A visita da chanceler alemã à África Ocidental está quase terminar. Esta sexta-feira, Angela Merkel e uma comitiva de empresários alemães vão até à Nigéria. Antes, a delegação da Alemanha esteve no Gana.
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A chanceler alemã Angela Merkel prometeu apoiar o Governo ganês na implementação de reformas económicas, na melhoria das infraestruturas e no setor da energia.
Merkel foi recebida, na quinta-feira (30.08), em Accra pelo Presidente Nana Akufo-Addo. A líder alemã elogiou os avanços do Gana em diversos setores e citou a cooperação que a Alemanha já mantém com o país através do programa "Compact with Africa", que prevê a transferência de tecnologia e conhecimento para nações africanas com o objetivo de atrair investidores ocidentais.
"O Gana é um dos líderes do desenvolvimento democrático em África. Compartilhamos os mesmos valores e princípios", afirmou Merkel. "O Gana recebeu a melhor avaliação da organização Repórteres Sem Fronteiras em relação à liberdade de imprensa. Passou por três transferências pacíficas de poder. Em relação à corrupção, muito ainda pode ser melhorado, uma das razões pelas quais o 'Compact with Africa' garante que os processos tributários sejam transparentes através da digitalização, que também se aplica a empresas estrangeiras que tentam fugir dos impostos."
Contratos milionários e segurança
À margem da visita ao Gana, diversas empresas alemãs, incluindo a fabricante automóvel Volkswagen, assinaram memorandos para investimentos em projetos no valor de dezenas de milhões de dólares. Além disso, Angela Merkel encontrou-se com jovens empreendedores na capital ganesa.
A intenção da Alemanha é garantir mais investimentos para a região, para que a juventude do continente não abandone os seus países. Outro desafio é a luta contra o radicalismo islâmico, mas, segundo o Presidente ganês, os investimentos na economia poderão ajudar.
"Temos de ser capazes de abordar também as causas profundas que fizeram com que essas insurreições criassem raízes nas nossas zonas", disse Nana Akufo-Addo, frisando que são o "crescimento económico, a formação da juventude, a aquisição de competências e a criação de oportunidades" que permitem às pessoas ter um "envolvimento mais positivo na vida, ao invés de atirar bombas e mutilar e matar pessoas."
Merkel promete apoiar reformas económicas no Gana
Protestos na Alemanha contra migrantes
Em declarações aos jornalistas que a acompanham no périplo pela África Ocidental, a chanceler alemã disse que construir uma nova relação com África é essencial para a Europa.
"Acredito firmemente que só pode haver uma União Europeia próspera se lidarmos com as questões migratórias e de parceria com África", afirmou Merkel.
A Alemanha está profundamente dividida com a política migratória defendida pela chanceler, face à chegada ao país de centenas de milhares de refugiados, nos últimos anos. O partido de Angela Merkel, a União Democrata-Cristã (CDU), perde cada vez mais apoiantes enquanto a extrema-direita sobe nas sondagens.
Na última semana, a cidade de Chemnitz, no leste da Alemanha, foi palco de manifestações de grupos da extrema-direita, que protestavam contra a chanceler, depois do assassinato de um cidadão alemão alegadamente por dois imigrantes, entretanto já detidos pela polícia.
Em resposta aos protestos violentos, Merkel disse que o "ódio" não tem lugar na Alemanha.
A chanceler alemã iniciou a sua visita à África Ocidental na quarta-feira (29.08), no Senegal, onde também garantiu que iria apoiar o crescimento económico do país. Esta sexta-feira, Angela Merkel está na Nigéria. A chanceler vai visitar a sede da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e irá reunir-se com o Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, e líderes da sociedade civil.
Os rostos da AfD: Conheça os novos parlamentares da Alemanha
Após as eleições de 2017, o partido de extrema-direita entrará no Parlamento pela primeira vez e ocupará 94 lugares. Mas quem são exatamente os representantes da Alternativa para a Alemanha (AfD) – e o que já disseram?
Foto: Reuters/F. Bensch
Siegbert Droese
O líder da AfD na cidade de Leipzig foi o centro de uma polémica em 2016. Os jornais noticiaram que a matrícula de um dos seus carros era "AH 1818". "AH" são as iniciais de Adolf Hitler. Os números 1 e 8 correspondem à primeira e oitava letra do alfabeto – consideradas um código para "Adolf Hitler" entre os grupos neonazis.
Foto: Imago/J. Jeske
Markus Frohnmaier
Frohnmaier é o chefe da organização da juventude do partido, a Junge Alternative (Alternativa Jovem). O jovem político, de 28 anos, escreveu em agosto de 2016 no Facebook que "nossa geração é a que mais sofrerá" com a decisão da chanceler Angela Merkel de "afundar este país com o proletariado de baixa qualidade de África e do Oriente".
Foto: picture-alliance/dpa/B. Weißbrod
Martin Reichardt
O antigo soldado da Baixa-Saxónia, estado do norte da Alemanha, uma vez disse a jornalistas que não tinha problemas com a frase "Alemanha para os alemães", geralmente utilizada por grupos neonazis. Reichardt também descreveu Os Verdes e o partido A Esquerda como "inimigos constitucionais número 1".
Foto: picture-alliance/dpa/M. Bein
Wilhelm von Gottberg
O político de 77 anos de Brandenburgo, estado do leste da Alemanha, foi vice-presidente da Federação dos Desterrados (BdV) até 2012. No jornal Ostpreussenblatt, ele escreveu, em 2001, que concordava com a afirmação de que o Holocausto era um "mito" e um "efetivo instrumento para incriminar os alemães e a sua história".
Foto: picture-alliance/dpa/T. Brakemeier
Jens Maier
Em janeiro, o juiz de Dresden, leste da Alemanha, protestou contra a "criação de nacionalidades mestiças" que "destroem a identidade nacional". Ele também apelou para o fim da "cultura de culpa" na Alemanha, fazendo referência às ações do país durante a Segunda Guerra Mundial.
Foto: picture-alliance/dpa/S. Kahnert
Beatrix von Storch
A vice-presidente da AfD é deputada no Parlamento Europeu e é conhecida pela sua visão muito conservadora. Em 2016, ela respondeu afirmativamente a um usuário no Facebook que lhe perguntou se as Forças Armadas deveriam ser usadas para impedir que mulheres com filhos entrassem ilegalmente na Alemanha. Mais tarde, Beatrix von Storch pediu desculpa pelo comentário.
Foto: Reuters/W. Rattay
Alexander Gauland
O candidato de topo da AfD foi amplamente criticado depois de sugerir que a comissária do Governo alemão para a integração, Aydan Özoguz, deveria ser "descartada" na Turquia porque havia dito que não existia cultura específica na Alemanha além da língua alemã.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Murat
Alice Weidel
A economista de 38 anos foi outra candidata de topo da AfD. Apesar de viver na Suíça, Weidel concorreu pelo distrito do Lago de Constança em Baden- Württemberg. Ela foi criticada por descrever a comissária de integração da Alemanha, Aydan Özoguz, de origem turca, como "mancha" e "desgraça". Num suposto e-mail atribuído a Weidel, ela chamou o Governo de Angela Merkel de "porco" e "fantoche".
Foto: Getty Images/S. Schuermann
Frauke Petry
A co-presidente da AfD ganhou um assento parlamentar no estado da Saxónia, mas anunciou que não se unirá ao grupo parlamentar da AfD, embora continue no partido. Em janeiro de 2016, Petry disse que a polícia alemã deveria usar armas de fogo, se necessário, para recuperar o "controlo" da fronteira. Em março de 2017, foi criticada por relativizar o Holocausto, numa entrevista no Wall Street Journal.