Os eleitores malianos foram às urnas para escolher os novos membros do Parlamento em plena pandemia do novo coronavírus. Líder da oposição raptado esta semana segue desaparecido.
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Os eleitores do Mali foram às urnas este domingo (29.03) um dia depois de o país registar a primeira morte pela Covid-19. A vítima é um homem de 71 anos que tinha regressado de França. O número de infeções pelo novo coronavírus no Mali aumentou para 20.
O primeiro-ministro maliano, Boubou Cissé, admitiu que a participação na primeira volta das eleições legislativas não foi muito grande. "Apelo aos eleitores: Lembrem-se de respeitar os gestos de barreira e usar as medidas sanitárias", disse ao votar.
É a primeira eleição parlamentar no país desde 2013, quando Ibrahim Boubacar Keita foi eleito Presidente do Mali, com uma maioria substancial. A segunda volta está agendada para 19 de abril.
As eleições legislativas deveriam ocorrer novamente no final de 2018 após a reeleição de Keita, mas foram adiadas várias vezes, em grande parte devido a preocupações com a segurança. Cerca de 200 mil pessoas foram deslocadas no país devido aos conflitos no centro e no norte do Mali e não puderam votar.
Líder da oposição raptado
Além dos episódios regulares de violência e os primeiros casos da Covid-19, as eleições legislativas no Mali ocorreram poucos dias depois de um líder da oposição ter sido raptado junto com membros da sua comitiva eleitoral.
Somaïla Cissé, do partido União pela República e Democracia (URD), terá sido raptado por um grupo não identificado de homens armados enquanto fazia campanha eleitoral na quarta-feira no distrito eleitoral de Niafunké. "Todas as medidas possíveis estão a ser tomadas" para encontrá-lo, disse o Governo num comunicado.
A instabilidade que afeta o Mali começou com um golpe de Estado em 2012, quando vários grupos rebeldes e organizações fundamentalistas tomaram o poder do norte do país durante dez meses.
Os fundamentalistas foram expulsos em 2013 por uma intervenção militar internacional liderada pela França, mas extensas áreas do país, sobretudo no norte e no centro, escapam ao controlo estatal e são, na prática, geridas por grupos rebeldes armados.
Onde se podem esconder os coronavírus
Vírus por toda parte: nos alimentos, no pacote do correio, até no próprio cão de estimação? O Departamento de Avaliação de Risco da Alemanha esclarece o que se sabe sobre o coronavírus.
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Animais silvestres são tabu
Há fortes indícios de o coronavírus ter sido transmitido inicialmente aos seres humanos por um morcego. O animal, porém, não teve qualquer culpa: ele foi possivelmente servido como iguaria. E agora os seres humanos amargam a "maldição do morcego que virou sopa"... Um efeito positivo do surto de covid-19 é a China ter proibido o consumo de carne de animais selvagens.
Foto: picture-alliance/Photoshot/H. Huan
Maçanetas contaminadas
Os coronavírus conhecidos permanecem infecciosos em superfícies como maçanetas por quatro a cinco dias, em média. Os especialistas partem do princípio que os conhecimentos sobre as variedades já estudadas se aplicam ao novo coronavírus. Assim, como todas as infecções por gotículas, também este novo coronavírus Sars-CoV-2 muito provavelmente propaga-se por mãos e superfícies tocadas com frequência.
Em princípio, os coronavírus contaminam pratos ou talheres se alguém infectado espirra ou tosse diretamente neles. Por isso é necessário certo cuidado durante o almoço no refeitório do trabalho. No entanto, o Departamento Federal alemão de Avaliação de Riscos (Bundesinstitut für Risikobewertung - BfR) enfatiza que "até agora não se sabe de infecções com o Sars-CoV-2 por esse meio de transmissão".
Foto: picture-alliance/dpa/Jagadeesh Nv
Medo de produtos importados?
Até o momento não há nenhum caso em que o coronvírus foi transmitido através de produtos importados. Os estudos sugerem que o novo coronavírus seja relativamente instável em termos ambientais: os patógenos permaneceriam infecciosos durante vários dias sobretudo a temperaturas baixas e alta humidade atmosférica. Mas segundo o BfR, pais não precisam temer contágio através de brinquedos importados.
Foto: Ivivse/Karin Banduhn
Vírus pelo correio?
Em geral, os coronavírus humanos não são especialmente resistentes sobre superfícies secas. Como a sua estabilidade fora do organismo humano depende de diversos fatores ambientais, como temperatura e humidade, o BfR considera "improvável" um contágio por encomendas de correio – embora ressalvando ainda não haver dados mais precisos sobre o Sars-CoV-2.
Foto: picture-alliance/dpa/T. Weller
Legumes e frutas do mercado
Igualmente improvável é a transmissão do coronavírus Sars-CoV-2 através de alimentos contaminados, na avaliação do BfR. Não são conhecidos casos comprovados. Mas lavar cuidadosamente as mãos antes de preparar a refeição é mandatório nos tempos da covid-19. Como os vírus são sensíveis ao calor, aquecer os alimentos pode reduzir ainda mais o risco de contágio.
Foto: DW/M. Mueia
Longa vida no gelo
Embora os coronavírus conhecidos até ao presente reajam mal ao calor, eles são bastantes resistentes ao frio, permanecendo infecciosos a -20 ºC por até dois anos. Também aqui, contudo, não há qualquer indício de cadeias infecciosas do Sars-CoV-2 por meio do consumo de alimentos, mesmo supercongelados.
Foto: DW/J. Beck
Pingue-pongue entre cães e os donos?
Também o risco de contaminação de animais domésticos é considerado muito baixo pelos especialistas, embora não o descartem. Os próprios animais não apresentam sintomas patológicos. Caso infectados, contudo, é possível transmitirem o coronavírus pelas vias respiratórias ou excrementos.