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Memorial Agostinho Neto acolhe velório de Eduardo dos Santos

Lusa
11 de julho de 2022

O Memorial Dr. Agostinho Neto, em Luanda, recebe, a partir desta segunda-feira (11.07), os angolanos que quiserem prestar homenagem ao ex-Presidente José Eduardo dos Santos, que morreu na sexta-feira, em Barcelona.

Foto: Johannes Beck/DW

O governo decidiu criar, em todas as províncias, locais para velórios públicos enquanto se aguarda a marcação de uma data para as exéquias do ex-chefe de Estado.

Em Luanda, foi escolhido o Memorial Dr. António Agostinho Neto, onde será instalada uma tenda com a fotografia de José Eduardo dos Santos, para acolher o ato principal das homenagens.

O Memorial Dr. António Agostinho Neto, também conhecido como o Foguetão, é um monumento que homenageia o primeiro Presidente da República de Angola e foi inaugurado em 17 de setembro de 2012, por José Eduardo dos Santos.

Com uma área de 18 hectares, tem um bloco central que alberga o sarcófago onde repousam os restos mortais de Agostinho Neto, que morreu em Moscovo, em 10 de setembro de 1979.

Além do antigo foguetão de 120 metros de altura, o Memorial conta com um museu, galeria de exposições, salas multiusos, biblioteca e um centro de documentação.

José Eduardo dos Santos morreu na sexta-feira (08.07), aos 79 anos, numa clínica em BarcelonaFoto: Mustafa Yalcin/AA/picture alliance

Luto nacional de sete dias

Angola estar em luto nacional por sete dias, o que significa que nas instituições públicas as bandeiras estão colocadas a meia haste.

Estão igualmente proibidos eventos políticos, desportivos e culturais, o que obrigou já ao cancelamento dos comícios que quatro partidos angolanos tinham agendado para sábado, bem como o adiamento de festivais, espetáculos musicais e encontros que estavam previstos para a próxima semana.

O governo angolano declarou que pretende fazer um funeral de Estado em Luanda, decisão a que se opõe uma das filhas mais velhas, Tchizé dos Santos, afirmando que essa não era a vontade do pai e que José Eduardo dos Santos não queria ser sepultado em Angola enquanto João Lourenço estiver no poder.

Em relação à chegada do corpo a Luanda, o ministro da Administração do Território e porta-voz da comissão multisetorial para as cerimónias fúnebres, disse ser "prematuro" avançar informações sobre o assunto.

A filha Tchizé dos Santos diz que Eduardo dos Santos não queria ser sepultado em Angola enquanto João Lourenço estiver no poderFoto: privat

Delegação do Governo em Espanha

Falando à imprensa angolana, Marcy Lopes adiantou que se encontra em Barcelona uma delegação do executivo, com a presença do ministro das Relações Exteriores, Téte António, a interagir com a família do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, para se chegar a um entendimento.

O ex-Presidente de Angola José Eduardo dos Santos morreu na sexta-feira (08.07), aos 79 anos, numa clínica em Barcelona, Espanha, após semanas de internamento.

Eduardo dos Santos sucedeu a Agostinho Neto como Presidente de Angola, em 1979, e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, pontuada por acusações de corrupção e nepotismo.

Em 2017, renunciou a recandidatar-se e o atual Presidente, João Lourenço, sucedeu-lhe no cargo, tendo sido eleito também pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no governo desde que o país se tornou independente de Portugal em 1975.

  

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