Mali: Junta militar pede a CEDEAO para levantar sanções
Lusa
22 de setembro de 2020
Chefe da junta militar diz que o Mali já fez o que a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental pediu e agora a bola está do lado da organização.
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"Aceitámos os princípios da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), nomeadamente a nomeação de um presidente civil e depois a nomeação de um primeiro-ministro", afirmou o chefe da junta militar no poder, o coronel Assimi Goita.
"Penso que nos próximos dias a CEDEAO deve eliminar as sanções em nome da felicidade do povo do Mali", afirmou o líder da junta militar que tomou o poder no Mali a 18 de agosto, em declarações à comunicação social, segundo a agência France-Presse (AFP), à margem das cerimónias que assinalam o 60.º aniversário da independência do país.
Assimi Goita apelou ainda aos seus compatriotas para apoiarem as forças "parceiras" estrangeiras presentes no país, citando em particular a força francesa Barkhane, a Minusma, a força de manutenção de paz da ONU, e a força de manutenção da paz da União Europeia.
A presença destas forças tem sido contestada por alguns setores da população maliana.
Sanções
A 20 de agosto, dois dias após o golpe militar que derrubou o Presidente Ibrahim Boubacar Keïta, a CEDEAO impôs sanções ao Mali para pressionar a junta militar e obter um regresso imediato à ordem constitucional.
A organização africana suspendeu o Mali dos seus órgãos de decisão, fechou as fronteiras dos Estados-membros e suspendeu as trocas financeiras e comerciais com Bamako, com exceção dos bens de primeira necessidade, medicamentos, equipamento de tratamento da Covid-19, produtos petrolíferos e eletricidade.
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O embargo tem sido motivo de grande preocupação no Mali, um país pobre e sem acesso ao mar.
Desde então, a CEDEAO concordou com um período de transição para permitir que os civis regressem ao poder, mas condicionou o levantamento das sanções à rápida nomeação de um presidente e de um primeiro-ministro civis que liderem um executivo de transição, comprometendo-se a levantar as sanções assim que a junta satisfaça estas exigências.
Uma comissão criada pela junta esta segunda-feira nomeou um oficial aposentado e ex-ministro da Defesa, coronel-major Bah Ndaw, como presidente de transição, mas o nome do primeiro-ministro ainda não é conhecido. O chefe da junta militar anunciou que será vice-presidente.
Estado Islâmico destrói Património Mundial
Palmira foi em tempos uma cidade próspera no meio do deserto. Mas a ira dos extremistas do Estado Islâmico deixou-a em ruínas. Outros patrimónios da humanidade tiveram um destino parecido: por exemplo Tombuctu, no Mali.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin
Antes e depois dos radicais
Resta pouco da antiga cidade-oásis de Palmira, Património da Humanidade: as termas, as avenidas de colunas e os templos majestosos foram destruídos. Em 2015, os extremistas do Estado Islâmico deitaram abaixo o templo de Baal. O fotógrafo libanês Joseph Eid mostra uma fotografia de 2014 em frente às ruínas - as imagens de Eid estão em exposição no Museu Kestner, em Hanover, no norte da Alemanha.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Destroços por todo o lado
Outras zonas de Palmira também foram destruídas pelos radicais do Estado Islâmico, que saquearam a cidade. Estas fotografias foram tiradas em março de 2016. Por enquanto, ainda não se fala em reconstruir Palmira.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin
Militares protegem Palmira
As tropas governamentais sírias reconquistaram Palmira. E, diariamente, desde março de 2017, militares patrulham as ruínas da cidade contra novos ataques dos radicais do Estado Islâmico. A imagem mostra os destroços do antigo Arco do Triunfo, que foi destruído quase por completo.
Foto: REUTERS/O. Sanadiki
Tombuctu, no Mali
Estes minaretes de argila, típicos do Mali, foram destruídos pelos extremistas do Estado Islâmico em 2012. Entretanto, foram reconstruídos à imagem dos antigos edifícios históricos. O Tribunal Penal Internacional, em Haia, instaurou um processo contra um extremista devido à destruição do Património Mundial.
Foto: picture-alliance/dpa/E.Schneider
Mar Elian, na Síria
O antigo mosteiro de Mar Elian, construído por cristãos a sudeste da cidade de Homs, foi em tempos um edifício magnífico, reconhecido pela UNESCO como Património da Humanidade. Mas militantes do Estado Islâmico também destruíram o mosteiro.
Foto: picture-alliance/dpa/Islamischer Staat
Destruição e propaganda
Não é possível verificar integralmente a autenticidade desta cena. Esta é uma imagem retirada de um vídeo propagandístico do Estado Islâmico, que mostra alegadamente os muros do mosteiro de Mar Elian a serem destruídos por bulldozers. Entretanto, militares sírios reconquistaram a cidade de al-Qaryatain e o mosteiro deverá ser reconstruído.
Foto: picture-alliance/dpa
Hatra, no Iraque
No início de 2015, extremistas do Estado Islâmico também destruíram algumas zonas da antiga cidade de Hatra, ex-capital do primeiro reino árabe - a fotografia mostra a cidade antes do ataque. Também foram destruídas estátuas milenares da época dos assírios em Mosul, no norte do Iraque, e na antiga cidade de Nínive. A cidade histórica de Nimrud terá sido demolida com bulldozers.
Foto: picture-alliance/N. Tondini/Robert Harding
Bamiyan-Tal, destruída pelos talibãs
Em 2001, os talibãs, do Afeganistão, destruíram estátuas do Buda de Bamiyan, que foram esculpidas em arenito vermelho no século VI. Só ficaram as covas onde elas estavam. Agora, as estátuas de 50 metros estão a ser reconstruídas com impressoras 3D.