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Melhorias económicas são globais, afirma relatório da ONU

Lusa | ar
11 de dezembro de 2017

Relatório da ONU sobre Situação Mundial e Perspetivas Económicas defende que crescimento global de 3%, deve fazer decisores políticos apostarem em temas de longo prazo.

UN Symbolbild Flagge
Foto: Imago/photothek/T. Imo

"Uma melhoria na economia global, agora a crescer 3%, permite uma reorientação política para temas de longo prazo como as mudanças climáticas, as desigualdade existentes e a remoção de obstáculos institucionais ao desenvolvimento", lê-se no relatório económico mais importante das Nações Unidas.

Comentando o documento, divulgado esta segunda-feira (11.12.) em Nova Iorque, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o relatório "demonstra que as condições macroeconómicas atuais oferecem aos decisores políticos uma folga maior para lidarem com a raiz dos problemas que continuam a limitar o progresso sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável".

Segundo o documento, as melhorias económicas são globais, "com cerca de dois terços dos países a terem um crescimento maior em 2017 do que no ano anterior", o que faz a economia mundial expandir-se 3% nos próximos dois anos."A recente retoma no crescimento mundial emana principalmente do firme crescimento em várias economias desenvolvidas, apesar de a Ásia ocidental e do Sul continuarem a ser as regiões mais dinâmicas, tendo representado quase dois terços do crescimento mundial no ano passado, com a China a contribuir com quase metade", lê-se no documento.

António GuterresFoto: Reuters/L. Jackson

Economia global continua a enfrentar riscos

Apesar das boas notícias, "a economia global continua a enfrentar riscos, incluindo as mudanças na política comercial, uma súbita deterioração nas condições financeiras globais e o aumento das tensões geopolíticas".

Sobre os riscos de longo prazo, o relatório elaborado pelo departamento de Assuntos Económicos e Sociais da ONU, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) e as cinco comissões regionais salienta as quatro áreas que podem beneficiar da melhoria das condições económicas.O texto salienta a necessidade de "aumentar a diversificação económica, reduzir as desigualdades, apoiar o investimento a longo prazo e abordar as deficiências institucionais", e salienta que "reorientar as políticas para lidar com estes desafios pode gerar um investimento e produtividade mais fortes, mais criação de emprego e um crescimento económico de médio prazo mais sustentável".

Moçambique cresce abaixo de 4% até 2020, 'default' limita investimento

O relatório das Nações Unidas sobre a Situação Mundial e Perspetivas Económicas (WESP) considera que o incumprimento financeiro e tensões políticas limitam o investimento em Moçambique, com o país a crescer abaixo de 4% até 2020.

"O investimento em Moçambique está a ser limitado pelo incumprimento financeiro, em janeiro, e pelo alto nível de dívida", lê-se no relatório divulgado hoje em Nova Iorque.

"O crescimento em Moçambique vai também ser travado pelas tensões políticas", acrescenta o documento, que antevê uma expansão económica de 4,1% este ano e uma diminuição para 3,8% e 3,9% em 2018 e 2019, respetivamente.

O relatório elaborado pelo departamento de Assuntos Económicos e Sociais da ONU da UNCTAD e as cinco comissões regionais prevê uma redução da inflação, de quase 20% no ano passado para 7% este ano, 6% em 2018 e 6,5% no ano seguinte.

Um trecho da capital moçambicana - MaputoFoto: Imago/photothek/T. Trutschel

"A perspetiva de evolução para África permanece sujeita a vários riscos" internos e externos, nota o documento hoje lançado em Nova Iorque, nomeadamente na vertente financeira.

"Do ponto de vista externo, um aumento superior ao esperado nas taxas de juro globais ou um aumento nos juros dos títulos de dívida soberanos pode diminuir o acesso ao financiamento, que se tornou nos últimos anos uma fonte cada vez mais importante para o investimento nacional, e colocar em perigo a sustentabilidade da dívida", lê-se no texto.

Ameaças à retoma

A descida dos 'ratings', das exportações ou uma inversão do crescimento dos preços das matérias-primas são alguns dos fatores que podem fazer diminuir o Investimento Direto Estrangeiro e as remessas dos emigrantes, o que pode ameaçar o fôlego da retoma, notam os analistas das Nações Unidas.

Internamente, concluem, os maiores riscos para os países africanos, que deverão crescer 3,5% e 3,7% nos próximos dois anos, estão na ausência de políticas de ajustamento aos preços mais baixos das matérias-primas.

Esta falta de políticas, notam, "pode por em causa a estabilidade macroeconómica e a tendência de crescimento em muitos países", que enfrentam também a possível escalada de violência por causa de ameaças à segurança, "especialmente na região do Sahel e na Somália, e instabilidade política em vésperas de eleições no Egito, Nigéria e África do Sul".

Banco Nacional de AngolaFoto: Pedro Borralho Ndomba

Angola sai da recessão de 0,7% de 2016 e cresce 1,9% este ano

Angola já recuperou da recessão económica de 0,7%, em 2016, e vai crescer 1,9% este ano e 2,7% até 2019, de acordo com o relatório da ONU sobre a Situação Mundial e Perspetivas Económicas.O relatório elaborado pelo departamento de Assuntos Económicos e Sociais da ONU, da UNCTAD e as cinco comissões regionais afirma que o crescimento angolano será sustentado "no aumento da atividade industrial e na melhoria da oferta de energia".

O crescimento angolano este ano é, ainda assim, bastante inferior à média entre 2009 e 2016, que registou um valor de 3,5%, e ainda mais abaixo de 2012 e 2013, anos em que a economia de um dos maiores produtores de petróleo da África subsaariana cresceu 8,5% e 5,0%, respetivamente.

Inflação diminui

Registando que as eleições de agosto "decorreram de forma geralmente pacífica", os peritos das Nações Unidas sustentam que a inflação está a diminuir, "apesar de se manter alta, devido a pressões sobre a moeda externa e taxas de câmbio paralelas desvalorizadas".

A ONU prevê uma descida da inflação, de 41,2% no ano passado, para 28% este ano e nova redução nos dois anos seguintes, para 19,4% e 16,7%, respetivamente.

"A perspetiva de evolução para África permanece sujeita a vários riscos" internos e externos, nota o documento hoje lançado em Nova Iorque, nomeadamente na vertente financeira."Do ponto de vista externo, um aumento superior ao esperado nas taxas de juro globais ou um aumento nos juros dos títulos de dívida soberanos pode diminuir o acesso ao financiamento, que se tornou nos últimos anos uma fonte cada vez mais importante para o investimento nacional, e colocar em perigo a sustentabilidade da dívida", lê-se no texto.

Foto: picture alliance/dpa

A descida dos 'ratings', das exportações ou uma inversão do crescimento dos preços das matérias-primas são alguns dos fatores que podem fazer diminuir o Investimento Direto Estrangeiro e as remessas dos emigrantes, o que pode ameaçar o fôlego da retoma, notam os analistas das Nações Unidas.

Internamente, concluem, os maiores riscos para os países africanos, que deverão crescer 3,5% e 3,7% nos próximos dois anos, estão na ausência de políticas de ajustamento aos preços mais baixos das matérias-primas.

Crescimento do PIB:

                                    2017.....2018.....2019

Angola......................... 1,9.....   2,7......2,7

Cabo Verde..................3,9......   3,8......4,0

Guiné-Bissau................5,4......  4,8......5,1

Moçambique.................4,1......  3,8......3,9

São Tomé e Príncipe.....5,0......5,3......5,3

 

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