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Mediadores insistem em cessar-fogo em Moçambique

Lusa | ms
22 de novembro de 2016

Mario Raffaeli, que coordena a equipa de mediação, afirma que é preciso declarar o fim das hostilidades antes de um acordo definitivo. A resposta do Governo moçambicano à proposta sobre descentralização está em análise.

Foto: DW/L. Matias

"O que se pode fazer ao mesmo tempo [em que se discute a proposta de descentralização do país] é a declaração da cessação das hostilidades", afirmou Mario Raffaeli, em Maputo, no final de um encontro mantido esta terça-feira (22.11) com a delegação do Governo.

O coordenador da equipa de mediação internacional nas negociações de paz em Moçambique afirmou que os mediadores vão analisar a resposta do Governo à proposta que apresentaram sobre a descentralização administrativa do país, à semelhança das contribuições entregues pela Resistência Nacional Moçambicana (RENAMo) na segunda-feira (21.11). 

"Vamos analisar a resposta do Governo e amanhã [quarta-feira] vamos fazer uma reunião dos mediadores para decidir o próximo passo", acrescentou Mario Raffaeli. 

Na segunda-feira, as delegações do Executivo e da RENAMO analisaram a nova proposta dos mediadores internacionais sobre descentralização. "Estamos a aproximar os pontos e a discutir com as partes", disse na ocasião Raffaeli, falando no fim de mais uma sessão das negociações de paz, que tem seguido um modelo de encontros separados entre os mediadores e cada uma das partes. 

O documento da equipa de mediação, apresentado às partes em outubro, propõe um "pacote de princípios relativos ao processo de descentralização", no âmbito da exigência do principal partido da oposição de governar nas províncias onde reivindica vitória eleitoral.

"Não é um documento que apresenta uma lei, é um documento que apresenta os princípios que devem nortear a lei", esclareceu, na altura, Mario Raffaelli, referindo que, uma vez harmonizado com os contributos das partes, deverá seguir para a Assembleia da República ainda este mês.

Esta terça-feira, Mario Raffaeli reiterou a intenção de concluir o documento ainda este mês, lembrando que nesta fase das negociações todos os pontos da agenda foram associados à cessação imediata das hostilidades militares. "Continuamos a trabalhar", declarou o mediador indicado pela União Europeia.

  

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