Malawi: Manifestações contra resultados eleitorais
tms | com agências
20 de junho de 2019
Polícias e manifestantes entraram em confronto em três cidades do Malawi nesta quinta-feira (20.06) durante protestos em todo o país contra o resultado das presidenciais do mês passado.
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Nas maiores manifestações desde que a contagem de votos foi anunciada, a polícia usou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes que derrubaram esta quinta-feira (20.06) cartazes do reeleito Presidente Peter Mutharika.
Milhares de manifestantes reuniram-se na capital Lilongwe, no centro comercial de Blantyre e na cidade de Mzuzu em protestos pela renúncia do chefe da Comissão Eleitoral do Malawi.
Em Blantyre, os manifestantes foram impedidos pela polícia, que usou gás lacrimogéneo contra os cidadãos que se aproximavam da sede da comissão, segundo a agência de notícias AFP.
Em Lilongwe, os manifestantes incluíam os líderes da oposição Lazarus Chakwera, do Partido do Congresso do Malawi (MCP), e Saulos Chilima, do Movimento Unido para a Transformação (UTM). "Os cidadãos estão muito zangados com a maneira como a gestão dos resultados eleitorais foi conduzida e queremos que todos os envolvidos na injustiça renunciem e saiam", disse Chakwera.
Chakwera alega que teve a sua vitória "roubada" no dia 21 de maio, quando a contagem oficial mostrou que ele havia perdido por apenas 159 mil votos.
A polícia informou que lojas foram saqueadas e dois polícias foram feridos por manifestantes em Lilongwe. "Continuamos a enviar polícias a pé e patrulhamento de veículos em todos os lugares estratégicos nas cidades, vilas e áreas rurais", disse a polícia num comunicado.
Alegações de fraude
A eleição foi marcada por alegações de fraude, incluindo que muitas folhas de resultados foram alteradas. Os dois principais partidos da oposição contestaram o resultado da votação no tribunal, mas a Justiça só deve decidir nesta sexta-feira se deve ou não rejeitar o caso, conforme solicitado por Mutharika.
"Uma parte significativa da sociedade do Malawi está descontente e não quer o atual Governo. É um país dividido", disse à AFP o cientista político do Malawi Michael Jana, que leciona na Universidade de Witwatersrand.
Moçambique: As novas estradas do Niassa
Com a reabilitação das duas principais estradas do Niassa, a N13 e N14, vitais para o desenvolvimento da província, a ligação da região com o resto de Moçambique e países vizinhos torna-se mais rápida e segura.
Foto: DW/M. David
Mãos à obra
A província de Niassa, a mais extensa de Moçambique, é potencialmente rica em agropecuária, turismo, conservação, extração mineira, entre outras atividades. No entanto, o estado das vias de acesso constitui o principal entrave no desenvolvimento económico da província. Mas esse cenário já começou a mudar com as obras de reabilitação de várias vias.
Foto: DW/M. David
Estrada N13
Finalmente arrancou a construção da N13, estrada nacional que liga as províncias de Nampula e Zambézia, através da via do Cuamba. Também tem ligação com o vizinho Malawi, passando pelo distrito de Mandimba. A reabilitação está dividida em três partes: nas ligações de Lichinga-Massangulo, Massangulo-Muita e Muita-Cuamba. Estes são troços mais complexos devido às pontes que devem ser construídas.
Foto: DW/M. David
De Moçambique ao Malawi
Devido a relação de proximidade entre os dois povos, a estrada Mandimba-Malawi foi igualmente contemplada pelo projeto de asfaltagem. Neste momento, a estrada esta totalmente planada, faltando apenas o seu revestimento para permitir uma ligação mais efetiva entre os dois países vizinhos. O antigo troço dificultava a circulação de pessoas e bens praticamente em todas as épocas do ano.
Foto: DW/M. David
Estrada Montepuez-Balama
As obras de reabilitação e asfaltagem de cerca de 130 km de estradas decorrem a todo gás para que este troço esteja pronto até fevereiro de 2020. Trata-se de uma via que liga a cidade de Montepeuez, em Cabo Delgado, até Balama, no Niassa. O objetivo é assegurar a ligação entre as duas províncias nortenhas, sobretudo do Niassa ao porto de Pemba, dinamizando as trocas comerciais.
Foto: DW/M. David
Limite entre o Niassa e Cabo Delgado
Marrupa é o distrito do Niassa que faz fronteira com a província de Cabo Delgado através do distrito de Balama, separadao pelo rio Ruança. Do lado do Niassa a estrada está totalmente asfaltada. Mas o mesmo não se pode dizer sobre a estrada em Balama, como mostra a foto.
Foto: DW/M. David
Vias alternativas com problemas
No intuito de acelerar as obras de reabilitação da estrada N13 sem criar grandes transtornos na mobilidade das pessoas e bens, as empresas encarregues do projeto de asfaltagem criaram desvios através de vias alternativas. Mas estas vias não estão em condições de transitabilidade e dificultam, principalmente, a circulação de viaturas de grande porte.
Foto: DW/M. David
Travessia mais segura
A ponte inaugurada em dezembro de 2018 pelo Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, sobre o rio Lunho, no distrito turístico do Lago Niassa, é um alívio para a população local. Antes todos atravessavam o rio através de pirogas com risco de serem atacados por crocodilos. A ponte liga as zonas de Chuanga e Messumba, no distrito do Lago.
Foto: DW/M. David
Estrada N14 reabilitada
Com 455 km, a N14 liga a província do Niassa com a vizinha Cabo Delgado. Trata-se de uma estrada totalmente asfaltada e sinalizada e já aliviou muitos niassenses que passam por aquela via diariamente. A estrada conta com duas faixas de rodagem.
Foto: DW/M. David
"Desenvolvimento acelerado"
A reabilitação das estradas no Niassa já anima a população local. Euclides Tavares, que mora na capital provincial, acredita que estas obras poderão trazer um "desenvolvimento acelerado" para a região. "Acho que o Niassa vai mudar, porque o a província só está mais atrasada devido à degradação das estradas", diz o residente, que comemora o fim das obras na N14 - que liga Lichinga a Cabo Delgado.
Foto: DW/M. David
Impacto no futuro
Maria Orlando, também residente no Niassa, também comemora a conclusão das obras em algumas estradas. Para ela, estas vias "estão a trazer uma nova cara ao Niassa" e os seus impactos poderão se refletir no futuro da vida dos niassenses.