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Música

Madonna ao ritmo de Cabo Verde e da Guiné-Bissau

17 de janeiro de 2020

Em palco com as Batucadeiras, a "Ciao Bella" de Kimi Djabaté e as influências de Dino d’Santiago: o álbum e a digressão da superestrela norte-americana Madonna dão a conhecer ao mundo os sons cabo-verdianos e guineenses.

Portugal Madonna Konzert Lissabon
Foto: Stufish

As Batucadeiras de Portugal são um dos atrativos dos concertos ao vivo que Madonna realiza no âmbito da digressão mundial iniciada nos Estados Unidos em 2019. 14 mulheres do grupo feminino de origem cabo-verdiana estão em palco com a estrela norte-americana.

"Estivemos desde o início, desde a gravação do videoclipe até à tour. Estamos desde julho nos Estados Unidos a fazer o concerto", explica Darlene Barreto, uma das Batucadeiras que acompanham a superestrela norte-americana em palco.

"Acho que para todas as Batucadeiras, principalmente para as mulheres cabo-verdianas, isto tem um grande significado. Estamos a representar principalmente mulheres africanas, cabo-verdianas, mulheres do mundo", afirma.

Madonna no Coliseu de Lisboa a 12 de janeiro, o primeiro de oito concertos em PortugalFoto: Ricardo Gomes

Irmandade sonora

Anastácia Carvalho, cantora de origem são-tomense radicada em Portugal, integra o elenco artístico de Madonna. Sente-se orgulhosa por ter sido convidada a compor o grupo, fazendo parte de um projeto que realça a Lisboa crioula e multicultural.

"Tem sido uma experiência muito grandiosa, porque, na verdade, tanto os são-tomenses como os angolanos, cabo-verdianos, guineenses, nós somos um povo que está sempre de mãos dadas", explica a cantora.

"Estar aqui, neste projeto de cabo-verdianas, eu sendo de origem são-tomense nascida em Angola, é mesmo a junção disso tudo e representa união, irmandade. É essa mistura da várias nacionalidades que compõem atualmente o panorama musical de Lisboa", afirma.

Madonna ao ritmo de Cabo Verde e da Guiné-Bissau

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Pela sua vivência de Lisboa, Madonna concebeu o seu álbum "Madame X" como resultado do cruzamento com a cultura latina, portuguesa e outras influências mundiais, nomeadamente africana. Um dos músicos que contribuíram para o trabalho criativo da pop star é o luso-caboverdiano Dino d'Santiago, que a levou a ouvir mornas de Cabo Verde.

Talento guineense

Kimi Djabaté, que gravou com Madonna o tema "Ciao Bella", foi esta quinta-feira (16.01) ao Coliseu de Lisboa ver o concerto. O tema junta coordenadas de estilos afro-mandinga, blues e pop. Foi num jantar em Alfama (Lisboa) que Madonna descobriu Kimi Djabaté a cantar.

Kimi DjabatéFoto: DW/João Carlos

"Ela tirou o telemóvel e começou a filmar. Então, ali, eu vi alguma simpatia da parte dela. E dali, sempre que ela vai a algum lugar faz questão de me contatar para ir lá levar a guitarra e cantar para ela. Então, o nosso contato começou assim", recorda o artista.

Originário de uma família griot, o músico guineense, com 20 anos de carreira, ficou orgulhoso por ter sido escolhido para fazer parte do álbum: "Acho que todos os músicos e todos os cantores sentiriam orgulho ao serem convidados por Madonna para fazer parte desse grande projeto".

Para Kimi Djabaté, esta foi uma forma de reconhecimento do seu talento. Diz que se sente mais confiante como músico, depois da experiência que ganhou com Madonna.

Depois de passar por várias cidades dos Estados Unidos, Madonna atua ao vivo no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, de 12 a 23 de janeiro, numa digressão de 37 concertos que passa por Londres (Reino Unido) e Paris (França) entre fevereiro e março.

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