O atual chefe de Estado do Mali, Ibrahim Bubacar Keïta, venceu presidenciais de domingo, mas não conseguiu a maioria dos votos e terá de disputar uma segunda volta contra Soumaïla Cissé. Oposição rejeita resultados.
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O Presidente cessante do Mali, Ibrahim Bubacar Keïta (conhecido como IBK) é o "claro vencedor" das eleições do passado domingo, tendo obtido 41,3% dos votos, segundo os resultados comunicados esta quinta-feira à noite (02.08) pelo Ministério da Administração do Território.
IBK irá agora disputar uma segunda volta, a 12 de agosto, com o segundo candidato mais votado, Soumaïla Cissé, que obteve 17,8% dos votos, um número muito abaixo do que ele próprio previu.
Na primeira volta das eleições, que se realizaram no dia 29 de julho, Ibrahim Bubacar Keïta, de 73 anos, obteve 1.333.813 votos, especificou o ministro Mohamed Ag Erlaf. Soumaïla Cissé, por sua vez, recolheu 573.111 votos, de acordo com os resultados oficiais provisórios.
Oposição rejeita resultados
O candidato da oposição do Mali Soumaila Cissé rejeitou os resultados das eleições presidenciais e deixou no ar a possibilidade de boicotar a segunda ronda marcada para dia 12 de Agosto.
"Os resultados são manipulados e nós não vamos aceitar", disse Cissé, de 68 anos, segundo classificado nas eleições, com 17,8% dos votos contra 41% do Presidente cessante, Ibrahim Bubacar Keita (conhecido como IBK), numa tumultuosa conferência de imprensa em Bamako, durante a qual pediu "a formação de uma ampla frente democrática contra a fraude".
Embora em várias ocasiões Cissé tenha declarado a "rejeição" dos resultados, que, considerou, "não são sinceros nem credíveis", o candidato não exprimiu com clareza se irá boicotar a votação de 12 de agosto.
Participação aumenta
A comunidade internacional espera do vencedor uma revitalização do acordo de paz assinado em 2015 pelo Governo e pelos rebeldes tuaregues, cuja aplicação acumula atrasos.
Apesar deste acordo, a violência jihadista não só persistiu, mas também se espalhou do norte para o centro e sul do Mali, estendendo-se depois aos vizinhos Burkina Faso e Níger.
O empresário Aliou Diallo surge em terceiro lugar, com 7,95% dos votos e o ex-chefe do Governo de transição (abril-dezembro de 2012), Cheick Modibo Diarra, fica em quarto, com 7,46%, ainda assim muito à frente dos outros 20 candidatos.
Migrantes malianos regressam da Líbia
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A participação foi de 43,06%, uma taxa bastante superior à média normalmente observada neste país da África Ocidental, que alberga cerca de vinte grupos étnicos, conhecidos pela sua influência cultural, mas onde menos de um terço dos maiores de 15 anos é alfabetizado.
Violência
Estas eleições ficaram também marcadas por uma série de alegados ataques jihadistas que interromperam a votação, principalmente em áreas rurais do centro, apesar da mobilização de mais de 30.000 membros de forças de segurança nacionais e estrangeiras.
Cerca de 700 mesas de voto das 23.000, principalmente no norte e centro do país, não puderam abrir devido a incidentes violentos, de acordo com o Governo, mas as missões de observação nacionais e internacionais saudaram o decorrer do escrutínio no resto do território.
Atualizado às 18:40 (CET)
Estado Islâmico destrói Património Mundial
Palmira foi em tempos uma cidade próspera no meio do deserto. Mas a ira dos extremistas do Estado Islâmico deixou-a em ruínas. Outros patrimónios da humanidade tiveram um destino parecido: por exemplo Tombuctu, no Mali.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin
Antes e depois dos radicais
Resta pouco da antiga cidade-oásis de Palmira, Património da Humanidade: as termas, as avenidas de colunas e os templos majestosos foram destruídos. Em 2015, os extremistas do Estado Islâmico deitaram abaixo o templo de Baal. O fotógrafo libanês Joseph Eid mostra uma fotografia de 2014 em frente às ruínas - as imagens de Eid estão em exposição no Museu Kestner, em Hanover, no norte da Alemanha.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Destroços por todo o lado
Outras zonas de Palmira também foram destruídas pelos radicais do Estado Islâmico, que saquearam a cidade. Estas fotografias foram tiradas em março de 2016. Por enquanto, ainda não se fala em reconstruir Palmira.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin
Militares protegem Palmira
As tropas governamentais sírias reconquistaram Palmira. E, diariamente, desde março de 2017, militares patrulham as ruínas da cidade contra novos ataques dos radicais do Estado Islâmico. A imagem mostra os destroços do antigo Arco do Triunfo, que foi destruído quase por completo.
Foto: REUTERS/O. Sanadiki
Tombuctu, no Mali
Estes minaretes de argila, típicos do Mali, foram destruídos pelos extremistas do Estado Islâmico em 2012. Entretanto, foram reconstruídos à imagem dos antigos edifícios históricos. O Tribunal Penal Internacional, em Haia, instaurou um processo contra um extremista devido à destruição do Património Mundial.
Foto: picture-alliance/dpa/E.Schneider
Mar Elian, na Síria
O antigo mosteiro de Mar Elian, construído por cristãos a sudeste da cidade de Homs, foi em tempos um edifício magnífico, reconhecido pela UNESCO como Património da Humanidade. Mas militantes do Estado Islâmico também destruíram o mosteiro.
Foto: picture-alliance/dpa/Islamischer Staat
Destruição e propaganda
Não é possível verificar integralmente a autenticidade desta cena. Esta é uma imagem retirada de um vídeo propagandístico do Estado Islâmico, que mostra alegadamente os muros do mosteiro de Mar Elian a serem destruídos por bulldozers. Entretanto, militares sírios reconquistaram a cidade de al-Qaryatain e o mosteiro deverá ser reconstruído.
Foto: picture-alliance/dpa
Hatra, no Iraque
No início de 2015, extremistas do Estado Islâmico também destruíram algumas zonas da antiga cidade de Hatra, ex-capital do primeiro reino árabe - a fotografia mostra a cidade antes do ataque. Também foram destruídas estátuas milenares da época dos assírios em Mosul, no norte do Iraque, e na antiga cidade de Nínive. A cidade histórica de Nimrud terá sido demolida com bulldozers.
Foto: picture-alliance/N. Tondini/Robert Harding
Bamiyan-Tal, destruída pelos talibãs
Em 2001, os talibãs, do Afeganistão, destruíram estátuas do Buda de Bamiyan, que foram esculpidas em arenito vermelho no século VI. Só ficaram as covas onde elas estavam. Agora, as estátuas de 50 metros estão a ser reconstruídas com impressoras 3D.