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Jornalista Matias Guente distinguido internacionalmente

Lusa
16 de junho de 2021

O Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), com sede em Nova Iorque, atribuiu o Prémio Internacional da Liberdade de Imprensa 2021 a quatro jornalistas, entre eles Matias Guente, editor do Canal de Moçambique.

Foto: DW/Romeu da Silva

O jornalista moçambicano Matias Guente surge ao lado de outros da Bielorrússia, Guatemala e Myanmar, que enfrentaram "a violência, o assédio, a repressão e a perseguição, mas recusaram-se a recuar" na sua missão, justificou o diretor executivo do CPJ, Joel Simon, em comunicado divulgado na terça-feira (15.06).

Segundo aquele responsável, há "uma batalha pelo controlo da informação" e os jornalistas premiados "estão do lado do povo, cobrindo eventos, informando as comunidades, e assegurando a responsabilização".

"Honramos o seu compromisso e sacrifício e esperamos ansiosamente por celebrar a sua coragem, ao lado de todos aqueles que se mantêm firmes pela liberdade de imprensa e o jornalismo independente", concluiu.

Ameaças devido a "duras reportagens"

A organização destaca Matias Guente como um jornalista que, "ao longo dos anos, tem enfrentado uma série de ameaças pelas suas duras reportagens, incluindo interrogatórios policiais, acusações de violação de segredo de Estado e conspiração e uma tentativa de rapto em 2019". 

O comité recorda ainda que "em 2020, indivíduos não identificados incendiaram a redação do jornal". Os vencedores serão homenageados a 18 de novembro durante a cerimónia anual de entrega de prémios do CPJ.

"Por razões de saúde e segurança relacionadas com a Covid-19, o evento deste ano será híbrido - virtual e presencial", anuncia a organização. A cerimónia vai ser presidida pelo presidente da Fundação Ford, Darren Walker, e apresentada por David Muir, a cara do programa World News Tonight, da cadeia de televisão norte-americana ABC. 

Outros distinguidos

Recebem também o Prémio Internacional da Liberdade de Imprensa de 2021 outros três jornalistas.

Katsiaryna Barysevich (Bielorrússia), correspondente da agência noticiosa bielorrussa Tut.by, foi multada e presa por seis meses após reportagens sobre os protestos pró-democracia naquele país que contrariaram a versão oficial.

Anastasia Mejía (Guatemala) foi detida por cobrir manifestações na rádio e televisão Xolabaj criadas para cobrir assuntos de importância para a comunidade local, particularmente temas de preocupação para as mulheres indígenas.

Aye Chan Naing (Myanmar) é cofundador e diretor executivo da Voz Democrática da Birmânia (DVB), grupo de meios de comunicação social que teve vários jornalistas detidos durante a repressão em Myanmar após a tomada do poder pela junta militar, em fevereiro.

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