1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Manifestantes angolanos apresentam queixa-crime ao Procurador-geral contra violência policial

6 de dezembro de 2011

Jurista angolano diz que subcomissário da policia que atropelou manifestantes antigovernamentais no sábado, em Luanda, causando-lhes ferimentos graves, deve ser responsabilizado criminalmente pelos seus atos.

Movimento de contestação ao Presidente Jose Eduardo dos Santos sobe de tom
Movimento de contestação ao Presidente Jose Eduardo dos Santos sobe de tomFoto: picture alliance/dpa

Jovens angolanos que participaram na manifestação antigovernamental de sábado (03.12), em Luanda declararam hoje à Deutsche Welle que vão apresentar à Procuradoria-geral de Angola uma queixa-crime contra a Polícia Nacional devido à brutalidade da repressão de que foram vítimas.

Os mentores da queixa, que fazem parte do Movimento Revolucionário Estudantil e do Movimento Revolucionário Independente, acusam o subcomissário Filipe Massala, de ter atropelado “propositadamente” manifestantes com uma viatura e de ter ordenado o espancamento e detenção de outros participantes no protesto.

“O carro está aí em frente, passou por cima das pessoas e atropelou-me a mim. (...) Vamos abrir um processo-crime contra o cidadão Filipe Massala, comandante da terceira divisão do Cazenga [zona periférica de Luanda], disse o porta-voz dos manifestantes, Mário Domingos.

Brutalidade policial

Segundo Domingos, apesar do caráter pacífico da manifestação, a polícia e os agentes à paisana reagiram de modo violento para a impedir tendo causado ferimentos graves a alguns jovens que continuam a receber tratamento hospitalar.

O descontentamento com o regime angolano faz-se sentir sobretudo nas camadas mais jovens da sociedade.Foto: DW/A.Cascais

“Eu vi dois manifestantes gravemente feridos, com sangue a escorrer pela cara toda”, disse outro dos manifestantes entrevistado pela Deutsche Welle.

Indignado com a violência dos agentes, outro manifestante afirmou que “o melhor é o Presidente José Eduardo dos Santos alterar a Constituição e dizer que Angola vive num regime monárquico. Ele passa a ser o dono deste território e nós passamos a ser escravos dele.”

O jurista Bruno Dissidi considera que o subcomissário Massala deve ser responsabilizado criminalmente pelos seus atos.

Apesar da insistência da Deutsche Welle a polícia angolana escusou-se a fazer quaisquer comentário sobre os incidentes.

Autor: Manuel Vieira (Luanda)
Edição: Pedro Varanda de Castro/António Rocha

Saltar a secção Mais sobre este tema