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MDM celebra 12º aniversário de existência sem Daviz Simango

7 de março de 2021

Para este ano, as celebrações do 07 de março, aconteceram poucos dias após a morte do Presidente e fundador do partido - Daviz Simango.

Mosambik, Wahlkampagne der MDM inTete
Foto: DW/A.Zacarias

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), comemorou este domingo (07.03), o seu décimo segundo aniversário de existência, poucos dias depois da morte do seu Presidente e fundador, Daviz Simango, falecido a 22 de fevereiro, na vizinha África do Sul vítima de doença.

Para celebrar a data da sua fundação, o MDM decidiu homenagear a "Vida e Obra de Daviz Simango”, segundo disse em entrevista à DW África, José Manuel, Secretário-geral do partido. Objetivo, segundo Manuel é "imortalizar o legado de Simango”. 

Perante vozes de que defendem que a morte de Daviz Simango pode precipitar o desaparecimento da segunda força política da oposição moçambicana, José Manuel, garante em entrevista à DW que "não vamos ter problemas”.

DW África: O MDM celebra o seu 12º aniversário de existência, sem o seu líder e fundador. O que é que este momento representa para o partido?

José Domingos Manuel (JDM): Este momento representa grandes desafios porque conforme pode notar é o primeiro aniversário do partido que se realiza na ausência do seu Presidente e fundador. É por isso que o lema que escolhemos para esta data foi:  "Vida e Obra de Daviz Simango".

Daviz Simango, falecido Presidente do MDMFoto: DW/J. Beck

DW África: Porque deste lema?

JDM: Para reviver a vida e a obra que ele fez. Criar o partido e atingir os patamares que chegou. Mesmo, na componente de governação, Daviz Simango foi muito exemplar. Era contra a corrupção. Lutava pela justiça. E pensou sempre nos mais desfavorecidos. Então, este foi o principal objetivo de revivermos a vida e obra de Daviz Simango. 

DW África: Diferentemente dos outros anos, não houve eventos públicos para marcar a data. Alguma razão?

JDM: Comemoramos a data, apesar das restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus. A nível nacional os membros foram visitar as campas dos companheiros – membros fundadores perecidos nesta batalhar de ver o partido a crescer. Depois, na sede nacional, houve a exaltação da "Vida e Obra do Simango.

DW África: Há quem considere que com a morte de Daviz Simango, o MDM terá dificuldades para se reestruturar. Como Secretário do partido, o que tem a dizer?

José Domingos Manuel, Secretário- Geral do MDMFoto: DW/A. Cascais

JDM: Um partido que perde o seu líder fundador passa por alguma turbulência. Mas isso não impede o MDM de continuar a trabalhar para atingir a ideia de um "Moçambique para Todos”. 

DW África: Quer dizer que o partido não terá problemas?

JDM: Não. Isso é o que as pessoas acham. Mas, dizer que vamos ter problemas, não … não. Nós temos os órgãos do partido bem instituídos e a funcionarem. Então, vamos trabalhar para que isso, não aconteça. E em abril, o Conselho Nacional vai se reunir para convocar o Congresso Nacional, para decidir o futuro do partido.

DW África: O senhor José Manuel será candidato à presidência do partido?

JDM: Não é o meu objetivo atual. O que estou a fazer agora como Secretário-geral é cumprir com a minha tarefa de executor das atividades do partido. Neste momento, estou apenas coordenar algumas atividades para o funcionamento dos órgãos até a realização do Congresso. E na devida altura, quem quiser concorrer à presidência do partido estará livre de o fazer.

DW África: Há vozes que também defendem que o próximo Presidente do partido, deveria ser alguém que não seja do centro do país, para permitir a estabilidade do MDM. Como é que o partido olha para estas opiniões?

JDM: Não basta apenas reparar para as questões regionais. É preciso que seja uma pessoa da confiança dos membros e que mobilize as bases.

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