A chanceler alemã está hoje em Washington, onde se vai reunir com o Presidente norte-americano. Angela Merkel espera manter um "amplo diálogo" com Donald Trump sobre o comércio. Mas as expectativas estão em baixa.
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Horas antes do voo para Washington, Berlim confirmou que está a preparar-se para uma eventual guerra comercial com os Estados Unidos da América (EUA).
Espera-se que o Presidente Donald Trump imponha taxas alfandegárias sobre as importações europeias de aço e alumínio a partir de 1 de maio, terminando assim as atuais isenções. E as novas tarifas podem atingir particularmente o sector automóvel alemão.
Angela Merkel chega aos EUA sem ilusões de que será capaz de equiparar a operação de charme do Presidente francês, Emmanuel Macron, que esteve em Washington nos últimos três dias.
Falta de "química"
Na última reunião na Casa Branca, há cerca de um ano, ficou clara a falta de "química" entre Merkel e Trump quando o Presidente norte-americano se recusou a apertar a mão da chanceler para uma fotografia.
Merkel nos EUA para "diálogo amplo" com Trump
Também no ano passado, depois de Donald Trump ter criticado o que considera ser o baixo contributo dos parceiros europeus para a NATO, e perante a incapacidade de chegar a acordo com o Presidente norte-americano sobre o combate às alterações climáticas, Angela Merkel chegou a uma conclusão: "O tempo em que podíamos contar totalmente uns com os outros acabou em certa medida. Verifiquei isso nos últimos dias."
Observadores sublinham que o carácter impulsivo de Trump na tomada de decisões contrasta com a visão da chanceler alemã. "Confronta os próprios parceiros com posições muito duras. Ameaça e depois volta atrás e entra num modo mais cooperativo. Diria que deixou os parceiros europeus muito de pé atrás", afirma Daniela Schwarzer, diretora do Conselho Alemão para a Política Externa.
Macron ao lado de Merkel
Angela Merkel tentará abordar com Donald Trump temas que Emmanuel Macron não conseguiu resolver, apesar da cumplicidade evidenciada no plano pessoal com o Presidente norte-americano. No final da sua visita de Estado, o Presidente francês mostrou que está ao lado de Merkel na arquitetura da política global. Pediu a Washington que não inicie uma "guerra comercial" com a União Europeia (UE) e que combata as mudanças climáticas porque "não há um planeta B".
O que os africanos pensam sobre Donald Trump?
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No Congresso norte-americano, foi aplaudido de pé quando criticou a "ilusão do nacionalismo" nos EUA. "Foram os Estados Unidos que inventaram o multilateralismo e agora são vocês que têm de ajudar a preservá-lo e a reinventá-lo", salientou.
Sem grandes concessões de Trump a Macron sobre os grandes dossiês, a chanceler alemã leva uma lista de temas urgentes para a reunião na Casa Branca. "Há três pontos importantes na agenda: um é definitivamente o comércio e as críticas ao acordo de comércio transatlântico. O segundo são as contribuições da Alemanha em termos militares para a NATO. E o terceiro é o acordo nuclear com o Irão", diz Daniela Schwarzer:
O Irão ocupa em grande parte os esforços dos europeus para salvar a credibilidade dos acordos multilaterais de segurança. Macron deixou Washington convicto de que os Estados Unidos vão abandonar o acordo. E Merkel vai fazer tudo para convencer Trump a ficar, insistindo nomeadamente na proposta de alargar o tratado, respondendo a algumas das exigências norte-americanas.
O acordo assinado em 2015 pelo Irão e os EUA, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha) prevê um maior controlo do programa nuclear iraniano em troca do alívio das sanções internacionais ao país. Trump chama-lhe "o pior pacto de todos os tempos" e ameaça sair já a 12 de maio.
Donald Trump: Populista, empreendedor, Presidente
Donald Trump é empreendedor imobiliário e estrela de televisão. Muitos não o levavam a sério. Mas ele venceu as eleições e, a partir de 20 de janeiro de 2017, será o 45º Presidente dos Estados Unidos da América (EUA).
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
A família, o seu império
Trump com a sua família: a esposa, Melania (de branco), as filhas Ivanka e Tiffany, os filhos Eric e Donald Junior, e os netos Kai e Donald Junior 3º. Os filhos são "vice-presidentes seniores" do conglomerado Trump.
Foto: picture-alliance/dpa
Frederick Junior, o pai
Donald Trump herdou o dinheiro para os seus investimentos do pai, Frederick, que lhe deu um capital inicial de um milhão de dólares. Após a sua morte, em 1999, Donald e os seus três irmãos herdaram uma fortuna de 400 milhões de dólares.
Foto: imago/ZUMA Press
Capitão Trump
Quando tinha 13 anos, o seu pai enviou Trump para um internato militar em Cornwall-on-Hudson, onde deveria aprender a ser disciplinado. No último ano, ele obteve inclusive uma patente militar. Ele diz que, ali, recebeu mais treinamento militar do que nas Forças Armadas americanas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/
"Very good, very smart"
"Muito bom, muito inteligente", é o que Trump diz de si mesmo. E acrescenta que cursou a escola de elite Wharton (foto), da Universidade de Pensilvânia, na Filadélfia, onde se formou em 1968. É uma das oito universidades integrantes da Ivy League, as universidades mais prestigiadas dos EUA. Mesmo assim, sabe-se pouco sobre o percurso de Trump na faculdade.
Foto: picture-alliance/AP Photo/B.J. Harpaz
Dispensado da Guerra do Vietname
Devido a um problema no calcanhar, Trump foi dispensado e não lutou na Guerra do Vietname. Na guerra, morreram cerca de 58 mil soldados dos Estados Unidos e aproximadamente três a quatro milhões de vietnamitas dos dois lados, além de outros dois milhões de cambojanos e laocianos.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Ivana, a primeira esposa
Em 1977, Trump casou-se com a modelo tcheca Ivana Zelníčková, com quem teve três filhos. O relacionamento foi acompanhado de rumores sobre relacionamentos extraconjugais. Foi Ivana quem apelidou Trump de "The Donald".
Foto: Getty Images/AFP/Swerzey
Anos 80: Abertura do Harrah's at Trump Plaza
Esta foto, tirada em 1984, marca a abertura do Harrah's at Trump Plaza, um complexo envolvendo hotel, restaurante e casino em Atlantic City (Nova Jérsia). Este foi um dos primeiros investimentos que tornaram Trump bilionário.
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Família número 2
Em 1990, Trump divorciou-se de Ivana e casou-se com Marla, 17 anos mais jovem que ele. A filha do casal se chama Tiffany.
Foto: picture alliance/AP Photo/J. Minchillo
As meninas de Trump
Em público, Trump não aparece só ao lado de sua esposa. Ele costuma acompanhar concursos de beleza ao lado de jovens modelos. De 1996 a 2015, ele foi o responsável pelo concurso de Miss Universo ("Miss Universe") nos EUA.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
Livro muito lido e vendido
Como fazer milhões de forma rápida? O best-seller de Trump "A arte da negociação" é um exemplo. O livro é em parte autobiográfico, em parte um livro de dicas para empresários ambiciosos. A publicação não foi somente uma das mais vendidas nos EUA, como também colocou Trump no centro das atenções no país.
Foto: Getty Images/AFP/M. Schwalm
O nome é a marca
Trump investe de forma agressiva, mas também sofre fracassos. Numa perspectiva de longo prazo, no entanto, obtém sucesso, como por exemplo com a Trump Tower em Nova York. Ele calcula a sua fortuna hoje em 10 bilhões de dólares. Especialistas, entretanto, consideram um terço desse valor mais realista. Portanto, cerca de 3 bilhões de dólares.
Foto: Getty Images/D. Angerer
"The Donald" no ringue
Como poucos, Trump consegue chamar a atenção dos mídia. Seu campo de ação inclui até um ringue de luta livre. No seu programa de TV "O Aprendiz" ("The Apprentice"), os candidatos eram contratados ou demitidos. A primeira edição foi ao ar durante o ano de 2004 na cadeia televisiva NBC. A frase favorita de Trump no programa era "Você está demitido!"
Foto: Getty Images/B. Pugliano
Ascenção rápida de Trump na política
Em 16 de junho de 2015, Trump anunciou a candidatura para a corrida presidencial pelo Partido Republicano. O seu slogan foi: "Faça a América grande outra vez" ("Make America great again"). A campanha foi feita ao lado da família e com slogans contra imigrantes, muçulmanos, mulheres e adversários políticos. Investiu muito nos mídia sociais como o Twitter onde tem 13,8 milhões de seguidores.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Lane
45º presidente dos Estados Unidos da América
A partir do dia 20 de janeiro de 2017, o populista e showman será o novo Presidente dos Estados Unidos. No início da campanha, poucos pensavam que poderia vencer as eleições do dia 8 de novembro de 2016 contra a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton. Mas a história de Donald J. Trump também mostra que este homem tem a capacidade de se transformar como um camaleão.