1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Sociedade civil critica "hesitação" no combate à corrupção

Chimwemwe Padatha
18 de outubro de 2022

O Malawi tem sido palco de vários escândalos de corrupção. O último tem a ver com um contrato de fertilizantes - a empresa recebeu o dinheiro, mas não entregou os produtos. A sociedade civil pede ao Governo para agir.

(Foto ilustrativa)Foto: Edlena Barros

Foi um contrato que gerou bastante polémica no Malawi. Ao abrigo do programa governamental para produtos a preços acessíveis (AIP, na sigla em inglês), a empresa Barkaat Foods Limited, sediada no Reino Unido, recebeu o equivalente a 737 mil euros para o fornecimento de fertilizantes. 

O dinheiro foi pago antecipadamente, mas a empresa rescindiu mais tarde o acordo e ainda não reembolsou o valor.

Os malawianos suspeitam de crime, uma vez que o contrato parece não ter respeitado os procedimentos legais de aquisição, incluindo um processo de verificação pelo Gabinete Anticorrupção.

"Não estamos no bom caminho no que toca ao combate à corrupção, que tem aumentado", desabafou um cidadão em entrevista à DW.

Lazarus Chakwera, Presidente do MalawiFoto: AMOS GUMULIRA/AFP

ONG exige demissões

As organizações da sociedade civil estão preocupadas com a quantidade de escândalos de corrupção no Malawi em que os autores não são responsabilizados.

Willy Kambwandila, diretor-executivo do Centro de Responsabilidade Social e Transparência, acusa o Governo de não cumprir com a sua promessa de pôr fim a esta prática criminosa.

Pelo contrário, "vimos como algumas autoridades têm tentado deliberadamente atrasar a investigação e o julgamento de casos de corrupção em tribunal", afirma Kambwandila.

O Centro de Direitos Humanos e Reabilitação, outra organização não-governamental, pede a demissão de todos os envolvidos em escândalos de corrupção.

"Pedimos ao Gabinete Anticorrupção que faça a coisa certa, para garantir as investigações adequadas", apela o diretor-executivo do centro, Michael Kaiyatsa, acrescentando que essa é a melhor maneira de "garantir a responsabilização" dos culpados.

Malawianos estão preocupados com o aparente aumento da corrupção, que exacerba as desigualdades no paísFoto: Reuters/M. Hutchings

Igreja com mensagem de esperança

Os bispos católicos do Malawi emitiram recentemente uma nota pastoral a criticar o Governo por hesitar no combate à corrupção, apelando a uma luta constante contra este tipo de crime.

Alfred Chaima, secretário-geral da Conferência Episcopal do Malawi (ECM), acredita que, através da mensagem religiosa, será possível reforçar esse combate: "Quando a liderança da Igreja fala, todos no Malawi, os líderes e os malawianos em geral, a levam a sério", disse.

Esta "é uma oportunidade para começar de novo", frisou Chaima.

O Gabinete Anticorrupção do Malawi pediu, nos últimos dias, mandados de detenção contra vários funcionários públicos acusados de corrupção, incluindo funcionários do gabinete do tesoureiro geral do país.

Malawi: Presidente quer instituições fortes e independentes

02:23

This browser does not support the video element.

Saltar a secção Mais sobre este tema

Mais sobre este tema

Ver mais artigos