a nossa posição visa precisamente sempre defender a segurança também de Israel", sublinhou o chefe da diplomacia portuguesa, quando questionado sobre as declarações do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, que afirmou hoje que não haverá um Estado palestiniano. 

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Alemanha sob pressão

O Governo alemão encontra-se num dilema especial quando se trata do tema Israel/Palestina. Diante dos milhões de judeus assassinados durante o nazismo, sente-se especialmente responsável pela segurança de Israel e chegou a declarar isso como “razão de Estado”.

Num discurso proferido há poucos dias por ocasião da reabertura de uma sinagoga destruída pelos nazis em Munique, o chanceler alemão Friedrich Merz disse sentir-se envergonhado diante da nova onda de antissemitismo que se vive na Alemanha.

No entanto, o chanceler separa a luta contra o antissemitismo da sua avaliação da política de Israel e, acima de tudo, da ação militar de Israel na Faixa de Gaza. Merz criticou veementemente isso noutro local e, como consequência, suspendeu no verão todas as exportações de armas para Israel que poderiam ser utilizadas na guerra de Gaza.

Contudo, a pressão sobre o Governo federal para que assuma uma posição mais firme está a aumentar. Ela vem, por exemplo, da União Europeia. A alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, exige que a Alemanha participe nas sanções contra Israel. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propõe que a UE suspenda as vantagens comerciais com Israel.

A pressão também aumenta na política interna. Os social-democratas do Governo de coligação consideram a possibilidade de sanções.

Uma aliança de dezenas de organizações da sociedade civil também exige, por meio de uma petição, que o Governo alemão transforme as críticas a Israel em ações.

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