Mais uma sede da RENAMO em Chimoio incendiada
21 de junho de 2016 A delegação do maior partido da oposição na cidade de Chimoio foi consumida pelas chamas depois de um incêndio que deflagrou nas primeiras horas desta terça-feira (21.06.). Recorde-se que no início do corrente mês, portanto em menos de três semanas, homens armados também invadiram a sede Provincial da RENAMO, na mesma cidade. A DW África tentou contactar o delegado politico da RENAMO na cidade de Chimoio, Manuel Zindoga, para obter informações sobre os prejuízos bem como sobre os presumíveis autores do fogo posto, mas não foi possível estabelecer a ligação telefónica.
Entretanto a DW ouviu dois munícipes de Chimoio, Zacarias Mussone e Agostinho Ngoma, que se manifestaram extremamente surpreendidos com a amplitude das chamas que viram na madrugada. Os dois munícipes lamentaram o facto de desconhecidos estarem a incendiar delegações de partidos políticos na região. "Desafiamos a polícia para que acione mecanismos, visando neutralizar esses indivíduos e evitar que outros incêncios ocorram. Caso forem encontrados os autores devem ser responsabilizados pelos crimes já cometidos”, disseram ainda os dois entrevistados.
RENAMO não apresentou queixa
Para a porta-voz do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, Elsídia Filipe, trata-se, na verdade, de um segundo caso muito semelhante a um outro ocorrido há poucos dias. Segundo esta porta-voz da PRM a RENAMO, tal como anteriormente, ainda não participou a ocorrência à corporação. "Estamos a aguardar a queixa para encetarmos os mecanismos apropriados para a captura dos auotres desse incêndio. A RENAMO deve denunciar esses atos para que a polícia possa realizar de forma tranquila as suas investigações. Sem nenhuma queixa é difícil intervir. Repito que a corporação não recebeu qualquer denúncia do partido RENAMO, daí que não houve espaço para a PRM intervir em torno dessa ocorrência" - acrescentou a fonte policial.
Este segundo incêndio em instalações da RENAMO em Chimoio, ocorre numa altura em que o Governo moçambicano anunciou que vai enviar pedidos à União Europeia (UE), Igreja Católica e África do Sul para mediarem o fim da crise política e militar no país. O anuncio foi feito por Jacinto Veloso porta-voz da delegação do executivo nas negociações com a RENAMO e citado esta esta terça-feira (21.06.) pelo jornal "O País", o principal diário privado em Moçambique.
Governo anuncia envio de pedidos de mediação do conflito militar
Jacinto Veloso, que já ocupou a pasta de ministro da Segurança, afirmou que os mediadores irão tomar parte na preparação do encontro entre o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Afonso Dhlakama, para o fim dos confrontos militares entre as forças de defesa e segurança e o braço armado do principal partido de oposição. Recorde-se que o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse na passada quinta-feira (16.06.) que aceitará a presença de mediadores nas negociações entre o Governo e a RENAMO, apontando o fim imediato dos confrontos como uma prioridade.
Por seu turno, o líder da RENAMO, Afomso Dhlakama, também anunciou na sexta-feira (17.06.) que alcançou, por telefone, consensos com o chefe de Estado moçambicano sobre a paz, mas fez depender o fim dos confrontos armados de "garantias de segurança".