Merkel diz que nunca governaria com o partido comunista
31 de agosto de 2021Angela Merkel disse nesta terça-feira (31.08) que nunca governaria com o apoio da extrema-esquerda na Alemanha. As palavras da chanceler surgem depois de dois dos seus possíveis sucessores terem recusado descartar essa opção de coligação para as eleições nacionais de setembro.
"Comigo no cargo de chanceler da Alemanha nunca haveria uma coligação na qual o partido de esquerda participaria ", disse Merkel, que anunciou em 2018 que não se candidataria a um quinto mandato de quatro anos.
Em conferência de imprensa em Berlim, Merkel agradeceu os comentários positivos do seu atual vice-chanceler, Olaf Scholz, sobre a aliança de gestão do Governo. Também acrescentou que a visão de Scholz sobre a não inclusão do partido de esquerda numa coligação é algo que "permanece em aberto”.
"Nesse sentido, é simplesmente o caso de que há uma enorme diferença entre mim e ele quando se trata do futuro da Alemanha'', acrescentou.
O vice-chanceler, que também é ministro das Finanças, é o candidato de centro-esquerda dos Social-Democratas ao cargo de Merkel. Nos últimos tempos, vem tentando se retratar como o sucessor da chanceler, mesmo não pertencendo ao mesmo partido.
A esquerda tem raízes no antigo partido comunista que governava a antiga Alemanha Oriental. Por essa razão o atual partido não gosta da NATO e se opõe a implantações militares alemães no exterior.
Os críticos acusam o partido de ser muito próximo de países autoritários como a Rússia e a Venezuela.
Partido da chanceler quer coligação
O bloco da união de centro-direita de Merkel, cujo candidato é Armin Laschet, está a lutar para ganhar a simpatia dos eleitores. Depois de mais de 15 anos a liderar todas as pesquisas das intenções de voto a nível nacional, estão agora em segundo lugar atrás dos Social-Democratas (SPD).
Tanto os sociais-democratas como os ambientalistas expressaram reservas sobre a política externa de esquerda, mas não descartaram categoricamente uma coligação em nível nacional. Essa coligação seria semelhante as chamadas alianças "vermelho-vermelho-verde" que governam os estados alemães de Berlim, Bremen e Turíngia.