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PolíticaMadagáscar

Madagáscar: Rajoelina reeleito em presidenciais boicotadas

Lusa
25 de novembro de 2023

Andry Rajoelina, 49 anos, foi reeleito Presidente de Madagáscar após a primeira volta de um escrutínio em que dez candidatos da oposição pediram que fosse boicotado, anunciou hoje a comissão eleitoral malgaxe.

Foto: RIJASOLO/AFP

O povo malgaxe escolheu a "continuidade" e a "estabilidade", congratulou-se hoje o Presidente cessante de Madagáscar, Andry Rajoelina, depois de reivindicar a vitória à primeira volta das eleições presidenciais no país. 

"O povo malgaxe escolheu o caminho da continuidade, da serenidade e da estabilidade", declarou Rajoelina, de 49 anos, que obteve 58,95% dos votos expressos nas eleições realizadas em 16 de novembro, num contexto de boicote por parte de dez candidatos da oposição, que afirmaram na sexta-feira não reconhecer os resultados apresentados pela Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI). 

Rajoelina, um antigo DJ com um passado golpista, conquistou assim um segundo mandato de cinco anos, apoiado pelo Tanora Malagasy Vonona (TGV, Jovens Malgaxes Determinados), partido de que é líder. 

Andry Rajoelina celebra vitória nas Presidenciais de 2023Foto: RIJASOLO/AFP

Com este resultado, que ainda tem de ser aprovado pelo Supremo Tribunal Constitucional, o Presidente cessante evitaria uma segunda volta das eleições e obteria um segundo mandato de cinco anos. 

Cerca de onze milhões de malgaxes inscritos para votar foram chamados às urnas em 16 de novembro. 

"Que resultados? Que eleições?", foi a resposta a um pedido de comentário sobre a vitória de Rajeolina. Na sexta-feira, o coletivo já tinha anunciado que não reconheceria os resultados.

A afluência às urnas foi de pouco mais de 46%, uma descida em relação à anterior eleição presidencial, em 2018.

Oposição em boicote

Na sexta-feira, a oposição malgaxe, em grande parte agrupada num coletivo, anunciou que "não reconhecerá os resultados" da primeira volta das eleições presidenciais.

"Não reconheceremos os resultados desta eleição ilegítima, eivada de irregularidades, e declinamos toda a responsabilidade pela instabilidade política e social que daí poderá advir", advertiu, em comunicado, o coletivo de onze candidatos da oposição, dez dos quais tinham apelado ao boicote das eleições de 16 de novembro.

Siteny Randrianasoloniaiko, que se afastou do grupo durante algum tempo para fazer campanha, mas que coassinou o comunicado de hoje, também denunciou "anomalias preocupantes" que, na sua opinião, "levantam questões legítimas sobre a validade dos resultados".

Siteny Randrianasoloniaiko, candidato presidencial, rejeita os resultados eleitoraisFoto: MAMYRAEL/AFP/Getty Images

Eleito em 2018, Rajoelina chegou ao poder pela primeira vez em 2009, na sequência de um motim que depôs o antigo Presidente Marc Ravalomanana.

Segundo uma estimativa da CENI, cerca de 60% dos eleitores registados não compareceram às urnas no dia 16 de novembro. Onze milhões de eleitores tiveram de escolher entre Andry Rajoelina, 49 anos, e doze outros candidatos.

Mas dez candidatos da oposição, incluindo dois antigos Presidentes, apelaram aos eleitores para que "considerassem que estas eleições não existem" e recusaram-se a fazer campanha.

Manifestações com pouca adesão

Durante as semanas que antecederam as eleições, o coletivo convocou manifestações quase diárias na capital, Antananarivo.

Os protestos, que não tiveram uma participação maciça, foram regularmente dispersos com gás lacrimogéneo pelas autoridades policiais.

O coletivo denunciou irregularidades durante as eleições: encerramento de assembleias de voto, falta de urnas, utilização de recursos estatais pelo candidato cessante para a sua campanha.

No dia seguinte à votação, a embaixada dos Estados Unidos em Madagáscar disse ter observado "algumas irregularidades" nas eleições.

"A Embaixada dos Estados Unidos e outros observadores registaram algumas irregularidades nas assembleias de voto, incluindo por parte de representantes de partidos políticos", afirmou a dependência diplomática norte-americana no país, num comunicado divulgado em 17 de novembro.

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