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Mali concede perdão a soldados costa-marfinenses condenados

AFP | Reuters | Lusa | rl
7 de janeiro de 2023

Detidos em julho, os militares haviam sido condenados a semana passada por "ataque e conspiração contra o governo" de Bamaco.

Mali begnadigt 46 ivorische Soldaten
Foto: AFP/Getty Images

O líder da junta do Mali concedeu perdão a todos os 49 soldados costa-marfinenses, condenados, a semana passada, por "ataque e conspiração contra o governo" de Bamaco.

"O Coronel Assimi Goïta... concedeu um perdão com remissão total das sentenças aos 49 costa-marfinenses condenados pelo sistema judicial do Mali", fez saber, na sexta-feira, um porta-voz do governo, o Coronel Abdoulaye Maiga.

"Este gesto demonstra mais uma vez, o compromisso da junta militar com a paz, o diálogo e ao pan-africanismo", afirmou.

Os 46 militares costa-marfinenses, que Bamaco alegava serem "mercenários", foram condenados em 30 de dezembro a 20 anos de cadeia. No mesmo dia, o tribunal impôs a pena de morte à revelia a três mulheres que já tinham sido libertadas no início de setembro.

Por seu lado, a Costa do Marfim negou categoricamente que os militares fossem "mercenários", alegando que estavam numa missão para a ONU, como parte das operações de apoio logístico à Missão das Nações Unidas no Mali.

Soldados haviam sido condenados pelos tribunais do país há uma semanaFoto: AFP/Getty Images

Em 22 de dezembro, uma delegação oficial da Costa do Marfim visitou Bamaco na presença do ministro dos Negócios Estrangeiros togolês, num espírito "fraternal". A visita terminou com a assinatura de um memorando, com o ministro da Defesa da Costa do Marfim, Téné Birahima Ouattara, irmão do chefe de Estado, a sublinhar que o assunto estava "a caminho da resolução".

Na altura, o acordo alcançado entre o Mali e a Costa do Marfim deixava em aberto a possibilidade de um perdão presidencial para o chefe da junta militar maliense, Assimi Goïta, que não mencionou os soldados marfinenses no seu discurso de fim de ano.

O regime de Bamaco está cada vez mais isolado, depois de vários países, incluindo a Alemanha e a Costa do Marfim, terem anunciado a retirada das suas tropas da Minusma, e de a França ter suspendido a sua ajuda ao desenvolvimento do país. 

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