1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Marcha de estudantes é impedida em Luanda

DW (Deutsche Welle)
26 de abril de 2025

Polícia detém pelo menos 50 estudantes em marcha pacífica, diz secretário da área jurídica do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA). Pelo menos quatro jornalistas foram detidos, mas posteriormente liberados.

Foto de arquivo
Foto de arquivoFoto: Borralho Ndomba/DW

Ainda não há informações oficiais sobre todos os detidos, mas pelo menos 50 estudantes foram presos, informou esta tarde o secretário da área jurídica do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), António Cahebo.

Segundo a mesma fonte, entre os detidos está Joaquim Lutambi, o vice-líder do MEA. Além dos estudantes, pelo menos quatro jornalistas também foram presos, e posteriormente liberados.

A Polícia Nacional teria carregado e agredido alguns estudantes, forçando os jovens a entrar nas carrinhas policiais, impedindo desta forma o protesto naquele local que foi rapidamente esvaziado. 

Apesar das prisões no início da tarde, um pequeno grupo decidiu seguir com a marcha até a sede do Governo Provincial, no centro de Luanda, onde leu seu manifesto em público.

Empunhavam cartazes com frases como: "Merenda escolar é um direito para as crianças", "Queremos livros nas escolas" e "Executivo do MPLA rouba os cofres para poder endividar".

"Como é que o Governo do MPLA gasta milhões com partidos que nada fazem e não oferece uma educação de qualidade? Retira dos cofres do Estado o que deveria ser destinado a materiais escolares", afirmaram os estudantes durante a leitura do manifesto.

Exigências

O grupo também exigiu a exoneração da ministra da Educação, Luísa Grilo, e do governador provincial de Luanda, Luís Nunes. "O que buscamos é um direito. E quem o viola deve ser responsabilizado", acrescentaram.

Logo após a leitura do manifesto, policiais se aproximaram e pediram que os manifestantes se dispersassem.

O repórter da DW África, Borralho Ndomba, que fazia a cobertura da marcha, também foi abordado por agentes, que disseram-lhe: "um jornalista não pode permanecer dentro do perímetro de segurança", conforme vê-se no final da sua cobertura ao vivo.

Após o fim da transmissão, o correspondente relata que foi então detido pela polícia, que confiscou-lhe os equipamentos (tripé, celular). 

Ndomba ficou detido por cerca de 15 minutos, foi interrogado e, em seguida, liberado.

Saltar a secção Mais sobre este tema