1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Mais uma sede da RENAMO em Chimoio incendiada

Bernardo Jaquete (Chimoio) / Lusa21 de junho de 2016

Homens armados destruiram e incendiaram na madrugada desta terça-feira (21.06.) mais uma sede da RENAMO na cidade de Chimoio, província de Manica, em Moçambique (centro).

eines Brandanschlags
Sede da delegação da RENAMO na cidade de Chimoio após o incêndio (21.06.)Foto: DW/B.Jaquete

A delegação do maior partido da oposição na cidade de Chimoio foi consumida pelas chamas depois de um incêndio que deflagrou nas primeiras horas desta terça-feira (21.06.). Recorde-se que no início do corrente mês, portanto em menos de três semanas, homens armados também invadiram a sede Provincial da RENAMO, na mesma cidade. A DW África tentou contactar o delegado politico da RENAMO na cidade de Chimoio, Manuel Zindoga, para obter informações sobre os prejuízos bem como sobre os presumíveis autores do fogo posto, mas não foi possível estabelecer a ligação telefónica.

Entretanto a DW ouviu dois munícipes de Chimoio, Zacarias Mussone e Agostinho Ngoma, que se manifestaram extremamente surpreendidos com a amplitude das chamas que viram na madrugada. Os dois munícipes lamentaram o facto de desconhecidos estarem a incendiar delegações de partidos políticos na região. "Desafiamos a polícia para que acione mecanismos, visando neutralizar esses indivíduos e evitar que outros incêncios ocorram. Caso forem encontrados os autores devem ser responsabilizados pelos crimes já cometidos”, disseram ainda os dois entrevistados.

Sede do partido RENAMO em Chimoio depois do incêndio (14.06.2016)Foto: DW/B.Jequete

RENAMO não apresentou queixa

Para a porta-voz do Comando Provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, Elsídia Filipe, trata-se, na verdade, de um segundo caso muito semelhante a um outro ocorrido há poucos dias. Segundo esta porta-voz da PRM a RENAMO, tal como anteriormente, ainda não participou a ocorrência à corporação. "Estamos a aguardar a queixa para encetarmos os mecanismos apropriados para a captura dos auotres desse incêndio. A RENAMO deve denunciar esses atos para que a polícia possa realizar de forma tranquila as suas investigações. Sem nenhuma queixa é difícil intervir. Repito que a corporação não recebeu qualquer denúncia do partido RENAMO, daí que não houve espaço para a PRM intervir em torno dessa ocorrência" - acrescentou a fonte policial.

Elsídia Filipe, porta-voz do Comando provincial da polícia em ManicaFoto: DW/B. Jiquete

Este segundo incêndio em instalações da RENAMO em Chimoio, ocorre numa altura em que o Governo moçambicano anunciou que vai enviar pedidos à União Europeia (UE), Igreja Católica e África do Sul para mediarem o fim da crise política e militar no país. O anuncio foi feito por Jacinto Veloso porta-voz da delegação do executivo nas negociações com a RENAMO e citado esta esta terça-feira (21.06.) pelo jornal "O País", o principal diário privado em Moçambique.

Governo anuncia envio de pedidos de mediação do conflito militar


Jacinto Veloso, que já ocupou a pasta de ministro da Segurança, afirmou que os mediadores irão tomar parte na preparação do encontro entre o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Afonso Dhlakama, para o fim dos confrontos militares entre as forças de defesa e segurança e o braço armado do principal partido de oposição. Recorde-se que o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse na passada quinta-feira (16.06.) que aceitará a presença de mediadores nas negociações entre o Governo e a RENAMO, apontando o fim imediato dos confrontos como uma prioridade.

Por seu turno, o líder da RENAMO, Afomso Dhlakama, também anunciou na sexta-feira (17.06.) que alcançou, por telefone, consensos com o chefe de Estado moçambicano sobre a paz, mas fez depender o fim dos confrontos armados de "garantias de segurança".

[No title]

This browser does not support the audio element.

Encontro Dhlakama (esq.) e Nyusi, em Maputo ( 07.07.2015)Foto: AFP/Getty Images/S. Costa
Saltar a secção Mais sobre este tema